Doleiro Youssef atuou em refinarias do Paraná e Pernambuco

BRA_FDL Youssef comeu dinheiro Paraná

 

Folha de Londrina – Indícios de superfaturamento nas obras de modernização da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, podem ter relação com esquemas de desvio de dinheiro operados pelo doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). A reportagem apurou que a PF avança para descobrir se a Repar, localizada em Araucária, cidade da Região Metropolitana de Curitiba, também foi alvo de um esquema semelhante ao tratado pelo Ministério Público Federal (MPF) na denúncia envolvendo outra refinaria da Petrobras, a Abreu e Lima, na cidade de Ipojuca, em Pernambuco.

Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam que dos 19 contratos firmados no ano de 2009 para execução de obras de modernização e adequação do sistema de produção da Repar, pelo menos sete têm indícios de superfaturamento e até hoje não tiveram sua análise concluída pelo órgão em Brasília.

O principal procedimento aberto pelo TCU para verificar as supostas irregularidades na Repar teve sua confidencialidade alterada para “sigilosa” no último dia 21 de março, quatro dias depois da deflagração da primeira fase da Operação Lava Jato. Procurada ontem pela reportagem, a assessoria de imprensa do TCU disse que nenhuma informação sobre processos em andamento, incluindo os que envolvem a Repar, pode ser divulgada.

Em 2011, após reiterados alertas do TCU sobre as obras na Repar, a Comissão de Serviços e Infraestrutura do Senado chegou a organizar uma audiência pública para tratar do tema. Na ocasião, técnicos do TCU revelaram que o sobrepreço identificado nos contratos chegaria a R$ 1,4 bilhão.

Entre as empresas e consórcios que firmaram contratos para as obras na Repar, está a Camargo Correa S/A, citada na denúncia do MPF que trata da refinaria de Pernambuco. Investigações da PF apontam para um desvio milionário de recursos na Abreu e Lima através do Consórcio Nacional Camargo Correa (CNCC), que teria subcontratado empresas ligadas ao doleiro e ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, também preso na Operação Lava Jato.

 

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Olinda é só para os olhos. Ainda permanecem as ruas poéticas

OLINDA
(Do alto do mosteiro, um frade a vê)
por Carlos Pena Filho

Igreja e Mosteiro de São Bento, Olinda

Igreja e Mosteiro de São Bento, Olinda

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De limpeza e claridade
é a paisagem defronte.
Tão limpa que se dissolve
a linha do horizonte.

As paisagens muito claras
não são paisagens, são lentes.
São íris, sol, aguaverde
ou claridade somente.

Olinda é só para os olhos,
não se apalpa, é só desejo.
Ninguém diz: é lá que eu moro.
Diz somente: é lá que eu vejo.

Tem verdágua e não se sabe,
a não ser quando se sai.
Não porque antes se visse,
mas porque não se vê mais.

As claras paisagens dormem
no olhar, quando em existência.
Diluídas, evaporadas,
só se reúnem na ausência.

Limpeza tal só imagino
que possa haver nas vivendas
das aves, nas áreas altas,
muito além do além das lendas.

Os acidentes, na luz,
não são, existem por ela.
Não há nem pontos ao menos,
nem há mar, nem céu, nem velas.

Quando a luz é muito intensa
É quando mais frágil é:
planície, que de tão plana
parecesse em pé

OS POETAS
por Sylvio de Oliveira

.

(fragmentos)

Mas ainda permanecem
as ruas poéticas
de nomes e de poetas
que cantaram rios
exploraram ruas
e amaram tanto
a cidade sua
que entram em prantos
e quedam mudos
se recordarem
suas figuras
suas passagens
e seus poemas
como os lembrados
e sempre-vivos
(…) Manuel Bandeira
de Evocação do Recife
do Recife sempiterno
jamais do Recife Morto
Joaquim Cardoso
de Mundos Paralelos
seu mundo recifense
de muitos amigos
e calculados elos
de arquitetura urbana
Deolindo Tavares
nosso colega inquieto
da turma de Direito –
estas paisagens que encheram
meus olhos e que muito amei
Carlos Pena Filho
que em Vertigem Lúcida
a vida viveu
e súbito morreu
em floração de abismos

Faca que corta a tua glote e todo o gasto do teu gesto

UMA FACA SÓ LÂMINA
OU
SERVENTIA DAS IDÉIAS FIXAS
por João Cabral de Melo Neto

.

(trechos)

F
Quer seja aquela bala
ou outra qualquer imagem,
seja mesmo um relógio
a ferida que guarde,

ou ainda uma faca
que só tivesse lâmina,
de todas as imagens
a mais voraz e gráfica,

ninguém do próprio corpo
poderá retirá-la,
não importa se é bala
nem se é relógio ou faca,

nem importa qual seja
a raça dessa lâmina:
faca mansa de mesa,
feroz pernambucana.

E se não a retira
quem sofre sua rapina,
menos pode arrancá-la
nenhuma mão vizinha.

Não pode contra ela
a inteira medicina
de facas numerais
e aritméticas pinças.

Nem ainda a polícia
com seus cirurgiões
e até nem mesmo o tempo
com os seus algodões.

E nem a mão de quem
sem o saber plantou
bala, relógio ou faca,
imagens de furor.

 

João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto

 

À ESCOLA DAS FACAS
a João Cabral
por Francisco Bandeira de Mello

.

A escolha das facas
(e faca pernambucana,
pontiaguda, só lâmina)
dá-lhe direito a um título
que nenhuma escola.
Face à faca escolhida
não de côrte mas de corte
mas de mote não de glosa
(esta se perde no longo
ou logro que se estende
em teorias e retóricas)
faca que corta a tua glote
e todo o gasto do teu gesto
mais que brilha na mesa
imensa de jacarandá e pratas
serve à simples cintura
de uma fome específica.
Faca, enfim, que fica bem mais
própria à palmatória mestra
que à mostra de palmas nas escolas.

 

 

Que seja criado o Museu de Arte Moderna José de Sousa Alencar

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José de Sousa Alencar era um colecionador de artes, além de crítico de cinema, teatro e pintura. Lançou vários artistas, hoje famosos.

Sua pinacoteca deveria ser transformada em museu pelo importante acervo de pinturas, focado na característica artística pernambucana.

Importante salientar que a Prefeitura do Recife não possui museu, biblioteca pública, nem promove nenhum evento cultural que movimente a Cidade e tenha repercussão Nacional.

Tudo que o governo do Estado fez pela Cultura tem mais de meio século.

TEATRO SANTA ISABEL – A ideia de construir um teatro público no Recife foi do então presidente da província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, barão, visconde e depois conde da Boa Vista.

Em 30 de abril de 1839, ele assinou a Lei número 74, autorizando a construção de um teatro público para a cidade.

Para viabilizar o seu projeto de governo, Rego Barros promoveu a vinda de inúmeros profissionais europeus, engenheiros, matemáticos, técnicos e operários, entre eles, Louis Léger Vauthier, o engenheiro responsável pela execução do projeto do novo teatro, que chegou ao Recife, em setembro de 1840.

O prédio é um exemplo de arquitetura neoclássica predominante no século XIX brasileiro. Tendo sido nomeado em homenagem à Santa Isabel de Portugal, Rainha de Portugal.

MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO – Foi criado em 24 de agosto de 1928, através de lei estadual, como Museu Histórico e de Arte Antiga, subordinado à Inspetoria Estadual de Monumentos Nacionais, sendo inaugurado em 7 de setembro de 1930, funcionando no Palácio da Justiça, e contando com uma coleção composta principalmente pelas obras do artista pernambucano Telles Júnior e mais poucas peças, como os retratos imperiais, documentos, algumas litografias e mobília.

Extinto esse museu em 1933, seu acervo passou à guarda da Biblioteca Pública do Estado, onde permaneceu até 1940. Neste ano o museu foi recriado, por decreto de 10 de maio de 1940, passando a funcionar em um palacete que pertencera a Augusto Frederico de Oliveira, filho de Eduardo Candido de Oliveira, Barão de Beberibe, e que é um exemplar típico e importante da arquitetura aristocrática pernambucana do século XIX.

ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS – Fundada em 26 de janeiro de 1901, por Carneiro Vilela e outros escritores pernambucanos da época, com um total de 20 cadeiras.

A Academia Pernambucana de Letras foi criada em dependência do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, cedida para sua instalação, em 26 de janeiro de 1901, por Carneiro Vilela e outros escritores pernambucanos da época, com um total de 20 cadeiras.

Em 1966, o governador Paulo Pessoa Guerra desapropriou o solar que foi residência do Barão Rodrigues Mendes (João José Rodrigues Mendes), projetado pelo arquiteto Louis Léger Vauthier. A propriedade foi doada à Academia Pernambucana de Letras e passou a ser sua sede permanente.

MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE PERNAMBUCO – Foi criado no governo de Paulo Pessoa Guerra, em 1966. O Museu encontra-se instalado no edifício da antiga Casa de Câmara e Cadeia Pública, um prédio erguido em meados do século XVIII para servir de sede ao Aljube da Diocese de Olinda.

O Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco conserva um acervo de aproximadamente 4.000 obras, de variados suportes, procedências e técnicas, abrangendo majoritariamente a produção artística moderna e contemporânea do Brasil, com grande ênfase na arte pernambucana. Seu núcleo original é a coleção de arte doada por Assis Chateaubriand ao governo pernambucano.

Foto Alexandre Belém

Foto Alexandre Belém

MUSEU JOSÉ DE SOUSA ALENCAR – O casarão que Alex residia, na rua Dom Bosco, pode ser a sede do museu. O importante é que o acerco que ele reuniu não seja disperso. E bem que Alex merece esta homenagem.

Escreve hoje o jornalista Ricardo Antunes: “Os novos ‘coleguinhas’ [jornalistas] nunca ouviram falar tanto em Alex”. Ricardo alerta para  “o descaso pela memória dos nossos jornalistas”. E acrescenta: José de Sousa Alencar “morreu, magoado e triste. Foi cortejado por toda ‘burguesia’ da cidade. Melhor crítico de cinema do que colunista, certo dia ele chegou no São Luiz, e o filme havia começado. Pois mandaram rebobinar a fita, por conta do jornalista sempre elegante, e com muito prestígio. Se tinha defeitos? Claro que os tinha. Nada pior que a reclusão obrigatória, e a solidão dos ‘amigos’ da ‘alta’ que tantas notas e fotos pediram, no período em que coluna social era coisa de ‘gente fina’. Pouca gente foi lhe dar o adeus que a gratidão mandava”.

NECROLÓGIO

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Registra o Diário de Pernambuco: O colunista social José de Souza Alencar, conhecido como Alex, morreu à 1h deste sábado. Ele tinha 88 anos e estava internado no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Santa Joana, no bairro do Derby, desde o dia 12 de janeiro, para tratamento de infecção urinária grave.

Alex é bacharel em direito, mas nunca atuou na área jurídica. Começou a carreira de jornalista no Diario de Pernambuco, onde foi crítico de cinema. Assinou a coluna social do Jornal do Commercio e da Folha de Pernambuco. Nascido em Água Branca (Alagoas), em 1926, e radicado no Recife desde 1948, ele ocupava a cadeira de número 10 da Academia Brasileira de Letras desde 1970. O jornalista escreveu cinco livros.

O governador do estado de Pernambudo, Paulo Câmara, lamentou o falecimnto. “Perdemos uma referência do jornalismo pernambucano, em especial do segmento cultural e social. Alex teve uma trajetória longa e atuante, formando novas gerações e ajudando a construir páginas importantes da história da nossa Imprensa. No entanto, talvez o aspecto mais marcante de Alex, nos últimos anos, tenha sido sua determinação em continuar no batente, em continuar escrevendo, paixão que transformou em profissão. Eu e Ana Luíza nos solidarizamos com os amigos e admiradores de Alex”, disse, em nota.

Folha de Pernambuco: A filha de Alex Luciana Barros compartilhou seus sentimentos sobre o pai. “Era completamente apaixonado por cinema. Ainda enquanto doente escrevia artigos e assinava uma coluna da Folha de Pernambuco”, comenta ela. “Há dois anos lutava contra o Alzeihmer. No último dia 9 de janeiro ele teve uma parada cardio-respiratória e precisou ser internado, e desde então o estado de saúde dele era crítico. É uma perda para todos nós”, lamentou Luciana.

Nos últimos quatro meses, Alex estava aos cuidados da jovem Jéssica Souza, que também compartilhou seus momentos com o colunista sobre a perda. “O pouco tempo que convivi com ‘seu Alex’, vi que ele é uma pessoa extraordinária e simples. Ele sempre me contava as histórias da imprensa. Era realmente um amante das artes.”

O prefeito Geraldo Julio classificou Alex como um ícone do jornalismo e da sociedade recifense. “Alex era uma pessoa muito querida de todos. Não só do meio jornalístico, mas de toda a sociedade recifense. Uma pessoa agradável, amiga, que estava sempre à disposição. Todos do Recife sentem com a perda de Alex”, destacou.

Jornal do Comércio: “Tive uma infância pobre, muito pobre. Minha mãe (Dona Sinhá, com quem tinha uma ligação muito forte) se separou do meu pai quando eu tinha 6 meses. Ela ensinava de manhã e de tarde e costurava à noite para manter a casa. Estudei em grupo escolar, o D. Pedro II, lá em Maceió, onde hoje funciona a Academia Alagoana de Letras. Tempos depois nos mudamos para o Recife, e eu, que pensava em fazer medicina, desisti. Então eu fiz direito na Universidade Federal de Pernambuco”, recordou Alex ao ser entrevistado pelo jornalista Jorge José B. Santana, em 2006, para o livro A televisão pernambucana por quem a viu nascer.

“À minha frente estava uma pessoa que sempre admirara pela postura mantida diante das câmeras ao entrevistar personalidades artísticas, políticas e empresariais. Sempre deixou os convidados muito à vontade para falar, e eu me sentia na obrigação de fazer o mesmo naquele momento único. Seu olhar demonstrava alegria, melancolia e paixão à medida que respondia às perguntas”, relata o autor em uma das páginas do livro.

Foi ainda na infância que surgiu a paixão de Alex pelo cinema. “Minha vida é como Cinema paradiso. Quando eu era criança, em Alagoas, tinha um vizinho operador (de projetor) que me levava para o cinema todo dia, na sessão das seis. De modo que, aos 9 anos, eu já era íntimo de Greta Garbo”, contou à jornalista Olívia Mindêlo, em 2008, quando foi homenageado com uma exposição no Museu do Estado de Pernambuco.

O jornalismo também chegou cedo à vida de Alex e ele passou pelas maiores redações do Estado. Quando ele estava no segundo ano da faculdade, começou a escrever sobre cinema no Diario de Pernambuco, assinando com o pseudônimo Ralph. “Fiz durante uns oito anos críticas de cinema. Até então, não existia televisão e a grande diversão do público era ir ao cinema. Toda semana estreavam de seis a oito filmes”, relata o jornalista no livro de Jorge José. No Jornal do Commercio, assinou por mais de cinco décadas uma prestigiada coluna social que marcou época. E ainda publicou suas crônicas na Folha de Pernambuco.

Além de se dedicar ao colunismo social, Alex transformava observações sobre o mundo à sua volta em crônicas, publicadas no jornal e reunidas em livros, como Setenta crônicas de Alex. A atuação como cronista começou em 1964 – e a data tem mesmo uma relação com o período da ditadura no Brasil. Em sua coluna, Alex contou que o presidente Castelo Branco tinha um relacionamento com uma professora da Universidade Federal de Pernambuco. A atitude desagradou aos militares e ele acabou preso. “Foi inacreditável para mim ter passado por algo assim, porque nunca tive qualquer envolvimento com o comunismo ou nada parecido. Eu fiquei tão transtornado com essa prisão, que decidi fazer outro gênero, além do colunismo social, para mostrar meu potencial a essas pessoas. Escrever foi meu recurso para lidar com o trauma”, lembrou em 2005, ao ser entrevistado pelo jornalista Schneider Carpeggiani. [O relacionamento não foi com uma professora. E sim com uma ex-esposa de um deputado estadual]

Em A televisão pernambucana… ele recorda de uma ligação do próprio Castelo Branco: “José Vander, assessor de imprensa do presidente, telefonou-me e disse: ‘Olha, o presidente Castelo Branco quer falar com você. Fique na espera porque logo mais ele vai lhe telefonar’, e desligou. Pensei que fosse trote. Depois de alguns minutos, o telefone tocou, eu atendi e era ele quem estava do outro lado: ‘Senhor Alex, aqui quem está falando é o presidente Castelo Branco’. Reconheci a voz dele imediatamente. E acrescentou: ‘O senhor sempre foi uma pessoa muito gentil, muito agradável comigo. Nessa minha vinda ao Recife eu não poderia deixar de falar com o senhor e com o médico que foi cardiologista da minha mulher, que também é uma pessoa a quem muito estimo. Eu tenho uma admiração muito grande e não esqueça de uma coisa: estou lá em Brasília, mas estou à sua inteira disposição, senhor Alex. Se o senhor precisar de qualquer coisa em Brasília, me procure, que eu atendo’”.

 

 

PAPAI NOEL SERTANEJO

por Ivo Martins Vieira Junior

vaqueiro

 

 
Imagino um Papai Noel Sertanejo.

Um Papai Noel vivendo numa terra seca, no epicentro da caatinga, sob um sol causticante, sobre um chão tórrido.

Um Papai Noel sem renas, mas montado num jumento.

Um Papai Noel sem gorro, mas usando chapéu de couro.

Um Papai Noel magro, artesão, vaqueiro, um herói anônimo.

Um Papai Noel residindo distante das cidades grandes.

Um Papai Noel que não conhece shopping Center.

Um papai Noel que confecciona bonecas de ”sabugos” de milho, bonecos de madeira rústica, carrinhos de latas de óleo comestível, mamulengos de isopor e caroá, além de outros brinquedos a fim de arrancar sorrisos das crianças do lugar.

Um Papai Noel super-homem, superando adversidades, rompendo barreiras, enfrentando o estigma das longas estiagens.

Um Papai Noel de coração terno, de alma branda.

Um Papai Noel honesto, desprovido de orgulho, semianalfabeto, letrado na arte de suportar problemas.

Um Papai Noel temente a Deus, um homem simples, um sertanejo.

Salgueiro – PE

Terror y miseria. Lo más crudo del paisaje nordestino asoma en Agreste

La obra escrita por el brasileño Newton Moreno que llega a Buenos Aires con dirección de Elisa Carricajo

por Newton Moreno/ Página 12

“¿Usted no sabía que al coronel no le gusta ese frote de hembra con hembra, tortillera sinvergüenza? Mañana se va pa’la cárcel, va a conocer machos pa’que nunca más se confunda”, grita un vecino rabioso en Agreste, una fábula amarga y surrealista sobre la intolerancia, los prejuicios y la ignorancia que transcurre en la zona mas árida del Brasil. La mujer de esta pareja se entera al morir su marido de que éste había sido en verdad una mujer biológica. Un aspecto de Agreste es la ambigüedad: para esta mujer no hay ningún porcentaje de transgresión en lo que ha vivido. Me inspiraron a escribir esta obra las historias reales sobre la educación sexual de las mujeres en el interior de Pernambuco y el desconocimiento que tenían sobre sus propios cuerpos. Así empecé a tejer esta fábula acerca de la “ignorancia” a través de la improbable historia del amor escondido de esta pareja. Soy de Recife. La cultura popular del nordeste fue la materia prima de mi entrenamiento como dramaturgo y director, a través de la negociación entre la memoria y la imaginación. Me encanta dar voz a las personas del interior de Brasil, el hombre rural, del campo, que está lejos de la capacidad de resistencia de las capitales. En La comida y Dentro (ambas obras que también se han montado en Buenos Aires) exploro el canibalismo y el fistfucking, respectivamente. Veo cierta línea de continuidad entre Agreste y esas dos obras anteriores: la preocupación por las relaciones corporales contemporáneas, las relaciones de poder, el deseo, la violencia urbana y cómo se devoran las unas a las otras.

Votamos hoje no Brasil quintal ou no Brasil Independente

Votamos hoje no Brasil quintal, lacaio do Tio Sam, ou no Brasil Independente, Livre e Soberano.

Votamos hoje no Brasil do BRICS ou no Brasil do FMI.

Votamos hoje na união da América do Sul, no Mercosul, no Sul-Sul, ou nos impérios que dominam o Brasil desde o ano de 1500.

Votamos hoje no Futuro ou no Retrocesso, a volta da política entreguista e privatista dos oitos anos do governo tucano de Fernando Henrique.

 

BRASIL DEFINE SU RUMBO

FMI brasil

 

Dilma cerró campaña poniendo el acento sobre la integración regional

 

Página 12/ Argentina – Durante una caminata en Porto Alegre y a horas del ballotage presidencial, la mandataria brasileña que va por su reelección afirmó que para su contrincante, Aecio Neves, “no son importantes la relaciones de Brasil con Argentina y el Mercosur” y lo criticó por “desconocer” el proceso político latinoamericano de los últimos 15 años.

Dilma Rousseff recordó que la agenda política del candidato del Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB) propone flexibilizar el Mercosur para firmar acuerdos de libre comercio, así como también retomar las relaciones con las potencias, eliminar el concepto de diplomacia Sur-Sur y lo que el candidato llama de “política exterior ideológica”.

Rousseff criticó la postura de su opositor y subrayó la importancia que para Brasil tiene el Mercosur, que integra junto a Argentina, Uruguay, Paraguay y Venezuela. Y subrayó que es Europa la que no tiene las condiciones para firmar el acuerdo de libre comercio entre ambos bloques.

Unos 142,8 millones de electores brasileños decidirán este domingo si conceden un nuevo mandato a Dilma Rousseff y a su Partido de los Trabajadores o si entregan el gobierno a Aécio Neves, cuyo Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB) gobernó el país entre 1995 y 2002.

En las últimas tres semanas, los dos candidatos libraron en todos los frentes -radio, televisión, mitines y redes sociales- un durísimo duelo que incluyó acusaciones mutuas y personales.

Ali Divandari

Ali Divandari

Uma campanha de propaganda fúnebre foi realizada em Pernambuco para eleger Câmara Ardente governador e Aécio Neves tucano

Pernambuco para inglês ver

Veja, pelos olhos de uma estudante de Universidade de Oxford, blogueira da BBC Brasil, um Pernambuco que uma inglesa ama, e os pernambucanos não amam. E quanto erradas as políticas adotadas para o turismo. E, notadamente, para preservar nossas tradições artísticas e culturais.

O Pernambuco de Lily Green não é o Pernambuco das autoridades, nem da imprensa e de uma pretensa elite, que sonha com Miami e, se pudesse, iria ao trabalho e ao shopping de helicóptero.

Lily Green, 21 anos

Lily Green, 21 anos

 

Brasil: amor e perplexidade!

por Lily Green

Com o fim da minha estadia no Brasil, encerro também minha participação aqui no blog.

Queria que meu último post levasse aos leitores algo que fosse fruto de minhas próprias experiências, com minha própria opinião e ponto de vista, como fiz durante o tempo em que fui blogueira do Para Inglês Ver.

Não tenho a pretensão de ser especialista em Brasil, portanto, ao invés de tentar fazer um resumo do que é o país, resolvi fazer uma pequena lista com três coisas que aprendi durante esse curto tempo que passei no Brasil.

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1.Quanto mais colorido, melhor

Lily Green admira o colorido das casas, como nesta rua

Lily Green admira o colorido das casas, como nesta rua

Nunca me cansei de andar pelas ruas com as casas pintadas com diferentes cores. Admiro também o fato das pessoas no Brasil não terem receio de se vestir com roupas de colorido forte e estampados exuberantes. Isso ajuda a espalhar alegria, e foi ótimo passar a conviver com cores vibrantes depois de anos vendo apenas o cinza e preto que predominam na Inglaterra.

 

2. Ser eficiente não é divertido

Torcedores aguardam em fila para comprar ingressos para jogo de futebol

Torcedores aguardam em fila para comprar ingressos para jogo de futebol

Garanto que não digo isso por sarcasmo. Admiro muito a paciência das pessoas que conheci no Brasil. Acho incrível que elas aguentem tantas horas de espera em longas filas, seja por burocracia, ou apenas paradas no trânsito engarrafado. Eu também adquiri essa mentalidade. No final, já não me incomodava em esperar o terceiro ônibus pois os dois primeiros passavam cheios.

Não quero dizer que os brasileiros são passivos, que não se queixam do que pode ser melhorado ou que não se importam com as inconveniências. Mas com eles aprendi que bom humor e tranquilidade ajudam muito a suportar as adversidades.

Acho, entretanto, que por vezes a tolerância é excessiva e acaba fazendo com que problemas graves como a segurança pública não sejam resolvidos, se perpetuem e se agravem. Afinal, ter medo de ser assaltado não pode e não deve ser uma preocupação cotidiana. Existem coisas que não se deve tolerar com tanta paciência.

 

3. O prazer de dançar

O maracatu no interior de Pernambuco, com seu colorido exuberante

O maracatu no interior de Pernambuco, com seu colorido exuberante

Aprendi a dançar maracatu, cavalo-marinho e côco. Adorei todos!

Minhas aulas não se restringiram a aprender somente os passos dessas danças populares. Aprendi que até dentro do mesmo Estado há grandes diferenças culturais e geográficas.

No fértil litoral de Pernambuco, por exemplo, a cana-de-açúcar cresce abundante, se come peixe e macaxeira frita. Em Recife, vi ruas lotadas e ouvi o enorme barulho das buzinas dos carros.

Lily Green (à direita, de camiseta cinza) em uma aula de dança no Recife

Lily Green (à direita, de camiseta cinza) em uma aula de dança no Recife

No interior do Estado andei no meio da rua sem me preocupar. Vi a terra seca pela falta de chuva e o gado no pasto marrom ao lado de estradas com suas retas intermináveis, repletas de caminhões.

Enfim, nesse pouco tempo que passei no país deu para ver que o Brasil é tão diverso que saio com a sensação de que à medida que mais conhecia o lugar mais difícil ficava para mim poder defini-lo.

E acho que é exatamente essa dicotomia o que melhor representa o Brasil para mim.

Eu amo o Brasil, mas, “oxente”, o país me deixa perplexa! (In Público, Portugal)

Hoje a despedida de Chuva Chuvarada no Festival de Curitiba

O aclamado espetáculo representa Pernambuco

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Personagens e objetos ganham vida a partir de jogos e brincadeiras cênica. A peça ambienta-se num universo mágico e imprevisível, onde músicas do folclore brasileiro são adaptadas à encenação teatral, dando vida a um palco lúdico e encantado, para crianças de todas as idades.

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A representação hoje às 10 horas na Villa Hauer Cultural. É um belo teatro musicado para todas as idades.