A VENDA DO DIÁRIO DE PERNAMBUCO

por José Adalberto Ribeiro

 

Postal de 1942

Postal de 1942

Instituição com raízes históricas em Pernambuco, o DP deve explicações à sociedade sobre as transações de compra/venda ao grupo HAP-VIDA. Assim acontece com grupos empresariais ou instituições que se incorporam a outros grupos, mudam de dono ou fazem transações relevantes no mercado.

A Diretoria dos Associados e do DP não pode continuar silenciosa e omissa, a pretexto de que falta o “De acordo” do CADE, órgao governamental responsável pelo controle da concorrência e dos cartéis (isto, em tese).

A opinião pública de Pernambuco e do Brasil, o mercado editorial e os meios de comunicação em geral são credores de informações dos diretores Associados. Isto faz parte da natureza das comunicações.

Os funcionários do DP são mantidos à distância sem nenhuma informação.

Transcrevi da página de José Adalberto Ribeiro no Facebook. Texto que originou outras indagações.

Antes da Lei Áurea uma fazenda era vendida com todas suas peças, assim eram chamados os escravos. Acontece o mesmo, no Brasil, com os jornalistas. Uma empresa de comunicação – jornal, tv e rádio – é vendida com toda a redação. A mudança de propriedade pode significar uma mudança da linha editorial, isto é,  de ideologia, de partidarismo político etc.

A liberdade de imprensa no Brasil pertence à empresa, e não ao jornalista.  Lei da mídia já. O jornalista não é um inseto para sofrer repentina metamorfose. Ser obrigado a mudar de vida. Mudar de filosofia, mudar de religião etc.

Nos países com conselhos de redação, a transferência de propriedade de uma empresa jornalística precisa do consentimento da redação.

Ribas Netto: Uma decisão pré-anunciada ao longo do tempo. Os Associados em Pernambuco estão a deriva há muito tempo. Começou pela PRA-8 que foi totalmente abandonada e agora arrendada ao Sistema Globo (leia-se, Celso Colli). Incapacidade, desleixo, irresponsabilidade, descaso. Um plano de saúde comprar uma empresa de comunicação é impensável. Aliás, as demais emissoras de rádio (com exceção da Rádio Jornal)), foram gradativamente compradas por quem não é do ramo (igrejas neo-pentecostais).

Angelo Castelo Branco: Alguém sabe se a TV entrou na venda?

Ribas Netto: Ao que parece (primeiras notícias), todo o sistema foi vendido. Talvez a exceção seja a Rádio Clube que está arrendada ao Celso Colli – Globo).

Kennedy Barreto: Lembrem-se que o grupo comprou as ações pertencentes aos Diários Associados, que são majoritários.
Ainda existem os minoritários; vamos ver o que vem por aí…

José Adalberto Ribeiro: Esta, também, é uma oportunidade para que o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco venha a público, ou atue junto à direção do DP/Associados, para cobrar uma comunicado público sobre a venda do DP. Os funcionários da casa nada sabem ou ficam temerosos de falar a respeito. Nesse ambiente proliferam as especulações sobre demissões, mudança de diretorias e de chefias. A informação objetiva é o melhor remédio para neutralizar as especulações improcedentes e colocar a verdade nos trilhos. Os rumores são de que o clima de trabalho no DP está sendo afetado negativamente por conta dessa transação que por enquanto permanece nos bastidores.

Lêda Rivas: É isso aí, Zé Adalberto. Redação, comercial, técnico, administrativo: todos os setores estão obviamente muito tensos. Isto é clima pra se trabalhar?

Ricardo Antunes: Que sindicato? Aquele que chancela e apóia a censura contra um blog? Vc conhece a história quando fui agredido, lembra caro Jose Adalberto Ribeiro. Esse sindicato é dos pelegos e patrões.

Eduardo Ferreira: Apoio suas colocações, Jose Adalberto Ribeiro. O silêncio, nesse caso, é uma contradição para quem defende a livre expressão do pensamento, nesse caso a direção do DP e, principalmente, os jornalistas, representados pelo Sinjope Jornalistas Profissionais Pernambuco.

Ribas Netto: Amigos, vocês nestes últimos anos já viram os Associados (?) darem satisfação de alguma coisa? Eles são omissos também nesse quesito. Alguém da diretoria deu alguma explicação sobre o arrendamento da Rádio Clube? Segunda pergunta: por que o Cade deve dar o seu aval, se quem está comprando não é do ramo de comunicação e sim de saúde.

Ricardo Antunes: Estou com meu blog censurado há mais de dois anos. O sindicato não deu uma linha, parte por medo dos poderosos de plantão, parte por covardia e omissão e parte por incompetência mesmo. É um grupinho onde até existe duas ou três pessoas bem intencionadas, mas o resto faz política partidária da pior espécie.

 

 

Rosalvo Mello: “Quem fui eu”

MEU AMIGO ROSALVO

 

por Jorge Filó

 

Esse é o poeta Rosalvo, meu amigo da bodega do seu Artur. O conheci lá e lá fortalecemos nossa amizade. Estive viajando e só soube hoje de seu falecimento, quando li essa, diga-se de passagem, minúscula nota no JC, onde foi redator. Rosalvo era também capaz de poesia, como assim, dizia Luna de todos os poetas.

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Há pouco mais de um ano o poeta me entregou este poema, batido em máquina de datilografia, para que eu digitasse e lhe entregasse algumas cópias para presentear os amigos. Disse que não era uma despedida e sim uma constatação. Era um cidadão admirável, um boêmio notável, um poeta instável…

Vá na paz meu amigo…

QUEM FUI EU

Vivi demais
Amei demais
Sofri demais
Vi demais a face dos homens.
De tudo ficou um pouco
Como a cinza do cigarro no cinzeiro
O que me restou foi apenas a angústia
De ter acolhido em meu afeto
Alguns que só mereciam a minha compaixão.
A morte se aproxima
Não importa a causa
Apenas nasci.
Jamais cortejei ao longo da vida
A efêmera glória dos salões iluminados.
Que o meu canto permaneça
Apenas nas paredes dos botecos da vida.
Nos humildes quartos das mulheres
Perdidas, ou achadas.
Nas apertadas celas dos cárceres
Onde aprendi lições, de solidão.
Fui feliz e infeliz
Mas quando me encontrei
Eu me perdi…
com a lucidez dos loucos
E o precário equilíbrio dos bêbados.
Fui apenas um homem.
reto e Só…

Rosalvo Mello.

 

Jorge, essa “minúscula nota no JC” comprova a certeza dos versos de Rosalvo: “Vi demais a face dos homens./ (…) O que me restou foi apenas a angústia/ De ter acolhido em meu afeto/ Alguns que só mereciam a minha compaixão”. 

E publicaram uma foto de Rosalvo “colhida na net”. A autocensura do JC enoja. Os jornalistas frouxos tiveram medo de citar meu nome. Preferem o roubo dos direitos autorais. A foto é do arquivo de Karla Mello que, gentilmente, me cedeu para a publicação de um poema de Rosalvo. Confira

A “minúscula nota” tem uma razão de ser. O JC de hoje teme as lições de coragem, de liberdade, de idealismo, de retidão que foi a vida de Rosalvo.

Morreu o JC de Abdias Moura, Eugênio Coimba Jr., Carlos Pena Filho, Nilo Pereira, Mário Melo, Ivan Maurício, Manoel Costa, Ronildo Maia Leite, J. Gonçalves de Oliveira, Ricardo Antunes, José de Souza Alencar, Celso Marconi, Ladjane Bandeira, Cristina Tavares, Audálio Alves, Anchieta Hélcias, J. Maciel Jr, Francisco Bandeira de Mello. 

O patronato e seus escribas costumam dizer que jornalista não é notícia. Citei nomes que, escritas as biografias, jamais desaparecerão com o cotidiano dos diários. São escritores, poetas e artistas. Ou jornalistas que foram perseguidos, sequestrados ou presos. Nomes que transcendem o tempo. 

Quando dirigi o Jornal do Comércio e o Diário da Noite dedicava uma página ou duas, para noticiar o falecimento de um jornalista. “De tudo fica um pouco”, canta Rosalvo.

 

 

 

 

 

 

 

Isso não se faz: prender banqueiros

lucro bancos remessa

 

Perigo para a ordem pública no Brasil é denunciar as chacinas da polícia do Governo de São Paulo.

Perigo para a ordem pública é denunciar a jogatina à Carlinhos Cachoeira dos delegados caça níqueis do Governo do Paraná.

Perigo para a ordem pública é soltar o periculoso jornalista Ricardo Antunes.

Banqueiro é uma profissão sem risco no Brasil. A Filândia não prende, não ameaça e não mata jornalistas. Resultado:

Condenados los primeros banqueros por la crisis financiera

Un tribunal de Reikiavik ha condenado a nueve meses de prisión a los dos máximos responsables del banco Glitnir, el primero de las tres mayores entidades financieras que quebró y que tuvo que ser intervenida, y que provocó una profunda crisis en el pequeño estado del Atlántico norte.

Se trata del ex consejero delegado del banco Larus Welding, y de uno de sus más estrechos colaboradores en la entidad, Gudmundur Hjaltason, que fueron acusados de fraude por haber concedido prestamos con un elevado riesgo y que acabaron provocando la quiebra de la entidad. Son los primeros banqueros que son condenados por la crisis financiera.

En septiembre de 2008, los tres mayores bancos islandeses (Glitnir, Landsbanki y Kaupthing) quebraron consecutivamente por su voluminosa deuda, y arrastraron al país a su mayor recesión en seis décadas. Su rescate obligó a que el país pidiera ayuda financiera al FMI, a cambio de un severo plan de ajuste. Larus Welding fue arrestado hace un año por orden del fiscal especial que se encarga de las investigaciones por las causas de la crisis financiera.

El tribunal ha condenado a los dos directivos bancarios por haber aprobado un préstamos de 102 millones de euros sin las suficientes garantías a una sociedad tenedora de acciones de Glitnir, para que ésta a su vez pudiera pagar una deuda con Morgan Stanley. Aquella operación se realizó vulnerando las propias reglas de la entidad, elevó considerablemente los riesgos del banco, y acabó provocando unas pérdidas de 53,7 millones de euros.

Aunque han sido condenados, la pena impuesta a los dos directivos de Glitnir está muy por debajo de lo que el fiscal especial había pedido para ellos: cinco años y medio de prisión para Welding, y cinco años para Hjaltason.

En abril pasado, el ex primer ministro islandés , Geir Haarde, fue declarado inocente por la Justicia de su país tras ser acusado de no haber hecho lo suficiente para impedir la bancarrota del sistema financiero.

En el juicio, Haarde negó responsabilidades en la quiebra bancaria sufrida por Islandia en 2008, alegando que no disponía de información al respecto. La sentencia del Landsdómur (un tribunal especial) exculpó a Haarde de tres de los cuatro cargos de que estaba acusado, aunque lo condenó por haber violado la ley sobre la responsabilidad de los ministros al no convocar reuniones del Consejo de Ministros para analizar la situación.

La Radio del Sur
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Fonte confiável

No Brasil, a polícia prende jornalistas e ninguém procura investigar os reais motivos. Todos confiam num release da polícia. Um release repetido pelo Brasil inteiro, solto na grande rede e publicado no dia da prisão de Ricardo Antunes, 5 de outubro último, antevéspera das eleições.

Nunca mais os jornalistas tocaram no assunto. Por que não falam com o preso?

Parece muito convincente a verdade policial – do carcereiro – de que uma notícia, em um blogue desconhecido, vale um milhão de dólares.

O gado solto na verdinha

Escreveu SilvioBCampello:

“O fato de tentar extorsão também não anula os fatos nos quais ela se baseia. É sempre bom lembrar que num caso de roubo de gado, o ladrão é ladrão e o boi é boi. Perde a credibilidade da denúncia, mas os fatos originadores da denúncia, se existem, não deixam de ter valor para a discussão da Realidade”.

E acrescenta:

“A mim parece que havia mais de um grupo de ladrões tentando roubar o gado, mas os bois continuaram sendo bois, independente do número de ladrões no pasto”.

SilvioBCampello fala da prisão do jornalista Ricardo Antunes. O texto completo aqui.

A polícia PPV apenas pega ladrão de boi peba.

Os ladrões de gado de raça continuarão soltos. E Ricardo preso no mourão da polícia do governador Eduardo Campos.

Número de jornalistas presos em 2011 é o maior em 15 anos, mas nenhum nas Américas, diz pesquisa do CPJ. Agora tem um. A polícia do governador Eduardo Campos prendeu o único que fazia oposição

Pela primeira vez em 15 anos, Cuba não apareceu na pesquisa do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) sobre jornalistas presos, segundo divulgou a organização nesta quinta-feira, 8 de dezembro. Ainda assim, o censo mostrou que, no geral, o número de jornalistas na cadeia em todo o mundo aumentou 20% e alcançou níveis não vistos desde meados dos anos 90, de acordo com a Associated Press.

Irã, Eritréia e China encabeçam a lista, que mostra 179 profissionais de comunicação detidos em todo o mundo, 34 a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo Voice of America. Só o Irã, país que mais aprisiona jornalistas, apresenta 43 ocorrências.

CNN observou que, pela primeira vez desde 1990, quando o CPJ começou a registrar o número de jornalistas presos, “nenhum jornalista nas Américas foi preso por motivos relacionados à profissão”. Agora tem um: Ricardo Antunes.

O Marco Zero, pela lente de Hans von Manteuffel

por Ricardo Antunes (*)

O Marco zero é o ponto inicial das estradas do estado de Pernambuco.

Em 1938 no local foi erguido um busto do Barão do Rio Branco pelo Automóvel Clube de Pernambuco. O Marco Zero passou a chamar-se também Praça Rio Branco.

Em 1999 a praça que existia no local recebeu modificações recebendo uma rosa dos ventos impressa no chão, de autoria do artista plástico Cícero Dias, passando a ser uma área aberta para a realização de eventos,

apresentações artisticas e traditionalmente lugar de comemorações politicas depois de eleições.

Recentemente foram abertas o Caixa Cultural e o Centro de Artesanato de Pernambuco.

(*) Publicado no dia 4 último no Leitura Crítica, blogue censurado. No dia 5, Ricardo Antunes foi preso pela polícia do governador Eduardo Campos.