Homofobia e suicídio de crianças e adolescentes

gay bandeiro feminino

Toda semana lemos notícias de LGBTs, muitos deles/delas crianças e adolescentes, cometendo suicídio por não aguentarem mais serem rejeitados pela família, humilhados na escola e no trabalho.

Não existem estatísticas. O suicídio no Brasil é tabu.

Os pais deviam informar como forma de confissão, e pedido de perdão pós-morte. De alerta a outros pais. De denúncia. A maioria dos suicídios foram provocados pelo bulismo na escola, pelo stalking no trabalho, pela violência nas ruas dos homofóbicos.

Temos campanhas realizadas pelo fundamentalismo religioso e o fanatismo político, sendo os principais líderes os pastores Silas Malafaia, Marco Feliciano, padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, militar Jair Bolsonaro e até candidatos asquerosos a presidente do Brasil.

A pregação da Santa Inquisição de pastores e padres tem origem no judaísmo (Velho Testamento). No cristianismo (Novo Testamento) apenas  existe uma frase de São Paulo, em uma carta cuja autenticidade não pode ser comprovada. Jesus jamais tocou nesse tema.

O “raivoso” discurso de Bolsonaro é exclusivamente nazista, machista e eleitoreiro.

Não existe no Velho Testamento nenhuma referência ao amor lésbico. Venho divulgando esta verdade. E fica o desafio para qualquer teólogo provar o contrário

Não existe no Velho Testamento nenhuma referência ao amor lésbico. Venho divulgando esta verdade. Renovo o desafio para qualquer teólogo provar o contrário

 

Em um estudo realizado por Fernando Silva Teixeira Filho
e Carina Alexandra Rondini Marretto (Faculdade de Ciências e Letras da UNESP-Assis), realizado em maio de 2008 em uma Escola do Ensino Médio de uma cidade do interior do Oeste paulista. A amostra que compôs o estudo corresponde a 108 adolescentes, de ambos os sexos, entre 14 e 20 anos cursando as três séries do Ensino Médio. “Observamos que os/as jovens da amostra incorporaram o discurso preventivista pelo menos durante as primeiras relações sexuais com o sexo oposto. Suas crenças sobre as sexualidades não-heterossexuais revelaram-se homofóbicas e segregatórias. Encontramos que 25.0% da amostra já pensou em se matar e dentre estes 40% já tentou, havendo maior concentração entre as jovens. Acreditamos estar diante de um grande desafio para as políticas públicas de Educação e Saúde, respectivamente, no sentido de garantir o acesso e pleno direito de expressão das homossexualidades no espaço escolar, bem como lidarem de modo preventivo em relação à Saúde Mental dos/das jovens que freqüentam a escola”.

De 2002 a 2012 houve um crescimento de 40% da taxa de suicídio entre crianças e pré-adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Na faixa etária de 15 a 19 anos, o aumento foi de 33,5%.

Transcrevo trechos de uma reportagem de Maria Fernanda Ziegler e Ocimara Balmant: “Ao contrário do adulto, que normalmente planeja a ação, o adolescente age no impulso. São comportamentos suicidas para fugir de determinada situação que vez ou outra acabam mesmo em morte’, afirma a psiquiatra Maria Fernanda Fávaro, que atua em um Pronto Socorro de psiquiatria em São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo. Aos cuidados de Maria Fernanda, são encaminhadas as crianças e os adolescentes que chegaram feridas ao hospital após tentarem se matar.

Ao serem perguntados sobre o motivo de terem se mutilado com lâmina de barbear, se ferido com materiais pontiagudos, cortado o pulso ou ingerido mais de duas dezenas de comprimidos, a resposta é rápida, e vaga. ‘A maioria diz que a vida não tem sentido, que sentem um vazio enorme. Muitos têm quadros associados à depressão’, afirma Maria Fernanda. O cenário é tão recorrente, diz a psiquiatra, que há sites, blogs e páginas de rede social que ensinam as melhores técnicas e ferramentas para que a criança tire a própria vida”. Leia mais.

 

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pai filho

Poesia Contra a Redução da Maioridade Penal

por Elizandra Souza

Mohammad Saba'aneh

Mohammad Saba’aneh

Bom dia, a educação vai mal
Transporte e Saúde vão mal
Moradia também vai mal
E vocês dizem que o problema é reduzir a
Maioridade penal?

O silêncio também mata
Eu digo não a redução da maioridade penal
Adolescer não pode ser crime
As ruas não podem ser campo minado
Cuidado,cuidado, cuidado

Rouba a brisa, opnião pública
Genocida noticia
Na manchete menor mata
Menor rouba, menor, menor

Na tela apenas sequela
De um sistema falido
Combater a consequencia
Mascarada fica a causa

Redução da maioridade penal
É dá tiros nos pés
Brincar de solução educacional
Prender o futuro no passado
Colocando curumins no sistema prisional

Xangô, sabe os meninos, no relento,
Cirandeiros no mundo
Descalços na roda da vida
Queremos justiça e liberdade,
E seguir os passos do vento…

ONU: uma em cada dez jovens foi vítima de violência sexual

estupro violência mulher

Cerca de 120 milhões de mulheres jovens em todo o mundo, o equivalente a uma em cada dez, foram vítimas de estupro ou violação até os 20 anos, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira(5) pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre violência contra crianças, baseado em dados de 190 países.

O estudo global sobre a violência contra crianças do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), chamado Escondido à Vista (Hidden in plain sight), mostra também que um quinto das vítimas de homicídio é formado por crianças ou adolescentes com menos de 20 anos e essa é a principal causa de morte em rapazes e jovens com idade entre 10 e 19 anos nos países da América Latina, incluindo a Venezuela, a Colômbia, o Panamá e o Brasil.

“Esses são fatos desconfortáveis, nenhum governo ou pai vai querer vê-los”, disse o diretor executivo da instituição, Anthony Lake. “Mas se não enfrentarmos a realidade que cada estatística representa – a vida de uma criança que tem direito à segurança, a uma infância protegida e que foi violada – nunca deixaremos de pensar que a violência contra as crianças é normal e permissível. E não é”, acrescentou.

Outro tipo de abuso é o bullying, que afeta uma em cada três crianças com idade entre 13 e 15 anos.

O estudo revela ainda que 17% dos jovens em 58 países foram vítimas de punições físicas severas e de forma repetida.

Como prevenção da violência contra crianças, o levantamento recomenda que se fomente o apoio aos pais e às crianças com competências para a vida, uma mudança de atitudes e comportamentos, o fortalecimento do sistema judicial e uma consciencialização para a violência e os custos humanos e socioeconômicos que ela acarreta.

O levantamento também aponta que uma em cada três adolescentes casadas sofreu alguma violência emocional, física ou sexual por parte de seus maridos.

Fonte: Portal Fórum com informações de Agência Brasil e Opera Mundi

 

Hombre no se nace

Se conoce como bacha posh a niñas nacidas en Medio Oriente que son vestidas, tratadas y educadas como varones, hasta que alcanzada cierta edad deben regresar a su rol de mujeres. Los diversos conflictos de este trayecto obligado tanto de ida como de vuelta imponen una reflexión sobre la manipulación del género y sus efectos en todos los órdenes de la vida

 

Estas imágenes fueron tomadas por el fotoperiodista sueco Casper Hedberg durante un viaje a Afganistán en 2013 y forman parte de la serie “Bacha Posh: niñas afganas criadas como varones”

Estas imágenes fueron tomadas por el fotoperiodista sueco Casper Hedberg durante un viaje a Afganistán en 2013 y forman parte de la serie “Bacha Posh: niñas afganas criadas como varones”

 

Cuando se piensa en los países de Medio Oriente, lamentablemente, ya no es Las mil y una noches ni el Kamasutra lo primero que aparece en nuestro imaginario. Por el contrario, aunque sistemáticamente confundimos todos los países de esa zona del mapa, siempre tenemos a mano el uso del burka, la lapidación de mujeres u homosexuales e incluso la práctica de la poligamia como temas para puntuar las conversaciones entre feministas y no feministas más o menos progre, y provocar, cuanto menos, un ligero arqueamiento de las cejas y alguna exclamación. Sin embargo, en los últimos años merecieron la atención de algunas teóricas del género las bacha posh: niñas con el pelo corto, pantalones anchos y ojos atentos. Gestualidad cultural específica de algunas mujeres de Afganistán y Pakistán, condenada, de más está decir, por el régimen musulmán actual.

Lo cierto es que los artículos y documentales que pueden encontrarse al respecto, sobre todo por la violenta parcialidad que despliegan, dejan más preguntas que respuestas, abren problemas más que cerrarlos tranquilizadoramente. A pesar de esto voy a intentar un acercamiento al tema y, para eso, comenzaré con una salvedad: hablar de Oriente, desde Occidente, implica reconocer, antes que nada, no sólo nuestro desconocimiento sino una diferencia inasimilable. Y tratar de comprender algunos usos culturales –sin emitir juicios de valor– exige enfrentarse, tal vez, a lo imposible.

Una temporada en el mundo varón

Bacha posh significa vestida como varón; en España también se traduce como niña-niño. Estas niñas (y ésta es una de las particularidades interesantes: más allá de todo nunca pierden su carácter de niñas/mujeres) nacen en familias donde no hay hijos y, como consecuencia, son elegidas por sus padres para saldar esa deuda: desde pequeñas deberán vestirse y comportarse como varones. Me detengo en una aclaración. ‘Vestirse/comportarse como varones’: no pretendo generalizar. A esta altura del partido sabemos que esto sólo puede ser comprendido en el marco de relaciones culturales específicas, de una matriz genérica de relaciones determinadas por el elemento histórico-social (y la moral que lo acompaña). La razón de esta práctica, probablemente, responda a dos situaciones: superstición (la imagen-presencia masculina en la familia atraería futuros hijos varones) y necesidad (ante la falta de un hijo se precisa alguien que resuelva ciertos requerimientos familiares, como ingreso económico, reparaciones del hogar, manejo de armas, acompañamiento de las hermanas en la vía pública, etcétera). También podría haber cierta dosis de progresismo porque, algunas veces, los padres vestirían a una hija de nene para que pueda hacer lo que de otro modo no podría: ir a la escuela o practicar algún deporte (de hecho, no sorprende que la mejor tenista afgana sea una bacha posh). De cualquier modo, el origen de esta práctica se desconoce, aunque Nancy Duprée recuerda una foto de principios del siglo XX en la que mujeres vestidas como varón protegían el harén (ese gran cuerpo del deseo) del emir ya que, oficialmente, el harén no podía ser custodiado por mujeres y, menos todavía, por hombres.

Las bacha posh, sin lugar a dudas, hacen (su) cuerpo de la indeterminación, la cita y la ambigüedad. El sexo no es, en este caso, lo que se materializa a través del género. Pero el género tampoco lo crea, porque la identificación con el dato biológico resiste. Vestidas como varón, haciendo un uso performático de las apariencias, a estas nenas se les abren las puertas de nuevas oportunidades: aunque en el interior del hogar se las sigue considerando mujeres, no cocinan, ni limpian; en cambio, pueden estudiar y trabajar, mostrar partes de sus cuerpos vedadas, participar de la vida pública, hacer deportes, debatir y pelear (si necesario), mirar a los ojos (desafiantes), salir solas o con varones (incluso de noche) sin necesidad de discutir con nadie, sin necesidad de rebelarse abiertamente frente al régimen patriarcal. Pero digo mal. Porque esto no implica que sean libres, ni que sus vidas estén libres de riesgos. Por el contrario: al situarse en esa fisura, en ese status intermedio que el mismo sistema habilita, constantemente lo interpelan y esto no sólo a muchxs no les gusta sino que hay quienes consideran que ellas actúan en contra de los dictados de Alá y, por eso, deben ser castigadas.

Dicho esto, me gustaría hacer hincapié en el poder de las apariencias. En el modo en que esta práctica pone en evidencia la ya tan citada performatividad del género, su no correspondencia natural con el sexo biológico asignado. Es decir, el artificio. Porque en esta historia, por lo menos en una primera instancia, el cuerpo pasa a un segundo plano: dime cómo luces –rezaría el dicho reformulado– y te diré lo que puedes hacer. Hace dos años, Azita Rafhat, una parlamentaria afgana, se preguntaba en El problema de las niñas, un documental de la BBC persa: “¿Por qué necesitamos dar a una chica la cara de un niño para darle libertad?”. Claro, cualquiera diría que esta afirmación sólo es posible en una sociedad lejana en la que los roles de género son muy rígidos y opresivos. Sin embargo, en un contexto en el que existe la Ley de Identidad de Género no podemos dejar de preguntarnos por algo que, en general, no nos gusta discutir: esa necesidad de adaptarnos al binomio mujer-varón y la negación sistemática de la ambigüedad, la multiplicidad y la no correspondencia (el casillero neutro del género) sería lo que, indiscutiblemente, nuestro sistema constantemente trata de negar. En segundo lugar, tampoco puedo evitar preguntarme por los privilegios que, en nuestra cultura, la identidad de género masculina todavía implica o conlleva.

La vuelta al pago

El problema para las bacha posh no termina ahí. En general, al rondar los diecisiete años, a quienes ya serían mujeres fértiles se les exige coherencia, reubicarse en “su” género, volverse casaderas. Y, para quienes acceden, es ésta una transición dolorosa y llena de contradicciones porque, si bien algunas de ellas consideran que actuar el género adecuado a su sexo les facilita la vida en sociedad (en este punto habría que recordar, además, que su construcción de género en tanto varones no habría sido, por lo menos en una primera instancia, una elección sino resultado de una imposición paterna y/o materna), ¿cómo olvidar los privilegios que conocieron?, ¿cómo dejar de desearlos?, ¿cómo dejar de hacer las cosas que hicieron durante toda su vida?, ¿y cómo empezar a desear aquello –ser ama del hogar, tener esposo e hijos– que nunca estuvo en su campo de consideraciones y que nunca aprendieron?

De intentar resumir el proceso, podría simplificarse en estos términos: las bacha posh comienzan siendo algo que los padres quieren que sean (como casi todxs nosotrxs responden a su deseo), pero luego pretenden continuar incluso siéndolo cuando la familia (y la sociedad) ahora lo repudia. Elegir quedarse en esa indeterminación, en ese borde de lo humano, ¿es, acaso, consecuencia de un régimen social en el que la formación de género es extremadamente jerárquica y opresiva? El querer permanecer en el género asignado, ¿se sostiene sencillamente, como las investigadoras insisten, en no querer perder los beneficios que ser varón implica o, acaso, se conmovió la estructura identificatoria y habría un repudio no explícito al dato biológico? Pero, además, y en este punto las investigaciones se mantienen en silencio, sabemos que el género y sus formas son lo que definen o delimitan el campo de lo sexual: los modos posibles e imposibles de la sexualidad y, por supuesto, las opresiones y transgresiones. Entonces vale la pregunta: ¿qué pasa con el deseo sexual de estas chicas?, ¿cómo se juegan sus proyecciones identificatorias en relación con los imperativos de heterosexualidad? Acaso el celibato que dicen corporizar, la falta de deseo sexual que dejan traslucir, no sea más que un gesto tranquilizador tanto para la cultura oriental como para la occidental.

 

INSTANTÁNEAS

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En Afganistán es una práctica común. Pero se hace a escondidas. Es imposible saber cuántas bacha posh hay.

Cuando deciden continuar su vida como varones, viven con miedo a ser descubiertas. Jack tiene 25 años y contra la opinión de su familia y a pesar de tener hermanas, decidió que nunca volvería a vestirse como mujer: “Me gusta que la gente piense que soy un chico”, explica. “No me interesan las relaciones en las que tienes un novio o una novia, o eso que en los países extranjeros creo que se llaman lesbianas. No me gustan ese tipo de cosas (…). A veces me siento sola, pero no quiero casarme. Prefiero esta vida.”

“Dentro de pocos años ella cambiará por voluntad o a la fuerza. No se trata de lo que ella quiera” (hermana de bacha posh, Miriam).

“Ser bacha posh no es malo en sí mismo. Siempre que se comporte correctamente desde el plano moral. Yo dejé a mi hija vivir como quería” (madre de Nagyr, 17 años).”

“Si mis padres me obligan a casarme, yo compensaré la tristeza de las mujeres de Afganistán y golpearé a mi marido tanto que él me llevará a la Corte cada día.”

“El problema con lxs bacha posh es que, simplemente, no saben cómo comportarse como mujeres. No saben actuar como esposas, no saben usar el burka. Tampoco saben cocinar o bajar la mirada (…). El hecho desafortunado es que las bacha posh existen en la vida real, pero no son reconocidas oficialmente por el Estado. No hay leyes que protejan a estos miembros ‘fantasma’ de la sociedad.” Fuente Página 12/ BBC Persa

Las “bacha posh”, porque es una vergüenza de ser mujer

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Niñas, las más vulnerables del planeta

 

 

 

Nos presídios de SP, crianças são obrigadas a assistir às revistas vexatórias das mães e a se despir diante das agentes para poder visitar os pais

Por Andrea Dip e Fernando Gazzaneo

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“Meu filho não é bandido. Ele tem apenas 5 anos e o Estado quer castigá-lo como castiga o pai, que já está preso e pagando pelo que fez”. A frase, carregada de indignação, é pronunciada com punhos cerrados sobre a mesa, pela paulistana A., mãe de dois filhos, profissional de vendas e estudante de direito. O marido foi preso há 3 anos e, desde então, a cada dois ou três meses, ela leva o filho R. para ver o pai.

Todas as vezes, na revista da entrada, ela e o filho passam pelo mesmo ritual:

“Nós entramos em um box, eu tiro toda a roupa, tenho que agachar três vezes, abrir minhas partes íntimas para a agente penitenciária, sentar em um banquinho metálico detector de metais, dar uma volta com os braços para cima e às vezes me mandam tossir, fazer força, depende de quem está revistando. Meu filho assiste tudo. Quando preciso abrir minhas partes íntimas, peço para ele virar de costas”, diz.

“Então chega a vez dele. Na penitenciária onde o pai esteve antes de ser transferido, as agentes passavam a mão por cima da roupa, mas quando T. foi transferido para um CDP aqui da capital paulista, a revista do meu filho mudou. Da primeira vez, a agente pediu para eu tirar toda a roupa dele. Eu achei estranho, disse que isso nunca tinha acontecido e ela respondeu que eram normas de lá. De luvas, ela tocou no ombro meu filho para que ele virasse, para ela ver dos dois lados, sacudiu suas roupinhas. Na hora eu disse ‘Não toca no meu filho. Você sabe que não pode fazer isso’. Ela ficou quieta e eu não debati, porque queria entrar logo, meu filho estava sem ver o pai há meses. O R. não sabe que o pai está preso, eu digo que ele trabalha lá empurrando aqueles carrinhos de comida que ficam na porta. Quando pergunta sobre as grades e as muralhas, eu digo que é para ninguém roubar ele de mim. Neste dia, quando ela pediu para tirar a roupa dele, eu disse: ‘Filhão, lembra que você teve catapora? A gente precisa tirar sua roupa para ver se você ainda tem, para não passar para o papai, tá bom?’ Ele disse ‘Tá bom mamãe, mas eu não tenho mais catapora”.

A. explica que ficou muito incomodada com aquilo. “O ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] diz que se uma mãe fizer seu filho passar por uma situação vexatória, de humilhação, deve pagar por isso. Mas o Estado, que criou essas leis, pode fazer meu filho passar por humilhação? Qual o sentido disso?” questiona. Ela conta que já quiseram até fazer seu filho passar sozinho pela revista masculina, com apenas 4 anos de idade, o que ela negou e conseguiu reverter. A situação ficou insustentável quando, num outro dia de visita, a mesma agente que havia feito o menino tirar a roupa, pediu para que além de ficar nu mais uma vez, R. levantasse os braços e desse uma volta.

“Ela fez igualzinho a revista de adultos e aquilo acabou comigo. Na hora eu perguntei se ela conhecia o ECA, se sabia que o que estava fazendo era crime e ela disse que não. Eu mandei chamar o coordenador do plantão, olhei bem para eles e disse ‘quero que vocês saibam que na segunda-feira vou processar o Estado pelo que vocês estão fazendo com o meu filho. O Estado vai prestar contas”, avisou.

CADA PRESÍDIO UMA SENTENÇA

A. procurou a Defensoria Pública de São Paulo, que abriu um procedimento junto à Corregedoria dos Presídios da Capital, pedindo que o caso fosse apurado e que o filho não precisasse mais passar por este tipo de revista, considerada vexatória, para ver o pai. Pediu também que fossem apuradas várias denúncias de revistas vexatórias de crianças e adolescentes nas unidades prisionais do Estado.

No processo, o diretor da unidade onde o pai de R. está, não nega que a revista íntima da criança tenha acontecido e diz que o procedimento é padrão. No mesmo documento, duas promotoras de justiça do Ministério Público de São Paulo dão determinações diferentes: uma diz que o pedido não merecia acolhimento já que todos são submetidos à revista por motivos de segurança e outra recomendou que as instituições penitenciárias não submetessem mais crianças e adolescentes a qualquer tipo de revista vexatória. O processo foi arquivado por falta de provas. A. e o filho R. não chegaram a ser ouvidos. “Eu pedi para ser ouvida. Pedi para que ouvissem meu filho. Mas nós fomos totalmente ignorados” lamenta A.

Patrick Cacicedo, coordenador do Núcleo Especializado de Situação Carcerária da Defensoria, que hoje recorre da decisão de arquivamento do processo de A., abriu um processo paralelo contra o Estado, para que indenize o menino R. Ele explica que não existe hoje no país uma lei específica sobre a revista. “Existe uma resolução do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária que diz que a revista manual íntima só pode ser autorizada em casos de fundada suspeita de que o revistando é portador de objeto ou substâncias proibidos legalmente e que deverá ter caráter objetivo, diante de fato identificado registrado pela administração, em livro próprio e assinado pelo revistado. Não é isso que se vê hoje nos presídios de São Paulo. Não existe qualquer norma que permita a revista de forma íntima e vexatória. Aqui a revista manual, íntima acaba sendo utilizada sempre, tanto para adultos quanto para crianças”, diz o defensor público.

A mesma resolução da CNPCP estabelece que a revista deveria ser feita de forma eletrônica – através de detector de metais, raio X e outros – na maioria dos casos. Em São Paulo, o Regimento Interno Padrão da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) diz que os agentes podem fazer revistas íntimas “quando necessário” e “em local reservado, por pessoa do mesmo sexo, preservadas a honra e a dignidade do revistado”.

No caso das crianças e adolescentes a revista manual é ainda mais grave, de acordo com o defensor: “Tocar em uma criança e fazer com que ela passe por situação constrangedora já fere o ECA de cara”, diz, referindo-se ao artigo 18 do Estatuto que estabelece: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.

A. diz que continua levando o filho para ver o pai a cada dois ou três meses, mas que nas últimas vezes o menino resolveu que não vai mais tirar a roupa e diz para as agentes que “elas já sabem que ele não tem mais catapora e por isso não precisa ficar pelado de novo”. “Se a agente for bacana, entende a situação e só apalpa por cima da roupa. Outras já são grosseiras e mandam tirar de qualque jeito, aí tenho que inventar outra história para ele” diz A.

“Essa prática é totalmente ilegal, inconstitucional e das mais graves violações de direitos humanos que existem no Brasil”, denuncia Patrick. “O objetivo dessas revistas vexatórias é que as pessoas não visitem mais seus parentes. Que não vejam todas as violações de direitos humanos que acontecem lá dentro. Você passa a punição para a família e o Estado usa de vários mecanismos para isso” acredita. “E o meio não atinge o fim porque se você faz essas revistas para que não entrem drogas e armas e celulares e estes continuam entrando, é porque não está adiantando”.

A SAP foi procurada diversas vezes pela reportagem para se pronunciar a respeito das denúncias mas informou não ter nada a dizer sobre o assunto e que desconhecia tais denúncias. O Ministério Público Estadual também não quis se pronunciar a respeito.

DEPOIMENTOS DOLORIDOS

Na sala da casa da líder comunitária Andreia Ferreira, em um bairro da periferia de Praia Grande, funciona como uma espécie de ouvidoria informal para as famílias de presidiários do litoral de SP. Por ali, é comum chegar, a qualquer hora do dia, pessoas que passaram por alguma situação constrangedora durante o acesso aos presídios. Na manhã do dia 12 de julho, várias mulheres se instalavam nos sofás e cadeiras distribuídas pela sala, para contar suas histórias. Após um longo silêncio, os depoimentos começam a surgir de forma tímida depois que elas foram avisadas de que suas identidades seriam guardadas.

A dona de casa M., de 24 anos, segurava a filha de 9 meses no colo, enquanto o outro filho, de 3 anos, desconfiado, brincava com a barra de sua saia. O garoto nasceu antes do pai, também de 24 anos, ir para o CDP de Praia Grande há pouco mais de dois anos. A segunda gravidez de M. aconteceu durante uma visita íntima na cela do companheiro. Durante a gestação, ela não deixou de visitar o marido. “A gente passa todo esse tempo sendo revistada e não se acostuma nunca com o jeito que eles fazem isso. É falta de dignidade” diz antes de detalhar o procedimento. “Eu vou para uma sala pequena com outras quatro, cinco mulheres. Na frente dos meus filhos, eu tiro a roupa e agacho três vezes com as pernas abertas. Depois, sento em um banco de metal, que serve pra ver se tem coisa guardada dentro de mim. O menino observa tudo”. Então, é a vez do garoto. Para que o menino não fique assustado, M. costuma inventar uma história, de que aquilo é um exame médico ou que as carceireiras estão procurando um objeto perdido entre as roupas do filho. “Elas [carcereiras] não tocam em mim, mas sempre passam a mão no corpo dele. Tocam em todas as partes, por cima da roupa”. O jeito com que a revista é feita, diz ela, depende de cada funcionária. “Tem umas mais educadas, outras mais estúpidas, que gritam, ficam apressando. Às vezes, até xingam. Da minha menor, eu tenho que tirar a fralda, mostrar para a carcereira e depois vestir a menina de novo. Só depois disso passamos pelo detector de metais e vamos para o pátio onde marido está esperando a gente”. Uma vez, a revista de M. não terminou nos habituais 15 minutos. Isso porque uma agente penitenciária achou que a moça escondia drogas na vagina. Para confirmar a suspeita, M. foi levada para o PS, junto com os filhos. “Queriam que os médicos examinassem dentro de mim para ver se eu tinha droga. Fiquei das 11h às 16h, esperando alguém para fazer isso. Nenhum médico quis. Decidiram então só me colocar em uma sala de Raio-X. Não tinha nada escondido. Me deixaram ir embora, mas não me permitiram ter uma cópia do exame que fizeram em mim” lembra.

Depois da condenação, o marido de M. foi transferido para um presídio no interior de São Paulo. Mas a distância e o incomodo que disse sentir ao ver os filhos sendo revistados não são obstáculos para visitar o companheiro. “Vou continuar levando eles pra ver o pai. Eu vou fazer assim: um mês eu levo. Outro mês não. Meu marido pede pra ver os filhos”.

MÃE, VOCÊ TÁ PELADA?

Heidi Cerneka, do Instituto Terra Trabalho e Cidadania e da coordenação da Pastoral Carcerária de São Paulo, já ouviu muitos depoimentos como esse: “Segundo a Constituição, a pena não pode passar da pessoa do preso, mas o que a gente vê hoje é o contrário. Com estas humilhações, a família acaba não indo mais visitar ou o próprio preso pede para não ir. E a lei garante o vínculo familiar. Sem a visita, você garante como? Por carta? Que é violada e lida antes?”

Para Heidi, muitas mulheres acabam se convencendo de que aquela é uma situação tolerável para não sofrerem ainda mais: “São pessoas que vivem cotidianamente com violações. Para elas essa é só mais uma violação. Muitas se convencem de que não é nada para conseguirem aguentar. Porque ficar indignada e horrorizada toda semana é dificil. Você tem dois trabalhos: se indignar e desindignar, porque se ela entra chorando, o preso fica agitado. E a maioria não sabe o que fazer, a quem recorrer”.

D., de 21 anos, cunhada de M., também tem um marido preso no CDP de Praia Grande. Ela conta que ela e o filho passam pelo mesmo procedimento de revista narrado por M. “É constrangedor por causa da ignorância das carcereiras. Elas têm que passar a mão no corpo do menino e eu não acho que deveria ser assim, porque é criança. Né? Meu filho entende tudo, me pergunta: ‘Mãe, você tá pelada?’ Quando é revistado, ele tenta afastar a mão da carcereira, fica com um olhar assustado. Na escola, a professora me disse ele imita pros coleguinhas como eu faço quando sou revistada. Abaixa e levanta, abaixa e levanta…isso já ficou marcado na cabeça dele”.

Em uma das visitas, uma agente penitenciária avisou que o filho de P., esposa de outro preso, não poderia entrar com o tênis de pisca-pisca na parte traseira. “Eu retruquei, disse que o moleque já tinha entrado outras vezes com o calçado, mas ela não cedeu. Precisei sair e rasgar o tênis para tirar o pisca-pisca. O menino chorou, porque o tênis era novinho”.

“Criança maiorzinha, com uns 10 anos, já passa sozinha na revista. O menino vai para uma fila e a mãe para outra. E não tem jeito. Se discutir não entra, e ainda corre o risco de ficar suspensa da visita”, relata ainda P.

Sentada em uma cadeira no canto da sala, E., de 14 anos, ouve em silêncio o relato das mulheres durante quase três horas. Quando decidiu se manifestar, a voz saiu fraca e as lágrimas lavaram seu rosto. Desde criança, a jovem visita o pai na cadeia. “Não me lembro como eles faziam a revista quando eu menor. Só não esqueço dos xingamentos”, conta a jovem, chorando. Na fila, ela conta que sempre fica à frente da avó, mas nem sempre as duas entram juntas na sala para serem revistadas.

A adolescente passa pelos mesmos procedimentos pelos quais as mulheres mais velhas são submetidas. “Me sinto mal de ficar nua com um monte de mulher que não conheço. A cada 15 dias, preciso passar por essa situação. Uma vez, a carcereira me acusou de estar escondendo alguma coisa no sutiã. Ela me fez rasgar ele para provar que não tinha nada. Me sentia constrangida, com vergonha. Mas segurei o choro, porque tinha medo de não conseguir entrar para ver meu pai”.

“COISA DE CAMPO DE CONCENTRAÇÃO”

Márcia Badaró, psicóloga que trabalhou por cerca de 30 anos na Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, diz que é impossível prever que tipos de danos psicológicos essas violações podem causar às crianças e adolescentes: “É claro que cada um vai reagir e perceber aquela situação de um modo particular. Mas principalmente para uma criança maior e para um pré-adolescente, que já têm consciência e preocupação com o corpo, ser obrigado a se expor assim diante de pessoas que não conhece, é de uma violência emocional absurda. Para os pequenos, aquilo causa um desconforto mas eles ainda não entendem – só sabem que é algo inusitado, por isso levam a experiência para a escola, por exemplo. Mas a experiência pode resultar em uma desqualificação do próprio corpo e na banalização daquela violência”.

Para o desembargador Antonio Carlos Malheiros, coordenador da Vara de Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo, a revista relatada pelas mulheres é “coisa de campo de concentração” e está “totalmente em desacordo com o ECA e a Constituição Federal”. Ele afirma que não sabia do procedimento em crianças e adolescentes e que recentemente apenas ele e mais um desembargador votaram a favor do fim da revista íntima de mulheres na Comarca de Taubaté. Na conclusão do acórdão, que você pode ler na íntegra aqui, são encontradas frases como “O texto não denota obrigatoriedade pois se trata de mera condição [a revista] àquele que insiste no contato pessoal com o presidiário”.

Malheiros vê um endurecimento criminal no judiciário, no sistema penitenciário e na sociedade em geral: “Se você provocar um radical conservador ele vai dizer ‘quem manda ser casada com bandido?’ Falta normatização, falta vontade política, coragem política. Cuidar da dignidade de preso não dá voto, pelo contrário, você perde voto. Quanto mais você cercear os direitos do preso, quanto mais duro você for, mais você ganha. Falar de redução da maioridade penal, pena de morte, prisão perpétua, isso dá ponto. Tenho certeza que se eu perguntar na minha própria família, muita gente vai dizer ‘pô, você está se preocupando com isso? O cara é bandido, que se dane ele, a família, o filho, a mãe. Isso se reflete nas outras instâncias, infelizmente”. O desembargador também discorda de que estes procedimentos impeçam drogas, celulares e armas de entrar nos presídios: “Entram drogas, armas, com essa revista vexatória, ou não. O próprio pessoal do sistema que é comprado ou ameaçado deixa passar”.

Em comunicado por e-mail via assessoria de imprensa, Paulo Eduardo de Almeida Sorci, juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça do TJSP, afirmou: “A revista em crianças e adolescentes, quando de seu ingresso em estabelecimento penal por ocasião da visita ao preso, é atividade puramente administrativa e de responsabilidade direta do diretor do estabelecimento penal”. No mesmo e-mail, declarou: “Na verdade, não há muita diferença – no sistema carcerário – do que vem ocorrendo em estádios e aeroportos. Todos os visitantes de presídios devem ser revistados, independentemente da idade”.

Sorci disse ainda que “O Artigo 3º da Lei nº 10.792/2003 estabelece que os estabelecimentos penitenciários passarão a dispor de aparelho detector de metais, quais devem se submeter todos que queiram ter acesso ao referido estabelecimento, aos ainda que exerçam qualquer cargo ou função pública. Isso significa que o legislador legitimou a revista corporal direta (com contato físico) para toda e qualquer hipótese em que o dispositivo de segurança constatar objetiva e tecnicamente alguma irregularidade, ou seja, a possível presença de objeto de posse vedada e tipificada”.

PODERIA SER DIFERENTE

Defensores dos direitos humanos e especialistas do direito como o Carlos Moriath, ex- coordenador de Elaboração e Consolidação de Atos Normativos do Departamento Penitenciário Nacional e professor de Investigação Policial da Academia Nacional de Polícia, concordam que uma solução à revista dos familiares seria a criação de um espaço reservado para as visitas onde, após o contato, os próprios presos seriam revistados antes de voltar para suas celas. “Por uma questão de lógica, penso que este tipo de revista nos visitantes não resolve. Se a revista íntima é realizada mesmo ao arrepio das norma e os males ainda permanecem, é sinal que algo vai mal. Se ela fosse a solução dos problemas de segurança, não haveria mais produtos ilícitos no interior dos presídios. O ideal seria que o preso sofresse forte revista, inclusive íntima se necessário, após cada visita”.

Segundo Gabriela Ferraz, advogada do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania, vários estados já proibiram a revista íntima vexatória de crianças, adolescentes e adultos em seus presídios. Entre eles estão Paraíba, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás. “Isso já é alguma coisa, mas só acentua a desigualdade com os outros estados. Nosso objetivo hoje é levar à votação o projeto de lei criado pela deputada Iriny Lopes (PT-ES) que dispõe especificamente sobre a revista nos presídios de todo o país, proíbe a revista íntima de crianças e adolescentes e permite a de adultos somente em casos de fundadas suspeitas” explica.

A deputada Iriny diz que pretende apresentar o projeto em 2014 ou quando o deputado Marco Feliciano (PSC) deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. “Eu criei esse projeto porque recebi muitas denúncias desse tipo de conduta especialmente com crianças que tinham que expor suas partes íntimas durante a revista com espelho, para ver se não tinha algo dentro, de meninas e meninos, esposas e mães de detentos. Retirei o projeto da pauta de 2013, assim como outros colegas, em protesto pela eleição de Feliciano mas pretendo retomar em 2014. Na verdade lamento que haja a necessidade de se criar uma lei para isso. Essa conduta nos envergonha diante dos organismos internacionais de direitos humanos. É padrão e é escandaloso” diz a deputada.

Segundo dados fornecidos pela SAP, foram encontrados 1222 celulares nas unidades prisionais do Estado de São Paulo no primeiro trimestre de 2013. Destes, apenas 104 foram apreendidos durante a revista dos visitantes. A assessoria da Secretaria diz não possuir levantamento do número de drogas e armas apreendidas ou o quanto disso foi apreendido com crianças e adolescentes.

BAIXE AQUI, em primeira mão, cartilha produzida pela Defensoria do Estado de São Paulo que explica como e onde denunciar casos de revistas vexatórias.

A rapariga violada em 1977 por Polanski conta a sua história e critica os media, advogados e juízes

por Joana Amaral Cardoso

Publico/ PT

Capa do livro. Samantha Geimer lançou esta terça-feira nos EUA as suas memórias e queixa-se da exploração do caso

Capa do livro. Samantha Geimer lançou esta terça-feira nos EUA as suas memórias e queixa-se da exploração do caso

Trinta e seis anos depois de ter sido violada pelo realizador Roman Polanski em Hollywood, Samantha Geimer, hoje com 50 anos e mãe de três filhos, queixa-se sobretudo da exploração do caso por parte dos media, mas também por parte de advogados e juízes que alimentaram o que chama a “indústria da vítima”. Geimer lançou esta terça-feira nos EUA as suas memórias: The Girl: A Life in the Shadow of Roman Polanski. A foto da capa é da autoria do próprio Polanski, que lhe pediu desculpas pelo impacto que os seus actos tiveram na vida de uma então menina de 13 anos que posava para a revista Vogue.

The Girl: A Life in the Shadow of Roman Polanski nasce da decisão de Samantha Geimer, então Samantha Gailey, de contar a sua versão da história com descrições que o Los Angeles Times categoriza como “contidas” e revisitando algumas das polémicas que envolveram o caso. À BBC, Samantha Geimer confirma o que descreve na obra (escrita em colaboração com um escritor que não é identificado): que preferia passar pela violação novamente do que pelas sessões no tribunal californiano onde teve de reviver o acto e de provar, com a família toda envolvida, o que tinha acontecido naquela tarde na mansão de Jack Nicholson em Mulholland Drive.

Porquê, pergunta a jornalista do programa Hard Talk? “A violação foi dez minutos e o testemunho perante um Grande Júri foi um dia e envolveu a minha mãe, a minha irmã, o meu namorado e foi apenas um só dia em semanas pelas quais tive de passar.”

A história que Samantha Geimer teve de contar e voltar a contar tornou-se numa triste parte de um certo folclore da Hollywood da década de 1970. Samantha já tinha sido fotografada por Polanski, o jovem e venerado realizador filho de judeus polacos que escapou ao Holocausto e cuja mulher, a bela actriz Sharon Tate, fora morta anos antes pelo grupo de Charles Manson. Cerca de três semanas antes da violação, o realizador foi até casa da jovem que era modelo, em Woodland Hills, nos arredores de Los Angeles, e fotografou-a pela primeira vez. Segundo a Hollywood Reporter, tê-la-á convencido a posar sem camisola.

Depois, mais precisamente a 10 de Março de 1977, Samantha chegava, autorizada pela mãe, a casa de Jack Nicholson no Mercedes alugado de Polanski para a sessão que deveria ser publicada na edição francesa da revista Vogue. A mãe de Samantha era actriz e tinha conhecido Roman Polanski numa festa. “Pensei: ‘Meu, agora vou ser famosa’”, recorda Samantha, citada pelo Los Angeles Times. “Metemos-me na Vogue Paris e depois talvez consiga um bom papel [no cinema ou televisão]”, continua. “Foi isso que pensámos que era – uma hipótese, a minha grande oportunidade.”

Contudo, em vez de a fotografar, ele deu-lhe champanhe e um conhecido analgésico usado no mercado paralelo como estupefaciente, o Quaalude, e, segundo os registos judiciais, violou-a analmente depois de saber que ela não tomava qualquer contraceptivo. Logo em Abril, durante o rocambolesco processo legal inicial (houve outros), Polanski declarava-se inocente, defendendo que o sexo entre os dois fora consensual. Samantha negou. Na época, descreveu aos jornais o que dissera: “Eu disse: ‘Não, não! Não quero ir para ali! Não, não quero fazer isto! Não!’, e depois não sabia o que fazer. Estávamos sozinhos e eu não sabia o que aconteceria se eu fizesse uma cena. Estava com medo e, depois de resistir um pouco, pensei: ‘Bom, a seguir posso ir para casa'”.

No livro agora publicado, Samantha Geimer descreve como lidou com o momento da violação. “Eu digo: ‘Não, vá lá!’, mas entre o comprimido e o champanhe é como se a minha própria voz estivesse muito longe.” Nessa noite, a mãe de Samantha denunciou o sucedido à polícia. Aí, começou o que ela recorda de forma mais traumática – ou não. Samantha diz ter esquecido grande parte do que se passou no ano após a violação.

O processo foi conturbado e durou meses, terminando com uma curta pena para Polanski pelo crime de relações sexuais com uma menor e com a fuga do realizador dos EUA em 1978 por temer voltar à prisão. Em 1988, Samantha processa-o no tribunal cível por agressão sexual e passados dez anos paga à sua vítima uma indemnização de 225 mil dólares, que, revela agora, usou na educação dos seus três filhos. Polanski voltaria a ser detido, por ter um mandado de captura ainda pendente, em 2009, na Suíça. Ficou em prisão domiciliária durante meses até ser rejeitada a sua extradição para os EUA.

Durante todos estes capítulos legais, Samantha Geimer diz ter-se sentido como uma personagem explorada. Não só por algumas pessoas terem questionado publicamente a sua versão dos factos, mas também por terem criticado a sua postura enquanto vítima e, sobretudo, pela forma como a fizeram sentir uma personagem secundária numa história protagonizada pelo mediático e oscarizado (por O Pianista) Roman Polanski. Usar uma foto da sua autoria na capa do livro editado pela Atria é uma forma de recuperar algum controlo sobre a sua história, diz a editora.

“Não deviam poder tornar o que me aconteceu ainda pior só porque é mais interessante”, diz dos jornalistas, dos advogados, dos juízes. “Fazem com que nos sintamos mal e sejamos uma vítima para que outros possam usar-nos como lhes aprouver”, queixa-se ao LA Times. Confrontada pela BBC com a sua hesitação assumida sobre se iria à polícia se tivesse uma filha que fosse violada aos 13 anos, Samantha Geimer volta a hesitar sobre o que faria. “Provavelmente [iria à polícia], mas poderia pensar nisso cuidadosamente depois da minha própria experiência – porque não quereria torná-lo pior do que ser violada.”

A edição de Outubro da Vanity Fair entrevista Roman Polanski a propósito do seu novo filme, D, e o tema Samantha Geimer é incontornável, com Samantha a responder por email à revista que o que aconteceu naquele dia de Março de 1977 “foi violação”. “Não só porque eu era menor, mas também porque não consenti. A minha hesitação em andar a usar a palavra violação é porque na minha cabeça essa palavra implica um nível de violência que não ocorreu no meu caso”, reitera.

Ao anunciar o livro, em 2012, avisava: “Sou mais do que ‘a rapariga vítima sexual’ [e] ofereço a minha história agora sem raiva, mas com um propósito – partilhar uma história que recupere a minha identidade”. Nos últimos anos, Samantha Geimer, hoje uma secretária casada com Dave Geimer, que trabalha no ramo imobiliário, voltou a estar na berlinda – aquando da detenção de Roman Polanski na Suíça, aquando da feitura do documentário Roman Polanski: Wanted and Desired, de Marina Zenovich (2008). Publicou artigos de opinião e prestou declarações defendendo o direito de Roman Polanski continuar a viver normalmente.

Quando viu Roman Polanski: Wanted and Desired, Polanski escreveu uma carta a Samantha Geimer. Faz agora parte do livro The Girl e nela o realizador de Chinatown e A Semente do Mal diz lamentar a forma como afectou a vida de Samantha.

La infancia no es una patología

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Con el objetivo de impulsar el debate sobre la medicalización de los problemas de comportamiento de niños y adolescentes, se lleva a cabo desde el jueves la cuarta edición del “Simposio sobre Patologización de la Infancia”, en Buenos Aires.

En el simposio se presentaron más de cien experiencias de equipos profesionales de hospitales, escuelas y centros de atención barrial, en el marco del debate sobre la patologización de la infancia. Allí, profesionales del campo de la salud y la educación cuestionaron las etiquetas que con frecuencia se utilizan para diagnosticar algunos problemas de comportamiento y reflexionaron sobre formas alternativas de intervención.

Problemas como falta o pérdida de atención en el hogar o en la escuela están vinculados muchas veces con la cada vez mayor presencia de las nuevas tecnologías: juegos electrónicos, chateos, redes sociales y música. Estas situaciones de dispersión han sido abordadas por las llamadas neurociencias: desde esa perspectiva, la causa radica en las neuronas o, más bien, en las terminales que segregan neurotransmisores. Desde este punto de vista, el mal funcionamiento del cerebro es el que hace padecer al chico y a su entorno.

Otra perspectiva, en cambio, tiende a considerar la situación global del niño, su familia y su época: el problema no está en el cerebro, sino en los vínculos con las personas y las instituciones y en la representación del mundo que tienen los chicos. Para esta corriente, las nuevas “etiquetas” con la que se patologiza a los niños constituyen “clasificaciones empobrecedoras”.

Se trata de una tendencia que tiene su fundamento teórico en el Manual de la Academia de Psiquiatría (DSM) de los Estados Unidos, que en pocos días dará a conocer al mundo su quinta edición. Desde esta perspectiva, han ido surgiendo y multiplicándose diferentes clasificaciones encabezadas por el mal llamado ADD o ADHD, Trastornos Generalizados del Desarrollo, Trastornos Oposicionistas o el Trastorno Bipolar Infantil.

“Estamos ante un caso de clasificación ‘chatarra’ que, como esa comida, trae consecuencias en el organismo y en la vida de los niños. Pues el DSM y las clasificaciones en general reducen las prácticas sociales complejas como criar, educar, diagnosticar y curar a procedimientos ‘técnicos’”, sostiene Juan Vasen, psiquiatra infanto-juvenil y psicoanalista. El profesional advierte que “la técnica es encantadora, casi mágica: miles de padres, docentes y profesionales creen que están contribuyendo, a través de ella y sus fármacos, al control sobre fenómenos de nuestra ‘naturaleza’”.

El simposio reunió a más de mil trescientos profesionales de la salud y la educación, que trabajan con niños y adolescentes, docentes, psicólogos, pediatras, psicopedagogos, trabajadores sociales y de la cultura que creen que un niño no puede ser un “trastorno” y que consideran que el sufrimiento no puede ser catalogado mediante siglas como ADD, TGD, TOC o TEA.

“En los últimos años, ha aumentado de modo alarmante la cantidad de niños rotulados y el avance de las formas tecnocráticas de ‘diagnóstico’ (screenings y tests reduccionistas y masivos) aplicados a diferentes cuadros”, advierten los organizadores. Por eso, el objetivo de los profesionales es “el cuestionamiento de algunos diagnósticos que, con mucha facilidad, se endosan a niños y a adolescentes, sin tener en cuenta su singularidad ni la época, así como tampoco la complejidad del funcionamiento psíquico en la infancia y en la adolescencia”.

“Al objetivar así el padecer –sostienen–, se termina por considerar el comportamiento como algo estático: un trastorno endógeno y atemporal. Si, en cambio, consideramos que todo niño es un sujeto en devenir, que está transitando momentos de la vida que se definen por la transformación, entonces nuestras prácticas deberán tomar nota de esto a la hora de intervenir para paliar su sufrimiento.”

De ese modo, en el encuentro se trabajó en los recursos y estrategias para implementar en las aulas y en la clínica, con niños, niñas y adolescentes y con sus familias. “No sólo se trata de considerar las acciones individuales, sino de tener en cuenta el nivel de las políticas públicas, porque ellas pueden generar una mayor inclusión social y propiciar diferentes impactos en la salud física y mental”, argumentaron.

Se trata de tener en cuenta los derechos universales de niños, niñas y adolescentes, con particular atención en aquellos que atraviesan situaciones de mayor vulnerabilidad social y exclusión, cuyas manifestaciones se confunden frecuentemente con patologías psíquicas a las que se le suele atribuir una causa orgánica.

En definitiva, el eje del encuentro transitó sobre la contradicción entre intervenciones que clasifican y patologizan a los niños, fomentando la creciente medicalización, frente a otras basadas en una “escucha comprensiva” de las múltiples dimensiones en juego de los síntomas y trastornos.

“No es lo mismo clasificar que diagnosticar, reconocer sufrimiento que patologizar, prescribir medicamentos con criterio científico y pertinente, que medicalizar la vida”, definen. Es que, advierten, la presencia crecientemente naturalizada de los psicofármacos en la vida diaria y el avance de una mercantilización, apunta a “ampliar un mercado de medicamentos en permanente expansión y a reducir la infinita riqueza de las relaciones sociales a relaciones mercado-consumidor/cliente”.

Página 12

 

futuro criança indignados luta

OS PERIGOS DA ADULTIZAÇÃO INFANTIL

por Marcos Tuler

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OS VILÕES DA INFÂNCIA
Durante muitos séculos a sociedade agiu de maneira indiferente com relação à infância. As crianças, de maneira muitas vezes sutil ou subliminar, são pressionadas a serem pequenos adultos. Imitam hábitos e costumes dos adultos e muitas vezes já nem sentem alegria pela infância, seu desejo é alcançar a maioridade.
1. As mídias, de modo geral. Em se tratando de poder, as mídias são atualmente fortes instrumentos de influência e manipulação na educação e construção desses novos seres “adultizados”. No Brasil, as músicas que as crianças cantam, não são mais tão infantis. As maquiagens, roupas e calçados copiam o adulto como se os gostos fossem os mesmos. As danças sensuais e canções com palavras obscenas já fazem parte do repertório preferido dos pequenos. Meninas usam roupas e objetos que estimulam a sexualidade precoce, assistem aos mesmos programas de televisão e falam a mesma linguagem dos adultos. Garotinhas usam salto alto e meninos de apenas cinco anos de idade já querem se vestir como adultos e já não aceitam usar roupas que possuam qualquer desenho infantil que os faça parecer crianças. Abraçar e pegar na mão do filho é considerado motivo de vergonha. Crianças trabalham e apresentam programas de televisão.
2. Videogames e filmes. Os jogos infantis também mudaram, a diversão agora são os videogames e os filmes repletos de violência. Os brinquedos já vêm prontos, tudo é industrializado, só é preciso manusear. Campeonatos infantis é atração para os pais, que cobram dos filhos ótimos resultados de placar. E quanto a alimentação não há mais distinção entre o lanche do adulto e da criança, todos devem saborear os deliciosos “hambúrgueres” em qualquer tempo. Sem falar da literatura infantil que também está mudando. Até as ruas que antigamente eram lugar de socialização, hoje refletem a falta de relacionamento e interação entre pessoas.

2
REAIS OBJETIVOS DA ADULTIZAÇÃO
Mas afinal, qual a razão de se negar às crianças a alegria das brincadeiras espontâneas? Por que lhes podar a criatividade de fabricarem seus próprios brinquedos? Qual o motivo da sociedade aplaudir tudo isso como se fosse algo natural?
1. Interesse econômico. O fato inegável é que há um interesse econômico por detrás desta realidade. Uma intenção que possui um objetivo: educar as crianças a serem consumidores em potencial. Educar para o consumo e para a submissão de idéias. Produzir consumidores mirins que satisfarão cada vez mais os desejos desse sistema que insiste em condicionar o verdadeiro sentido da infância ao status, dinheiro e mecanização. As crianças estão sendo pressionadas a crescerem depressa, quando na verdade deveriam respeitar seu processo de desenvolvimento, pois não pensam, não sentem nem aprendem como os adultos. Elas precisam de tempo para crescer e pressioná-las a viver como adultas só produzirão seres com dificuldades, inseguranças e conflitos no futuro. (Transcrevi Trechos) Leia mais 

3

Para ilustrar exemplarmente a página, escolhi fotos do blog de Claudia Ioschpe, que escreveu:
Em fotos provocantes, a modelo de 10 anos Thylane Lena-Rose Blondeau está causando polêmica no mundo da moda. A top aparece deitada entre almofadas com estampas de onça e pintando os lábios.

O ensaio na revista Vogue Enfants causou críticas de ONGs de proteção à criança. Segundo matéria publicada no site da ABC News, ativistas criticam duramente a publicação por expôr a menina em situações com temática sensual.

Thylane é considerada uma grande promessa na moda. Nascida na Costa do Marfim, a modelo já foi comparada a Brigitte Bardot, que também causou polêmica ao posar para a revista Elle aos 15 anos.

 4

Niños de 12 años de edad graban video pornográfico

Escuela Mateo Reyes

Escuela Mateo Reyes

Gran polémica se ha desatado en Campeche, Mexico, luego de que cinco niños de sexto grado de primaria del municipio de Calkiní, se videograbaron sosteniendo relaciones sexuales entre sí, en un salón de clases de la escuela primaria Mateo Reyes. Los estudiantes que no rebasan los 12 años de edad aprovecharon el recreo para grabar el video-porno dentro del aula.

Los hechos quedaron al descubierto luego de que la madre de uno de los estudiantes lo sorprendió viendo el material en su celular, en la grabación aparecen tres de los menores sosteniendo relaciones sexuales mientras uno más observa y otro graba la escena, tras concluir la grabación los jovencitos intercambiaron el material en sus celulares.

La madre del niño refiere que identificó a uno de los niños, por lo que acudió a buscar a la progenitora de esté para reclamarle, la mujer a su vez se puso furiosa y acudió con el maestro y director del plantel escolar para reclamarles su falta de atención hacia sus alumnos.

Posteriormente, acudió ante la Procuraduría General de Justicia del Estado de Campeche a presentar una denuncia para que se investigue el origen del video, quienes participaron y quién o quiénes ordenaron a los menores sostener relaciones sexuales y grabar la escena.

Sergio Rosado Rodríguez, secretario particular del Procurador de Justicia de Campeche, Renato Sales Heredia, explicó a medios locales que el expediente fue integrado en la agencia especializada en justicia para adolescentes.

“Con fecha 4 de mayo, del año en curso, la agencia inició el expediente A/CH/2923/JA/2012 por ciertos hechos, en los cuales se llevan a cabo las investigaciones correspondientes, aplicando los derechos del niño y los protocolos de protección a los menores”.

En tanto que el Secretario de Educación en Campeche, Francisco Ortiz Betancourt, confirmó la existencia del video y ordenó a su vez una exhaustiva investigación al interior del plantel para deslindar responsabilidades.

Este hecho vuelve a poner de nueva cuenta el fenómeno denominado “sexting”: anglicismo utilizado para referirse al envío de contenidos eróticos o pornográficos por medio de teléfonos celulares o vía internet a través de computadoras.

Según la ASI –organización civil mexicana dedicada a proporcionar orientación a alumnos y maestros acerca de los peligros a los que se exponen a través de Internet y dispositivos móviles el sexting es sumamente popular sobre todo entre adolescentes de 12 a 16 años.

El 90 por ciento suelen ser mujeres que aceptan por grabadas por amigos y/o parejas en poses eróticas o bien sosteniendo relaciones sexuales.

La organización, estadounidense ConnectSafely, expone como principales razones para ceder a ser grabado: un romance juvenil, coqueteo, lucimiento, impulsividad, presión de los amigos, venganza, intimidación y chantaje…

Vídeo:No es la primera vez que los menores graban videos de contenido sexual

Video: Opinan Sobre Video Pornográfico Protagonizado por Alumnos