Como flechar o coração de todos aqueles que conhecer

Os sete segundos iniciais são a chave para uma primeira impressão

primeiro encontro

por PATRICIA PEYRÓ JIMÉNEZ

Contamos com sete segundos e apenas uma oportunidade, segundo a famosa coach internacional Carol Kinsey Goman, para causar uma primeira boa impressão. Não acontece todos os dias, mas frequentemente, e, hoje, precisamente, pode ser o dia em que você vai conhecer essa pessoa especial para quem tem que parecer deslumbrante.

Vamos estabelecer uma pergunta clara: Como é possível agradar? Embora a famosa frase que diz que a primeira impressão é a que conta soe como um slogan publicitário, possui uma boa dose de verdade, ou pelo menos é a melhor fórmula para abrir caminho entre duas pessoas. Essa é a ideia sustentada pelos profissionais de Ciências do Comportamento, como Goman, que treina, todos os dias, altos executivos e políticos e que dá palestras sobre empatia, liderança e linguagem corporal.

MIREIA PÉREZ

MIREIA PÉREZ

Ela descreve o instante em que conhecemos alguém da seguinte forma: “No momento em que um desconhecido olha para você, o cérebro dele começa a trabalhar criando milhares de associações para se perguntar se você é uma pessoa confiável ou se, pelo contrário, deve ter receio”.

Em resumo, logo após conhecer alguém, ativamos um nível primário com o qual nos questionamos se é amigo ou inimigo, e nos preparamos para agir baseados nisso. O conceito se estuda também sob o termo relatedness, que se refere ao “o grau de pertencimento a um grupo social”, modelo desenvolvido por David Rock dentro de sua teoria sobre a neuroliderança, por meio da qual explica como, por exemplo, um simples aperto de mãos, ou gestos como dizer os nomes e falar sobre um tema comum, podem produzir ocitocina (hormônio vinculado à confiança e ao amor), e, portanto, favorecer a conexão com outra pessoa.

O fato de alguém te escutar produz uma sensação de prazer ilimitada no cérebro, semelhante à causada pela comida e pelo dinheiro

No entanto, à revelia de indicadores sociais inofensivos, o corpo gerará uma resposta de ameaça. “Logo após conhecer alguém, isso é o que buscamos: saber se é ou não um dos nossos”. O fato de gostarem de você dependerá, em grande parte, de baixar as defesas do outro desde o princípio, algo que se pode conseguir com alguns truques simples, como os que ensina a trabalhar, durante as sessões que dá, a neurocoach e trainer, co-fundadora da The School of Change, Adelina Ruano.

1. Arrume-se bem e exiba sua criança interior. Um estudo realizado pelo departamento de psicologia da Universidade de York no ano 2014 determinou a importância dos traços faciais nas primeiras interações. Assim, quando nos fixamos na imagem de um rosto, formamos rapidamente juízos de valor sobre a personalidade e o caráter da pessoa, e a categorizamos como amável, confiável ou competente em função da forma de suas maçãs do rosto, da separação dos olhos e do tamanho das sobrancelhas. Os pesquisadores concluíram que o físico pode explicar até 58% da variação das primeiras impressões. E (disso já suspeitávamos) as pessoas bonitas e de feições pueris causam uma melhor primeira impressão que os menos felizardos e de aparência mais madura.

2. Sorria. Por uma enorme quantidade de razões, relaxa o ambiente e causa empatia. Esse sentimento é provocado pelos neurônios espelho, chamados assim pelo pesquisador italiano da Universidade de Parma Giacomo Rizzolatti, que os descobriu, por acaso, estudando o cérebro dos macacos. Eles explicam fenômenos como por que a risada é contagiosa, e, inclusive, os processos de empatia, já que se ativam, também, em nível mental e representacional, sem a presença de terceiras pessoas, e permitem conectar com o outro no plano das sensações e emoções. Em palavras de seu descobridor, “os neurônios espelho demonstram que somos seres sociais”, e, portanto, se entende que a empatia é uma qualidade funcional e evolutivamente desejável. Se você sorrir, seu interlocutor também o fará.

Uma vez superada essa primeira (e boa impressão) gerada em poucos segundos, convém reforçá-la através de uma boa conversa, durante a qual sobressaia a ação de escutar de maneira ativa e empática. Essa é uma ideia desenvolvida por Robin Baker, chefe do Programa de Análise de Conduta do FBI (principal ramo de investigação criminal do Departamento de Justiça dos EUA) e autor do livro It’s Not All About Me: The Top Ten Techniques for Building Quicly Rapport With Anyone.

Seu conselho número um é “buscar os pensamentos e opiniões da outra pessoa sem julgá-los” e mostrar um genuíno interesse pelo que contam. Isso funciona porque os seres humanos gostam de falar sobre si mesmos. Encontrar audiência produz, portanto, uma ilimitada sensação de prazer no cérebro, “similar à causada pela comida e pelo dinheiro”.

E aqui abrimos um parêntese necessário para explicar o que quer dizer escuta ativa, já que não basta ouvir e se desligar. Além de não interromper, é preciso fazer gestos que indiquem que se está ouvindo, como assentir com a cabeça, perguntar e inclusive repetir ou resumir o que o outro disse.

Com isso, estamos gerando rapport, como explica a coach Adelina Ruano. E o que significa essa palavra? “É algo que vai um passo além da confiança básica, e serve para ter influência em uma relação”, responde. Embora se pareça à empatia, não é exatamente o mesmo, esclarece: “Chamamos de rapport a qualidade de uma relação quando existem respeito e influência mútuos”.

Duas pessoas tem rapport quando existe uma sintonia entre elas, no sentido de que se aceitam e de que estão abertas e receptivas em sua comunicação. Embora criá-lo seja algo natural que fazemos de forma inconsciente, deixamos esse item de lado quando estamos preocupados ou sem tempo. Por isso, “é uma habilidade que se pode treinar, incidindo fundamentalmente em criar sincronia e um bom swing em relação à linguagem não verbal”, conclui Ruano.

MAIS INFORMAÇÕES

Estas são as 36 perguntas que farão você se apaixonar por qualquer um
Para se apaixonar por quem quer que seja, faça isso
‘After sex’: Por que o depois é mais importante do que pensamos
Cinco filmes que provam que a vida de solteiro pode ser maravilhosa

Eu tinha um cachorro preto: seu nome era Depressão

Esse vídeo foi criado e publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a reflexão sobre a depressão.

 

.

Atualmente, a depressão afeta mais de 350 milhões de pessoas no mundo inteiro.

.

Projeções da OMS estimam que no ano de 2030, entre todas as doenças, a depressão será a mais comum.

.

Existem tratamentos efetivos, mas menos da metade dos afetados pela doença recebem qualquer tipo de tratamento.

.

Os números da Previdência Social também não param de crescer e a depressão tem sido fonte de afastamentos longos e incapacidade para o trabalho.

.

Como existe uma grande chance da depressão tornar-se uma doenças crônica em que a pessoa pode ter diversos episódios de adoecimento ao longo da vida, o tratamento é fundamental. Se você ou alguém próximo a você sofre de depressão, procure ajuda profissional. Esse pode ser o primeiro grande passo em direção a uma grande mudança. Esse cachorro preto não precisa ser um inimigo.

Assédio Moral – Não Seja Mais Uma Vítima. Nova diretora de RH de universidade de Jaboatão chegou do Ceará (s)em Piedade

Vou citar os nomes da torturadora e da universidade. Aguardem.

Dentro do departamento de relações humanas são quebrados, pelo assédio moral, pelo stalking, pelas ameaças físicas, os códigos de ética profissional dos psicólogos, dos RH e dos professores.

O que é mais grave, além do constrangimento dos avisos verbais de demissão sem justa causa, a vítima vem sofrendo a advertência de que terá seu nome colocado na lista negra do desemprego eterno.

Tal lista negra existia nos tempo de chumbo da ditadura civil-militar, instalada no primeiro de abril de 1964. É um absurdo, uma afronta à democracia, aos direitos humanos, que persista.

 

assediomoral

Não Seja Mais Uma Vítima

por Karla Júlia Marcelino (*)

Há momentos que palavras e gestos de incentivo podem fazer a grande difierença em nossas vidas.No ambiente de trabalho, normalmente lidamos com limitações, cobranças, críticas, dificilmente alguém nos estende a mão, sobretudo quando estamos algo fragilizados.

A prática do Assédio Moral é mais comum do que se supõe, ela torna-se sutil, através de comentários indevidos, brincadeiras que tem por objetivo denegrir a imagem profissional ou a trajetória que o funcionário vem percorrendo. Atitudes irõnicas que refletem o descaso ou mesmo falta de atenção durante um certo período de tempo, tornando-se sitemáticas, são caracteríticas do Assédio Moral.

A intenção é denegrir o profissional, isso é motivado por um sentimento de “inveja” de insuportabilidade em conviver com os talentos que normalmente o assediador não possui.

O assédio moral ocorre entre colegas de trabalho, de subordinado para a chefia ou da chefia para o subordinado. Normalmente o assediador não escolhe o seu alvo por um acaso, a vítima destaca-se por algum talento ou habilidade que ele próprio não possui.

A seguir listaremos algumas denominações de Assédio Moral:

. harcèlement moral (assédio moral), na França;
• bullying (tiranizar), na Inglaterra;
• mobbing (molestar), nos Estados Unidos e na Suécia;
• murahachibu, ijime (ostracismo social), no Japão;
• psicoterror laboral, acoso moral (psicoterror laboral,
assédio moral), na Espanha.

Heinz Leymann, médico alemão e pesquisador na área de psicologia no trabalho, que em 1984 efetuou

o primeiro estudo sobre o assunto, quando identificou o fenômeno e o nominou “mobbing”, o descreve da seguinte maneira:

• “assédio moral é a deliberada degradação das condições de trabalho através do estabelecimento de comunicações não éticas (abusivas) que se caracterizam pela repetição por longo tempo de duração de um comportamento hostil que um superior ou colega (s) desenvolve (m) contra um indivíduo que apresenta, como reação, um quadro de miséria física, psicológica e social duradoura”.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2003) descreve o assédio moral como o comportamento de alguém, para rebaixar uma ou mais pessoas, através de meios vingativos, cruéis, maliciosos ou humilhantes. São críticas repetitivas e desqualificações, isolando-o do contato com o grupo e difundindo falsas informações sobre ele .

CARACTERÍSTICAS DO ASSÉDIO MORAL:

a) A intensidade da violência psicológica. É necessário que intenção de ocasionar um dano psíquico ou moral ao empregado para marginalizá-lo no seu ambiente de trabalho.
b) O prolongamento no tempo, pois episódio esporádico não o caracteriza, mister o caráter permanente dos atos capazes de produzir o objetivo.
c) A intenção de ocasionar um dano psíquico ou moral ao empregado para marginalizá-lo no seu ambiente de trabalho.
d) A conversão, em patologia, em enfermidade que pressupõe diagnóstico clínico, dos danos psíquicos.

e) A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares.

f) Humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do Servidor de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental.

Em Pernambuco, foi regulamentada a Lei 13.314 (15.10.2007) – Lei de Assédio Moral, abrangendo os 3 poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

• Art. 2o.Considera-se prática de assédio moral, no âmbito da administração pública, toda ação repetitiva ou sistematizada praticada por agente e servidor de qualquer nível que, abusando da autoridade inerente às suas funções,venha causar danos à integridade psíquica ou física e à autoestima do servidor, prejudicando também o serviço público prestado e a própria carreira do servidor público.

A vítima do terror psicológico no trabalho não é o empregado desidioso, negligente. Ao contrário, os pesquisadores encontraram como vítimas justamente os empregados com um senso de responsabilidade quase patológico, são ingênuas no sentido de que acreditam nos outros e naquilo que fazem, são geralmente pessoas bem-educadas e possuidoras de valiosas qualidades profissionais e morais.

As Ouvidorias públicas são um excelente canal através do qual o servidor poderá recorrer denunciando práticas de Assédio Moral. Elas não tem o papel de apurar, mas sim de encaminhar as denúncias para que sejam devidamente apuradas pela área competente do Órgão. Existe ainda muito medo por parte do servidor em realizar denúncias tão graves, sobretudo quando não se tem como comprovar essas práticas abusivas. Toda denúncia ao ser formalizada numa Ouvidoria pública, precisa ser devidamente apurada, motivo pelo qual torna-se necessário distinguir o que é o que não é Assédio Moral.

A Ouvidoria Geral do Estado publicou uma cartilha sobre Assédio Moral, a qual está disponível de forma eletrônica no seu site http://www.ouvidoria.pe.gov.br e no Portal da Transparência.

Um dos estudos mais completos sobre os impactos provocados pelo dano moral à saúde do trabalhador foi realizado pela Margarida Maria Silveira Barreto e sintetizada sob a forma da tede de mestrado “Violência, Saúde e Trabalho: uma Jornada de Humilhação”, defendida em 2000, na Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC/São Paulo). Seu trabalho de pesquisa avaliou a saúde de 2.072 pessoas entrevistadas (1.311 homens e 761 mulheres) que, em seus localis de trabalho, eram submetidos a relações opressivas.

 

efeitos-do-assedio-moral

Síndrome de Burnout

Síndrome de Burnout

Hernia Cervical

Hernia Cervical

insomnia-insomnia-4am-secrets-brite-silverheart-supernatural-1362706685

Depressão

Depressão

O assédio moral no trabalho é um abuso e não pode ser confundido com decisões legítimas que dizem respeito à organização do trabalho, como transferências e mudanças de função, no caso de estarem de acordo com o contrato de trabalho. Da mesma maneira, críticas construtivas e avaliações sobre o trabalho executado, contanto que sejam explicitadas, e não utilizadas com um propósito de represália, não constituem assédio, sendo natural que todo trabalho apresente um grau de imposição e dependência (HIRIGOYEN, 2002, p.34 e 35).

(*) Karla Júlia Marcelino
Ouvidora Geral do Estado de Pernambuco
Secretaria da Controladoria Geral do Estado

Cómo saber en cinco minutos si te vas a divorciar en el futuro

por C. Fominaya

divorcio--

El sistema es capaz de pedrecir con un acierto del 90% las parejas que permanecerán y cuáles se separarán después de verlas relacionarse por este espacio de tiempo

Hablamos de probabilidades, de factores que aumentan el riesgo de divorcio, por supuesto no de certezas… En el último libro del profesor de Psicología y Criminología de la Universidad de Valencia, Vicente Garrido, «Cómo sobrevivir una ruptura», se reconoce que uno puede estar en esos grupos de riesgo, y vivir toda la vida felizmente con su pareja. En general para Garrido para ver si una pareja tiene futuro (o no lo tiene) es más interesante detenerse en el proceso de la relación, en el trato cotidiano de la pareja, para preguntarnos si es posible averiguar en qué medida ciertas prácticas habituales de la redacción guardan el secreto de la convivencia feliz o si, por el contrario, predicen el final de la misma.

_como-sobrevivir-a-una-ruptura_livro

En la obra de Garrido, que es una especie de hoja de ruta para las personas que se enfrentan ante un divorcio potencialmente conflictivo, donde se enseña qué errores no deben cometer dentro y fuera de los juzgados, se recoge también la investigación realizada por el famoso psicólogo John Gottman al respecto. Según este, «lo que hace funcionar a un matrimonio es sorprendentemente simple. Las parejas felizmente casadas no son más inteligentes, más ricas o psicológicamente más sofisticadas que otras, sino las que en su vida cotidiana construyen una relación que deja los pensamientos y emociones negativas sobre el otro muy por debajo de las positivas». «Los matrimonios felices se basan en una amistad profunda, respeto mutuo y disfrute de la compañía del otro», añade este experto.

que-hace-que-el-amor-perdure livro 2

Según sus parámetros, Gottman es capaz de pedrecir con un acierto del 90% las parejas que permanecerán y cuáles se divorciarán después de verlas relacionarse por espacio de sólo cinco minutos. Él sostiene, explica Garrido en sus páginas, «que lo fundamental para hacer esa valoración no es el hecho de si discuten o no, sino el modo en que lo hacen». De esta forma tenemos que después de revisar miles de horas de grabaciones de parejas, Gottman identifica los siguientes indicadores como los más cercanos a un divorcio futuro, a corto o medio plazo:

1. Inicios desagradables: discusiones que comienzan con sarcasmo

2. Crítica personal: no es lo mismo quejarse de un comportamiento de alguien que criticar un rasgo personal.

3. Desprecio o burla: gestos (rodar los ojos, sonrisas irónicas, etc.) o palabras (motes ofensivos) que indican la intención de que el otro se sienta mal.

4. Posición de defensa: tratar de que el otro crea que él (o ella) tiene el problema, y que es su tarea solucionarlo; nosotros somos «inocentes» no hemos tenido ninguna contribución.

5. El «muro defensivo»: es cuando un miembro de la pareja se evade de la interacción para evitar ser herido, algo que suele hacer mucho más el hombre que la mujer, debido a que en éste la reacción fisiológica o emocional es mucho más intensa y tarda más en disiparse (en otras palabras, se altera más y durante mayor tiempo). Razón por la cual son también las mujeres quienes suelen poner sobre la mesa la necesidad de airear o tratar un conflicto, mientras que los varones tratan de evitarlo.

6. La «inundación» emocional: cuando un miembro de la pareja es atacado verbalmente por el otro reacciona activándose como si sufriera una amenaza física (por ejemplo, con mayores dosis de adrenalina), y todo ello genera un gran desgaste y el deseo de no relacionarse.

7. El fracaso a la hora de prevenir o reparar los daños: las parejas felices saben detenerse en el tiempo, antes de que los daños sean severos, o bien después de una discusión o conflicto saben cómo retomar el humor habitual existente entre ellos. El sentido del perdón y del «olvido» mencionado antes tiene aquí su lugar.

PSICOANALISIS Y HOMOFOBIA. ¿Lo dejamos acá?

¿Es el psicoanálisis homófobo, tal como lo plantean muchos teóricos de los estudios de lesbianas y gays y de la teoría queer? ¿Forma parte el psicoanálisis (para ponerlo en términos más contundentes) de lo que Eve Kosofsky Sedgwick denomina el proyecto genocida de Occidente respecto de los homosexuales?

sf

Por Jorge N. Reitter
Casi siempre cuando hago estas preguntas a mis colegas analistas me miran sorprendidos e incrédulos, tan convencidos están de que la respuesta es evidente que nunca se les había ocurrido que una pregunta así tuviera siquiera posibilidad de ser planteada. Claro, muchos de ellos no son personas homófobas, y eso, sumado tal vez al eco lejano de tiempos en los que el psicoanálisis era acusado de pansexualismo, hace que ni se les cruce por la cabeza que el psicoanálisis, en alguno de sus aspectos, pueda formar parte de un dispositivo represivo, y no de un método para levantar la represión.

En los tiempos que corren, y gracias al coraje de tanta gente que en los últimos ciento cincuenta años decidió tomar la palabra y no conformarse con ser objeto de condena o de estudio (pero siempre de condena), es demasiado fuerte decir de viva voz que la homosexualidad es una enfermedad, aunque es lo que algunos analistas sigan pensando, si no ¿por qué algunos se jactarían, en privado por supuesto, de “curar” homosexuales? Pero aun los que honestamente creen no pensar de ese modo, que son la mayoría, no están en buenas condiciones para recibir, sin psicopatologizar, a las sexualidades no heteronormativas, porque (al menos ésa es mi hipótesis) las bases teóricas de esa patologización están aún muy poco cuestionadas en casi todas las teorizaciones psicoanalíticas.

Ahora bien, es cierto que el psicoanálisis hizo un planteo absolutamente novedoso respecto de la sexualidad, uno que tiraba abajo el concepto imperante en la psiquiatría de fines del siglo XIX acerca del instinto sexual, cuando afirma que no hay ninguna relación natural entre el “instinto sexual” y un objeto o un fin determinado. Acá estaba abierta la posibilidad de recibir a todas las formas de sexualidad como variantes del instinto que dejaba de ser tal, pasaba a ser un impulso, una tendencia que no portaba consigo ningún saber previo acerca de su objeto ni de su fin, que se denominó pulsión. ¿Qué pasó con todo ese potencial del psicoanálisis?

Según mi lectura, la respuesta tiene que ver con una cuestión bastante compleja que intentaré simplificar. El potencial revolucionario para todos los dispositivos de poder que regulan la sexualidad que tenía la hipótesis de la contingencia del objeto de la pulsión (o sea, que nada establece de antemano que por ser hombre me tenga que gustar una mujer, por ser mujer me tenga que gustar un hombre, ni cómo me tiene que gustar gozar del cuerpo, del mío o del otro; sin contar con que nada garantiza que todo pueda encajarse en los moldes hombre y mujer) se vio compensando en la teoría analítica a partir de un esquema conceptual que sería extremadamente famoso: el complejo de Edipo. Con él, el psicoanálisis vuelve a anclar en la heterosexualidad (y en la familia) la sexualidad que su propio descubrimiento había hecho estallar.

¡Ojo!, no estoy diciendo que haya que deshacerse de toda la teorización del complejo de Edipo ni que no haya mucho de verdad en ella. Digo que el modo en el que es planteada, particularmente en la medida en que se articula con lo que en la teoría se denomina complejo de castración (el hecho de que la diferencia de los sexos sea simbolizada en términos de tener o no tener falo), lleva a renaturalizar las relaciones sexuales, a hacer, por consiguiente de “hombre” y de “mujer” datos incuestionados, y a ubicar la diferencia sexual anatómica como LA diferencia absoluta, aquella que daría cuenta de todas las demás. Es una cuestión teórica compleja cuyo resultado es que toda forma de sexualidad que no sea heterosexual y genital es leída como patología, bajo la forma de la perversión, de la renegación de la castración (lo que dicho de otro modo querría decir no querer saber nada de la diferencia ni de la falta, como si la única diferencia que existiera fuera la sexual anatómica y si la única falta que contara fuera la “falta” del pene en la mujer). Y una vez que teorizo que, supongamos, la homosexualidad se basa en una forma de renegación de la castración, o sea, que un gay buscaría en un hombre una mujer pero con pene y no que simplemente le gusta un hombre, será grande la tentación de encaminar el análisis en el sentido de intentar que el analizante deje de “renegar”, que se dé cuenta de que, en el fondo (“inconscientemente”), está buscando una mujer en ese lindo chonguito, pero le da miedo que no tenga la cosita. Planteadas las cosas de este modo todos somos heterosexuales, sólo que algunos lo aceptan y otros no querrían saber nada de eso, por eso digo que es una manera de teorizar que lleva a renaturalizar la sexualidad, y, paradójicamente, a no incluir las diferencias en nombre de la diferencia.

De ahí que muchos psicoanalistas terminan intentando “curar” homosexuales, aunque crean que no. Y digo “intentando”, porque de la “elección” de objeto no hay cura: como mucho se podrá lograr que alguien se convenza de que desea lo que se supone que hay que desear. Por suerte muchos analistas son incoherentes y trabajan bien a pesar de estas impasses teóricos, pero sigue siendo cierto que el psicoanálisis como teoría, en tanto no se revisen estos planteos, no puede pensar la homosexualidad ni otras formas de sexualidad sino como patología, por más que sea tan incorrecto políticamente afirmarlo que se lo calla.

¿Afirmo yo entonces que el psicoanálisis es inherente e inexorablemente homófobo? No, de ningún modo. El psicoanálisis es la única forma de terapia que no apunta a ser sugestiva ni directiva, aunque, como ya Freud mismo lo señalara, haya una dosis ineliminable de sugestión, por el simple hecho de que se trabaja con la palabra. Pero, a pesar de la imposibilidad, de los inevitables obstáculos, algo de lo real pasa si analizante y analista no ofrecen una resistencia desmedida. Por eso sigue siendo, en mi opinión, por lejos, la forma más poderosa de trabajo sobre la subjetividad. Claro que, como toda herramienta poderosa, está llena de peligros.

Que la teoría analítica se desprenda del lastre homófobo que contiene depende exactamente de lo mismo de lo que depende el destino de cada análisis, de que los analistas se dejen interrogar, de que escuchen lo que los analizantes tienen para decir en lugar de aferrarse religiosamente a la teoría, por más interesante, valorada y atesorada que sea. En tanto los analistas intenten hacer encajar a los analizantes en el lecho de Procusto teórico/religioso del dogma complejo de Edipo/complejo de castración tal como en general se lo piensa, tendrán dificultades para darles lugar a las distintas formas de vivir el amor y el erotismo.

DÍA INTERNACIONAL DE LA MUJER. Hegemonía, spa y sales de baño

El 8 de marzo es un jornada de reivindicación de la lucha de las mujeres por sus derechos, sin embargo, buena parte de la potencia de este día queda reducida a una impúdica oportunidad de negocios para los que venden maquillaje, zapatos o masajes.

Malena

por Malena Pichot

Hace unos años el 8 de marzo, más conocido como “el día de la mujer”, me desesperaba. Me parecía indignante que nadie notara que este día no hacía otra cosa que evidenciar la desigualdad ancestral que existe entre el hombre y la mujer. Para mí el 8 de marzo solo seguía instalando a las mujeres como “lo otro”. Nadie parecía advertir lo ridículo de que te feliciten por ser mujer, por la tan aleatoria, arbitraria y casual realidad de ser mujer “¡Felicitaciones, Claudia, por el azar de tus cromosomas! Tomá unas flores”. Las felicitaciones son una gastada en la cara: “Felicitaciones Claudia, por ser la otredad, porque te tocó ser eternamente lo diferente, el opuesto a la norma, felicitaciones Claudia por seguir bancándotelo todo, laburando lo mismo que yo, pero ganando mucho menos, y todo esto haciéndolo maquillada y en tacos a las ocho de la mañana! Feliz Día Clau.”. Y Clau sonríe, toma las flores. Está contenta, satisfecha y no se siente ofendida, por eso no se queja. “No, no me voy a quejar, si me dieron flores. ¡Flores! ¡Cómo en las películas!”

Fue mi madre quien un día me sentó y me explicó la importancia de tener aunque sea un solo día en el que los medios y la gente estén un poco más atentos que el resto del año a las cuestiones de la mujer trabajadora. Es que la lógica del consumo me había confundido a mí también.

Este veneno que me inundaba todos los años el 8 de marzo tenía un solo culpable, el mismo de siempre. El único culpable que conforma a Clau con unas flores y que me lastima, y que no es otro que el discurso hegemónico, que logra poner al lenguaje en contra nuestro constantemente, doblegándonos desde los mismos discursos estigmatizantes. El discurso hegemónico que logra desmantelar un día que busca resaltar la lucha feminista, para convertirlo justamente en todo lo opuesto a una lucha feminista. Es otra vez el discurso hegemónico con sus secuaces, los publicitarios, que logran igualar el día de la mujer con el día de la secretaria, con el día del animal o con el día de los enamorados, y en el que el día de la mujer se vuelve uno ideal para vender más shampoo, más tostadoras y más días de SPA.

Clau y sus flores

“Este veneno que me inundaba todos los años el 8 de marzo tiene un solo culpable, el mismo de siempre. El único culpable que conforma a Clau con unas flores y que me lastima, y que no es otro que el discurso hegemónico, que logra poner al lenguaje en contra nuestro constantemente.”

Y uno de los centros de ese dispositivo es la publicidad, según la cual, el día de la mujer es un día en el que aparentemente estamos habilitadas a ser más mujeres que nunca, y ser “más mujer” significa todo lo siniestro que el discurso hegemónico pueda postular sobre “el ser mujer”, o sea, ser más lindas, y para eso hace falta comprar más shampoo.

Las publicidades se llenan de supuestas cualidades propias de las mujeres, aprovechando este día para continuar la estigmatización. Grita una publicidad de crema: “Dicen que las mujeres argentinas somos las más lindas del mundo”. Desde el vamos, una lamentable interpretación que convierte al día de la mujer en un concurso de Miss Mundo; y luego prosigue: “…somos madrazas, independientes, soñadoras, transgresoras”.  Todas cuestiones absolutamente relativas, que nada tienen que ver con una lucha que busca la igualdad de derechos en el ámbito laboral e inclusive los derechos sobre nuestro propio cuerpo. Y finaliza la canallada: “se dice mucho de nosotras, pero así somos, mujeres argentinas y queremos celebrarlo”. Y entonces el día de la mujer deviene en la pavada sideral de celebrar el haber nacido mujer y mantener todos los valores propios de una mujer (¿ser madraza? ¿soñadora? ¿boluda?).

A mi no me enorgullece el haber nacido mujer ni haber crecido en Núñez, son todas eventualidades que no dependieron de mi proceder en lo más mínimo.  Un primer paso a la igualdad de género sería abandonar los orgullos de género. No debería haber valor ni en nacer mujer ni en nacer hombre. Y por otro lado, hay otras tantas mujeres que ya entendieron qué es el 8 de marzo, pero nunca le van a decir a su compañero de oficina :“Por favor, Hernán, este día no me felicites. No se trata de eso”, porque saben que la respuesta será: “Bueno viejo, no hay por…. que les venga bien”.  Yo no soy complaciente como Clau y eso sí me enorgullece. Lo cierto es que el 8 de marzo es el día de la mujer trabajadora y de la lucha feminista, el problema es que ser feminista no vende shampoo.

 

 

Madona o bruja

“EXCLUIDAS DE LA CONSTRUCCION HISTORICA”

 

 

mulher Chile

Por Leticia Glocer Fiorini *

El lema “Igualdad para las mujeres. Progreso para tod@s”, bajo el cual se conmemora este año el Día de la Mujer, remite a que la igualdad para las mujeres, igualdad de oportunidades, igualdad de reconocimientos, igualdad laboral, no es o no debería ser una reivindicación sólo de las mujeres. La demanda de equiparación en la sociedad con los derechos de los hombres debe significar progreso y beneficios para todos, como lo es el reconocimiento de toda minoría discriminada.

Si bien las mujeres quedaron durante mucho tiempo excluidas de las construcciones históricas, hubo y hay variedad de representaciones de mujeres en la historia de la cultura. Alternativamente pura y prostituta, madre idealizada y mujer denigrada, madona y bruja, estas representaciones contradictorias expresan también las relaciones entre los sexos. En este sentido, son también una historia de los hombres y de la humanidad.

Mucho se ha avanzado en los derechos de la mujer y mucho falta aún. Hay diferencias significativas en la situación de la mujer en Oriente y Africa con respecto a las sociedades occidentales, pero también en el seno mismo de estas últimas.

Los enormes cambios que se produjeron desde la entrada de las mujeres al mundo del trabajo, la aparición de métodos anticonceptivos, el voto femenino, entre otras importantes adquisiciones, no deberían opacar los problemas presentes: los femicidios en aumento, la trata de personas, principalmente de mujeres, las violaciones en épocas de paz y de guerra, la violencia de género y otras discriminaciones y formas de violencia.

Los cambios en el aspecto jurídico y social son fundamentales, pero son sólo una cara del problema. También deben estar acompañados de cambios psíquicos, ya que hay inscripciones en el psiquismo y en el imaginario social cuya movilización puede llevar más de una generación.

* Presidenta de la Asociación Psicoanalítica Argentina (APA).

 

MulherTrabalho

Desdomesticación de la mujer

ANTE EXIGENCIAS QUE ENFERMAN

 

Dia da mulher-1 Boopo

La autora considera que, en el debate sobre el trabajo de las amas de casa, “algo quedó silenciado”, ya que “las mujeres siguen enfermando a causa de las exigencias desmedidas”: “Quizás un manto de represión haya caído sobre esta temática demasiado sensible, espina dorsal del sistema capitalista”. Hoy finaliza la Semana de la Mujer.

 

AUTO_waldez dia mulher

Por Roxana Yattah *

En las décadas de 1970 y 1980 existió en la sociedad un debate acerca del trabajo realizado por las amas de casa en sus hogares. Este debate ponía en cuestión lo que estaba naturalizado como supuestas obligaciones propias de las mujeres. Fueron discusiones fecundas llevadas adelante por los movimientos feministas, sumadas a análisis marxistas; así se acuñaron conceptos clave como “trabajo invisible” o “doble jornada laboral”. Se ponía en relieve la sobrecarga laboral a la que estaban expuestas las mujeres y la trampa de entrar a los hogares por la puerta de los ideales para luego salir por la del desgaste y el agotamiento. Pero este debate, que supo ser apasionado, tendió a desaparecer de la escena de las luchas y reivindicaciones femeninas. Sin duda, las mujeres, hartas ya de las casas, se volcaron hacia ámbitos más interesantes y reclamaron, en terrenos más públicos que privados, las conquistas referidas a su propia sexualidad y a lo específicamente laboral. Sin embargo, algo de aquellas elaboraciones quedó silenciado. No hubo leyes que reconocieran el trabajo agobiante en la casa ni se lograron cambios suficientes en las familias. Hoy en día, la clínica y diversas experiencias institucionales parecen confirmar que las mujeres se siguen enfermando a causa de las exigencias desmedidas en el plano laboral.

Ahora se habla de doble y hasta triple jornada laboral, cuando al trabajo realizado dentro y fuera de sus casas se le suman terceras ocupaciones tales como actividades artísticas o compromisos derivados de alguna militancia. Estos factores, donde se ve la insistencia (y quizás agravamiento) del problema, llevan a pensar que acaso un manto de represión haya caído sobre esta temática, demasiado sensible, verdadera espina dorsal del sistema socioeconómico capitalista, más sensible aún por referirse a la intimidad. En el otro extremo, el malestar que se registra hoy en la clínica, los callejones sin salida para quienes pretenden sostener sus trabajos sin por ello dejar de ocuparse de sus casas y familias; los lugares imposibles en los que derivan dichos intentos, son motivos suficientes para considerar volver a traer a escena la discusión sobre lo doméstico.

En sociedades precapitalistas, la casa era la célula social básica, unidad principal de producción y consumo. Con la entrada en el capitalismo se produce una clara división que demarca un espacio privado, la casa, con la figura del “ama de casa” responsable de las tareas domésticas, y un espacio público, lugar de la producción, masculino por definición, donde se lleva a cabo la circulación económica. Esta división estructural es la que hace síntomas. De esta caracterización del trabajo doméstico se desprenden dos rasgos que es interesante resaltar por su vigencia.

El primero es su valoración en signo negativo, expresado en el ya clásico “No hago nada” del ama de casa, que se hace extensivo al “No vale nada, no sirve”. Al no recibir una valoración social clara ni tener tiempos definidos –es un trabajo que se realiza en un circuito sin fin– resulta difícil darle un estatuto ¿de qué hablamos cuando hablamos de ‘trabajo doméstico’? También es difícil nombrarlo como problema y más aún que su malestar se torne identificable.

Este rasgo se correspondió con el debate acerca de si el trabajo doméstico era productivo o improductivo (Lipszyc, Cecilia; Ginés, Ma. E.; Belucci, Mabel, Desprivatizando lo privado. Mujeres y trabajos. Ed. Catálogos, 1996). Al considerarse sólo como valor de uso quedaban subvaluados sus productos, ya que desde el punto de vista de la sociedad mercantilista se reservaba para valor de cambio aquellos trabajos que producían mercancías. Algunas respuestas feministas no se hicieron esperar: sostenían que el trabajo doméstico también era valor de cambio, pero diferido. Y su producción era precisamente la crianza de los hijos, que en su momento se insertarían en el mercado laboral con un valor específico, históricamente reconocido.

El segundo rasgo se refiere a la relación de alienación entre las mujeres y el trabajo doméstico, que supone una identificación entre las mujeres y las casas. Todavía hoy decir “doméstico” y “mujeres” es casi redundancia. Las casas son como extensiones de las mujeres, como una parte de sus cuerpos o la medida de su valoración narcisista. El discurso social produce así deslizamientos por los cuales: si la casa brilla, ella brilla; si la ropa está lavada y planchada, ella es cálida; si cocina y hay comida, ¡tiene amor para dar! La felicidad pasa por la casa. La publicidad nace, se consolida y expande reforzando estos patrones sociales.

En el otro extremo, si una mujer siente rechazo o desinterés por dicho trabajo, esto es rápidamente patologizado, desde un criterio adaptativo de salud, rendija por la cual los laboratorios introducen cantidades de psicofármacos para mejorar su rendimiento.

Estos eran, a grandes rasgos, los planteos y argumentaciones que circulaban en aquellos tiempos en innumerables libros, artículos, estudios científicos que denunciaban los andamiajes ideológicos sobre los que se sostenían las tareas de las mujeres dentro de los hogares. Hoy, ese material desapareció de las librerías.

En el equipo de Adultos del Centro de Salud Mental Nº 1 Dr. Hugo Rosarios, del Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires, donde me desempeñé, recibíamos frecuentes consultas de mujeres, jóvenes o de mediana edad, en plena etapa productiva de sus vidas, a cargo de la crianza de sus hijos, del cuidado de sus casas, cursando sus proyectos de pareja. Además de los motivos específicos por los cuales cada mujer consultaba, era frecuente que las entrevistas giraran en torno de la preocupación por el entorno familiar. Algún hijo con problemas o crisis matrimoniales en ciernes motivaban el interés por comenzar un tratamiento.

Muchas de estas mujeres reconocían estar apartadas del campo laboral o postergar sus proyectos personales en función de considerar prioritario “sacar adelante la familia” (no es un dato menor el de que esto tenía lugar alrededor de la crisis de 2001). Frente a las crisis, ellas eran las primeras en consultar. Entre los cuadros depresivos, los síntomas de angustia, aparecían también marcados rasgos de agotamiento y cansancio, que expresaban con actitudes de desgano o apatía. Según la seriedad del caso, se sumaba una tendencia al aislamiento, autorreferencia, sentimientos de frustración y fracaso.

En ese contexto llamaba la atención el papel que ocupaba el trabajo doméstico en sus vidas. Como un telón de fondo constante, el trabajo que encaraban dentro del propio hogar y en el cuidado de las personas era abrumador y de sus relatos se desprendía que llevaban años sosteniendo ese ritmo. Por diversas que fueran las consultas, las emparejaba la actitud que asumían hacia lo doméstico: una especie de incondicionalidad y automatismo. Pero esto no estaba sintomatizado, es decir: no se quejaban por ello ni venían con una disposición para replantear un cambio, sino que buscaban restablecer el equilibrio perdido. En sintonía con el modelo de familia que habían emprendido, venían pidiendo que nada cambiara.

Esta consulta insistente y numerosa dio pie a un proyecto de investigación y asistencia que en un comienzo se abocó al estudio de situaciones de maltrato y violencia (proyecto de asistencia e investigación Sujetos en situaciones de violencia, 1994 a 2005, Centro de Salud Mental Nº 1, que coordiné). Buscábamos rastrear en aquellos interiores del hogar los momentos de quiebre, conflictos, desilusiones, desesperanzas que llevaban a las crisis y explosiones en el ámbito familiar y que habían decidido a cada una a consultar. Con los años, el interés de la investigación se fue desplazando hacia el estudio de la vida cotidiana de las mujeres, centrándose en experiencias que atraviesan la vida cotidiana de cualquier mujer, pero que no son suficientemente tenidas en cuenta ni llegan a reconocerse como problemáticas.

Convendría separar esos dos lugares que aparecen indiferenciados: las mujeres y las casas. El trabajo que genera una casa en su devenir, que se desprende de su uso: las cosas-de-la-casa. Eso que se usa, se ensucia, se gasta, se rompe; eso que se consume, se mancha, se tira. Es un trabajo que en sí mismo no es de nadie pero pide ser atendido, cada vez. La casa es una máquina demoledora que no para de demandar horas y horas de trabajo humano.

Pero lo doméstico es también el reducto de lo familiar, de la intimidad; es el lugar de los cuidados y de los afectos. ¿En qué momento y por qué motivos este espacio, tan privilegiado, se convierte en lo contrario? Volviendo a las mujeres: ellas deben responder por esta carga laboral. Presionadas, deben postergar los signos de cansancio o de malestar y postergarse. La sociedad, así pautada, les exige este pequeño sacrificio. Y finalmente lo hacen, pero a costa de convertirse en autómatas. Estos aspectos compulsivos de la cuestión pueden ser los que motivan la aparición de manifestaciones contrarias hacia la casa, donde aparecen los signos de rechazo. Lo cierto es que los aspectos amables de lo doméstico se convierten con el tiempo en amenazantes y angustiantes.

En su artículo “Lo siniestro”, Freud se refiere a “aquello espantoso que afecta las cosas familiares desde tiempo atrás” y se pregunta: “¿Bajo qué condiciones las cosas familiares pueden tornarse siniestras?”. En lengua alemana, Unheimlich, “siniestro”, es antónimo de Heimlich, que significa: “íntimo”, “secreto”, “familiar”, “hogareño”, “doméstico”. Freud busca desentrañar condiciones propicias para que algo devenga siniestro: una de ellas es que pertenezca “al terreno de la realidad común”, tal como sucede con lo doméstico y las cosas de la casa. Otra dimensión de lo siniestro alude a la duda entre lo animado e inanimado: “La duda de que un ser animado sea viviente y, a la inversa, que un objeto sin vida esté animado”. Esta confusión entre las mujeres y las casas; el carácter compulsivo en donde no es posible elegir; el hecho de no detenerse y seguir, a costa de transformarse las mujeres en autómatas, constituyen características muy particulares de esta temática.

Encarnadas

En las últimas décadas, las instituciones de salud mental han crecido considerablemente. Y, hoy, en los tratamientos, tomar como punto de partida el malestar, la angustia, significa aceptar la caída de los ideales y la entrada en un tiempo concreto; significa el fin de las esperas infructuosas. Aquellas mujeres que venían con actitud de entrega incondicional hacia sus familias, sin estar advertidas, sin haber incorporado un pensamiento crítico, cuando los esquemas fallaban volvían la carga del fracaso contra sí mismas. Se sentían responsables, lo cual las convertía en presas fáciles del maltrato de los demás, cuando no en objetos de descarga del sadismo. Las amas de casa tienen sus modos masoquistas de quebrarse: se rompen por dentro, implosionan.

Lentamente, alentadas por un medio facilitador que las acompañe, dejan caer sus creencias e ilusiones y se animan a iniciar experiencias de cambio. Desde posiciones éticas –también institucionales– que abiertamente se oponen a perpetuar estructuras de maltrato, se introducen nuevas coordenadas de dignidad y respeto, hacia sí mismas y hacia los demás. Los tratamientos institucionales, lejos de plantearse como meros maquillajes adaptativos, se convierten en verdaderos gestos de ruptura que dan lugar a vivencias inéditas de libertad y autonomía. Cada paciente, en la medida de sus posibilidades, empieza a recortarse y a poner límites, a expresar sus propios deseos e intereses, pero sobre todo a valorar su propio trabajo y a hacerse valer. Allí reside un cambio de posición, serio e irreversible.

Estos tratamientos tienen lugar en el caso por caso, lo cual implica una revalorización (y reconsideración) de la singularidad. Esto marca el cambio de época. La clínica hoy está demostrando que las grandes ideas muchas veces pueden tener curso si son encarnadas por personas reales, que sufren y hacen síntomas. No siempre hay un horizonte claro y diáfano que se dirige hacia la lucha y se embandera en ella, sino más bien todo lo contrario. Cuando una mujer (para el caso) se desprende de sus certezas, cuando reconoce que está perdida y que no sabe lo que quiere, cuando lo único claro es su angustia y sólo se siente dueña de su malestar, allí puede comenzar una historia de transformación, cuyo final está abierto pero cuyas posibilidades (y fuerzas) son infinitas. Porque brotan de lo reprimido.

Sería un grave prejuicio considerar estos procesos de ruptura como individualistas. Son pequeñas batallas, pero abren brechas en todas las direcciones: en primer lugar hacia las generaciones siguientes; conmoviendo a las generaciones anteriores, de donde provienen los mandatos y prohibiciones, pero también produciendo cimbronazos en todo el cuerpo social, al que interpelan para poder emerger desde otro lugar. Hoy, cuando tanta agua ha corrido bajo el puente, ya no se trata ni de huir hacia los espacios públicos ni de someterse en los ámbitos privados, sino de hacer algo distinto, algo que precisamente hay que inventar. Aquellas grandes divisiones entre las luchas políticas y el psicoanálisis, en dos líneas paralelas que parecía que nunca se tocarían, son desmentidas por la clínica y por estas experiencias colectivas.

Y esa intersección que se anuncia, ese encuentro a medio camino entre algo que se esboza con dificultad y el cambio necesario (¡dar batalla allí!) parece ser el rasgo de nuestra época.

* Psicoanalista, investigadora.

Escutem o louco. O homem que empurrou uma passageira nos trilhos do metrô desnuda o momento perturbador vivido pelo Brasil

por Eliane Brum/ Em País/ Espanha

 

“Chi lo ha deciso", por Paolo Troilo

“Chi lo ha deciso”, por Paolo Troilo

 

De repente, o taxista aumentou o som da pequena TV acoplada no console do carro. No banco de trás, eu parei de ler e afinei os ouvidos. Era meio-dia da sexta-feira de Carnaval (28/2). O homem que, dias antes, havia empurrado uma passageira nos trilhos do metrô de São Paulo tinha sido preso. A mulher teve o braço amputado. O agressor sofre de esquizofrenia, destacou o apresentador de TV. “Louco”, decodificou de imediato o taxista. Doença triste, disse o apresentador na TV. Ao ser preso, continuou o apresentador, o agressor afirmou que a empurrou porque sentiu raiva. Essa parte o taxista não escutou. Algo lá fora o havia perturbado. Colou a mão na buzina, abriu a janela do carro e xingou o motorista ao lado, que tentava mudar de pista. Perdigotos saltavam da sua boca enquanto ele empunhava o dedo médio com uma mão que deveria estar no volante. Fechou a janela, para não perder a temperatura do ar-condicionado, e voltou a falar comigo. “A polícia tem de tirar os loucos da rua”. A quem ele se refere, pensei eu, confusa, olhando para fora, para dentro. Era ao louco do metrô.

Há algo de trágico nos loucos. E não apenas o que é definido como loucura nessa época histórica. Há uma outra tragédia, que é a de não ser escutado. Sempre que alguém com um diagnóstico de doença mental comete um crime, a patologia é usada para anular as interrogações e esvaziar o discurso de sentido. A pessoa não é mais uma pessoa, com história e circunstâncias, na qual a doença é uma circunstância e uma parte da história, jamais o todo. A pessoa deixa de ser uma pessoa para ser uma doença. Se há um histórico, é o de sua ficha médica, marcada por internações e medicamentos – ou a falta de um e de outro. Esvaziada de sua humanidade, o que diz é automaticamente descartado como sem substância. A doença mental, ao substituir a pessoa, explica também o crime. E, se não há sujeito, não é preciso nem pensar sobre os significados do crime, nem sobre o que diz aquele que o cometeu.

Mas o que essa escolha – a de reduzir uma pessoa a uma patologia e a de anular os sentidos do seu discurso – diz da sociedade na qual foi forjado esse modo de olhar? Se Alessandro de Souza Xavier, 33 anos, o homem que na terça-feira (25/2) empurrou Maria da Conceição Oliveira, 28, no metrô, for escutado, há algo de particularmente perturbador na justificativa que confere ao seu ato. Alessandro diz: “Fizeram um mal pra mim, e eu descontei. Fiz porque estava nervoso com o pessoal do mundo.”

O louco não expressa apenas a sua loucura. Ele também denuncia a insanidade da sociedade em que vive

O que há de particularmente perturbador nessa fala é que, quando escutada, ela desnuda o atual momento do Brasil. Vale a pena lembrar que o louco é também aquele que diz explicitamente do seu mundo. Sem mediações, ao dizê-lo ele pode sacrificar a vida de outros, assim como a sua. Vale a pena lembrar ainda que o louco não expressa apenas a sua loucura. Ele denuncia também a insanidade da sociedade em que vive.

Ao interrogar sobre os sentidos do que Alessandro diz, quando explica por que empurrou Maria, é necessário olhar para os outros crimes que viraram notícia nos últimos dias. Nenhum deles, até agora, relacionado a doenças mentais. Torcedores do São Paulo bateram com barras de ferro em um torcedor do Santos que esperava o ônibus. Bateram nele até matá-lo. Ao deparar-se com blocos de Carnaval interrompendo o trânsito, na Vila Madalena, bairro de classe média de São Paulo, um homem acelerou o carro e feriu dez pessoas. Quem estava perto o arrancou do veículo e passou a agredi-lo. Quando ele conseguiu fugir, destruíram o carro. Um casal de lésbicas foi espancado ao sair de um bloco de Carnaval, no Rio. Uma delas teve a roupa arrancada. Apenas uma pessoa na multidão ao redor tentou ajudá-las. Em Franca, no interior de São Paulo, um adolescente correu atrás de um suspeito de assalto e lhe aplicou um golpe chamado de “mata-leão” (estrangulamento). O suspeito, de 22 anos, teve um infarto após ser imobilizado e morreu no hospital. Um morador de rua foi linchado em Sorocaba (SP) por ter pegado um xampu de um supermercado. Teve afundamento do crânio. No Rio, mais um adolescente foi amarrado e agredido depois de furtar um celular. Linchamentos eclodiram em todo o país depois do caso do garoto acorrentado com uma trava de bicicleta no Flamengo. Nas semanas anteriores, dois manifestantes acenderam um rojão num protesto no Rio, matando um cinegrafista. Na Baixada Fluminense, um homem executou um suspeito de assalto com três tiros, em plena rua, durante o dia, assistido por vários. Mais de 40 ônibus foram incendiados em São Paulo em 2014.

A lucidez do louco é a de não vestir como razão a nudez do seu ódio – ou do seu medo

O discurso do louco é encarado como uma afirmação (e confirmação) da sua loucura, o que é outra forma de não escutá-lo. No caso de Alessandro, uma das provas da loucura do louco teria sido ele dizer que jogou Maria nos trilhos do metrô por raiva e também por vingança. Explícito assim. Outra prova da loucura do louco revelou-se ao afirmar que não a conhecia, que a escolheu de forma aleatória. “Desconexo” – foi o adjetivo usado para definir o discurso de Alessandro. Sua vítima não era torcedora do Santos, não era lésbica, não tinha furtado um celular ou um xampu, as desrazões interpretadas como razões. Por que, então? O louco confessou: Maria não era Maria, já que não a conhecia nem sabia o seu nome, mas o “pessoal do mundo”. A lucidez do louco talvez seja a de não vestir como razão a nudez do seu ódio – ou a nudez do seu medo. Por isso também é louco.

Diante da violência que irrompe no Brasil em todos os espaços, talvez seja a hora de escutar o louco. Talvez o fato de ele atacar no metrô não seja um detalhe descartável, uma coincidência destituída de significado. No mesmo dia em que Alessandro foi preso, morreu no hospital Nivanilde de Silva Souza, aos 38 anos. No mesmo dia em que, na Estação da Sé, Alessandro empurrou Maria, na Estação da Luz um trem atingiu a cabeça de Nivanilde. Ela tinha dito a um estagiário da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que estava grávida, o que lhe assegurava o direito a entrar no vagão especial. O estagiário disse a ela que teria de apresentar um documento comprovando a gestação. Os dois teriam se empurrado, seguranças deram voz de prisão à Nivanilde. Na confusão, ela teria caído na plataforma. O trem bateu na sua cabeça.

No início de fevereiro, a linha-3 vermelha do metrô parou por cinco horas depois da falha em uma porta na estação da Sé, a mesma em que Alessandro empurrou Maria. No verão paulistano mais quente desde 1943, o ar-condicionado foi desligado. Pessoas vagavam pelos túneis, algumas desmaiaram, grávidas e velhos esperaram dentro de vagões abafados por horas. Pelo menos 19 dos 40 trens que circulavam na linha foram depredados.

O outro, qualquer outro, tornou-se inimigo e competidor por um lugar no trem que nos engole e nos cospe em seu vaivém automático

Os protestos de junho de 2013 começaram por causa das tarifas do transporte público, em São Paulo os 20 centavos de aumento da passagem. Naquele momento, milhares romperam o imobilismo, no concreto e no simbólico, e passaram a andar por cidades em que não se andava, vidas consumidas em ônibus e metrôs superlotados. O aumento de 20 centavos foi cancelado, mas o péssimo transporte público continuou mastigando o tempo, desumanizando gente. Basta parar para esperar o trem nos horários de pico para ser empurrado, xingado, odiado. O outro, qualquer outro, tornou-se nosso inimigo e nosso competidor por um lugar no trem que nos engole e nos cospe em seu vaivém automático. Somos passageiros que não passam, e a tensão dessa impossibilidade cotidiana pode ser apalpada. A violência é gestada como uma promessa para o segundo seguinte.

Então o louco vai lá e empurra a mulher sobre os trilhos. Rompe o imobilismo e empurra aquela que espera. Porque é louco. Caso isolado, nenhuma conexão com nada, desconexo é o seu discurso, fora da história é o seu gesto, a insanidade é só dele. Basta eliminá-lo, tirá-lo de circulação, para que a sociedade brasileira volte a ser sã. E o metrô de São Paulo um espaço de convivência agradável e pacífico, marcado pela cordialidade.

Talvez estejamos todos não loucos, mas no lugar do louco. Já não nos subjetivamos, tudo é literal. Nos mínimos atos do cotidiano nos falta a palavra que pode mediar a ação, interromper o gesto de violência antes que se complete. Mas talvez estejamos no lugar do louco especialmente porque nem escutamos, nem somos escutados. E quem não é escutado vai perdendo a capacidade de dizer. Só resta então a violência.

Reprimir os protestos é uma forma brutal de não escutar o que dizem aqueles que ainda se preocupam em dizer

Os protestos iniciados em junho pelos 20 centavos e agora centrados na Copa do Mundo são um dizer. Responder a eles com repressão – seja da polícia no espaço público, seja em projetos de lei que transformam manifestantes em terroristas, seja anunciando que o Exército vai para as ruas em tempos de democracia – é uma forma brutal de não escutar aqueles que ainda se preocupam em dizer. É talvez a maior violência de todas.

É preciso ser muito surdo para acreditar que prender todos, “deter para averiguação”, criminalizar manifestantes é suficiente para voltarmos a ser o Brasil cordial e contente que nunca existiu, 200 milhões em ação torcendo pela seleção canarinha. Que o dizer de quem deseja um Brasil diferente seja hoje expressado no campo simbólico do futebol é mais uma razão para escutá-lo, ao mostrar que estamos diante de novas construções do imaginário.

Escutem o louco. Para não colocar aqueles que protestam no lugar do louco, no lugar daquele que não é escutado porque não teria nada a dizer. E depois surpreenderem-se com a resposta violenta, convencendo-se de que não têm nada a ver com isso.

 

 

A estranha doença que mata jovens

Cada vez mais jovens contraem essa doença praticamente incurável. Numa fase precoce, quando eles ainda poderiam ser ajudados, mesmo um médico experiente terá dificuldade em diagnosticar os sintomas perigosos dessa doença em gestação. Afinal que doença é esta e como se proteger a si e aos seus familiares?

Hoje vamos falar de uma doença que pode atingir qualquer pessoa. Se trata da dismorfofobia – um distúrbio mental que se manifesta por uma percepção errada do seu próprio corpo e tem como consequência um ódio hipertrofiado contra si próprio. Essa doença é acompanhada de riscos muito elevados de suicídio, especialmente entre os jovens com 25-30 anos de idade.
A Voz da Rússia decidiu perceber com a ajuda da psicóloga Irina Lukianova como se pode detectar a tempo o início da dismorfofobia em si próprio, ou em pessoas das suas relações, o que fazer se se estiver no grupo de risco e como começar um tratamento correto.
Na maioria dos casos o grupo de risco inclui pessoas com uma autocrítica excessiva, perfeccionistas na sua maneira de ser e que têm o complexo de excelência. À dismorfofobia são sobretudo vulneráveis adolescentes a partir dos 14-15 anos. Regra geral, depois dos trinta anos a quantidade de pessoas que sofrem dessa síndrome se reduz em várias vezes e finalmente desaparece.
Irina Lukianova explica como detectar os sintomas da dismorfofobia:
“Se notou que alguma particularidade do seu aspecto físico atrai constantemente as suas atenções, está sempre se vendo ao espelho para descobrir até que ponto o seu “defeito” pode ser visível para os demais, e o que pode fazer para escondê-lo, se tenta não se deixar fotografar, sente uma apatia constante e falta de vontade para fazer seja o que for, o mais provável é ter sido mais uma vítima dessa síndrome. Se pensa que essa sua “particularidade” física o incomoda de uma forma insustentável e que sem ela sua vida seria completamente diferente: você teria uma vida socialmente ativa, com sucesso e feliz, se o seu único desejo é fazer uma cirurgia plástica ou mesmo pôr termo à vida, você ter que recorrer urgentemente a um psicoterapeuta altamente qualificado.”
O círculo mais próximo da pessoa tem um papel importante na dismorfofobia. De acordo com as estatísticas, mais de 60% dos que sofrem desse transtorno referem ter sido alvo de críticas constantes ao seu aspecto físico ao longo da sua infância por parte dos pais ou dos amigos. O desejo de alcançar a aprovação e o apreço geral acaba por empurrar essas pessoas para alterações radicais do seu aspecto exterior adotando estilos extravagantes no vestuário, a aplicação de tatuagens e a realização de cirurgias plásticas. Outros tentam reduzir ao mínimo o contato com o mundo exterior, adotam um modo de vida solitário, não saem de casa durante o dia para que as pessoas não vejam a sua “deformidade”.
Além de tudo isso, uma grande influência no desenvolvimento da dismorfofobia tem a mídia. Irina Lukianova também concorda:
“Os adolescentes vêm o mundo de uma forma idealista. Eles não se dão conta que as fotos retocadas das pessoas das revistas cor-de-rosa pouco têm a ver com a vida real. As personalidades que nos olham a partir das capas são na realidade pessoas iguais a nós, com os seus defeitos e imperfeições, mas a juventude não percebe isso.
Eles acreditam sinceramente que as pessoas não têm poros, ou rugas, ou erupções cutâneas. São todos altos, eternamente jovens e elegantes. Assim muitos criam uma imagem distorcida sobre qual deve ser o verdadeiro aspeto do corpo humano. O padrão de aspeto exterior imposto pela mídia é, na realidade, inatingível, mas infelizmente os jovens raramente o compreendem. Não sendo capazes de alcançar os padrões impostos pela ditadura da moda atual, eles entram em depressão, perdem a autoconfiança e, por vezes, a vontade de viver.”
O que temos de fazer para vencer a dismorfofobia e não permitir que atinja um estado extremo? Os fatos não são muito otimistas: uma pessoa praticamente não se consegue tratar sozinha. Aqui é necessária uma abordagem complexa, desde a psicoterapia e o uso de antidepressivos até mesmo ao internamento. Sem um tratamento adequado a doença pode atingir um estado crônico, com períodos de recaídas graves e remissões. É importante perceber que nem os dermatologistas, nem os cosmetólogos, nem os cirurgiões plásticos podem ajudar as pessoas com dismorfofobia, porque regra geral não se trata de defeitos físicos reais, mas imaginários.
O problema da recusa em aceitar o próprio corpo tal como ele é não desaparece depois das intervenções cirúrgicas. Ela tem um caráter puramente psicológico. Nos casos mais adiantados, e durante as recaídas, os pacientes podem se automutilar, tentando realizar sozinhas a operação que as livre da sua “deformação”. Houve casos em que as pessoas tentaram sozinhas cortar a gordura de suas barrigas ou quadris, ou serrar parte da cartilagem nasal. Ou então decidiam terminar com a própria vida por não se conseguirem aceitar como são.
Essa tendência assustadora aumenta a cada ano que passa ceifando as vidas de muitos jovens. Por isso tenha atenção! Não critique em excesso a sua aparência ou a aparência de outras pessoas. Tente não criticar o aspeto físico dos seus próximos, mesmo que pense estar fazendo bem. Quem sabe o que você irá semear na alma de outra pessoa? Pode vir a ser uma tempestade que lhe irá arruinar toda sua vida.