“Na crueldade da tua paixão, Senhor, vemos a crueldade dos nossos corações e das nossas ações. No teu sentimento de abandono, vemos todos os abandonados pelos familiares, pela sociedade, dos que estão privados de atenção e da solidariedade”

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Ao concluir a Via-Sacra desta Sexta-feira Santa, no Coliseu de Roma, perante milhares de pessoas, Francisco falou das “traições diárias” dos crentes à mensagem de Jesus.

“Na crueldade da tua paixão, Senhor, vemos a crueldade dos nossos corações e das nossas ações. No teu sentimento de abandono, vemos todos os abandonados pelos familiares, pela sociedade, dos que estão privados de atenção e da solidariedade”, referiu.

Para Francisco, a “negligência e indiferença” da sociedade estão na origem de muitos homens e mulheres “abandonados ao longo da estrada”

“Imprime no nosso coração sentimentos de fé, esperança, caridade, de perdão pelos nossos pecados”, rezou.

Neste contexto, o Papa argentino desejou que a conversão das “palavras” se transforme “em vida e obras”.

As tentações da corrupção e do mundanismo

Francisco pediu ainda que Jesus reforce a “esperança” das pessoas para que estas não esmoreçam com as “tentações do mundo” nem se deixem “enganar pela corrupção e mundanidade”.

O Papa denunciou o “silêncio cúmplice” dos que assistem com indiferença ao massacre de cristãos “perseguidos, decapitados e crucificados” por causa da sua fé.

Ao longo das 14 estações a cruz foi transportada, entre outras pessoas, por uma família numerosa; um casal italiano que adotou dois irmãos no Brasil; duas irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Siena, no Iraque; católicos da Síria, Nigéria, Egito e a China.

As reflexões que recordaram os cristãos perseguidos e a escravatura moderna foram escritas por D. Renato Corti, bispo emérito de Novara, Itália, a pedido do Papa.

O trabalho que se torna escravidão

“Há homens e mulheres que são presos, condenados ou até mesmo trucidados, só porque são crentes ou comprometidos em prol da justiça e da paz. Não se envergonham da vossa cruz. São, para nós, admiráveis exemplos a imitar”, referiu o texto apresentado durante a celebração.

Na evocação da prisão, julgamento e condenação à morte de Jesus rezou-se pelo “direito fundamental à liberdade religiosa” lembrando “situações terríveis” da humanidade de hoje, como: “O tráfico de seres humanos, a condição das crianças-soldado, o trabalho que se torna escravidão, as crianças e os adolescentes despojados de si mesmos, feridos na sua intimidade, barbaramente profanados”.

 

El mercado negro de órganos humanos, objetivo del tratado contra el tráfico

Un negocio que explota a la gente más pobre del mundo y que da unos beneficios ilegales de hasta 1.200 millones de dólares cada año.

 

 

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por Katie Nguyen

 
Más de una docena de países han acordado ejecutar leyes para combatir el tráfico de órganos humanos, un negocio que explota a la gente más pobre del mundo y que da unos beneficios ilegales de hasta 1.200 millones de dólares cada año.

Albania, Austria, Bélgica y España están entre los 14 países en firmar el primer tratado internacional para combatir el comercio de órganos, según anunció el órgano europeo de Derechos Humanos el jueves.

Con una estimación de unos 10.000 trasplantes realizados en el mercado negro cada año, el Consejo de la Convención Europea contra el Tráfico de Seres Humanos convertiría en delito la extracción de órganos sin un “libre, informado y específico consentimiento”.

También este tratado ilegalizaría que el donante o una tercera parte ganaran dinero del trasplante de órganos y daría a las víctimas el derecho a la compensación.

“La mayor parte de los traficantes de riñón y otros órganos en el mundo fluye desde los países pobres a los ricos, o dentro d los países pobres, desde la gente pobre a la rica”, dijo Ivan Koedjikov, director de Acción contra el Crimen, del Consejo de Europa.

“En la mayor parte de los casos, el más vulnerable es el que da”, dijo a Thomson Reuters Foundation por teléfono.

El receptor típico de órganos donados suele ser hombre, con una media de 48 años y unos ingresos anuales de unos 53.000 dólares, mientras que el donante suele ser también hombre, pero de media de 29 años, y con unos ingresos inferiores a los 500 dólares anuales, según Organs Watch, gupo de derechos humanos que documenta el tráfico de órganos.

Mencionando cifras del supervisor de Integridad Financiera Global, el Consejo de Europa dice que el comercio ilegal de órganos humanos está valorado entre los 600 y los 1.200 millones de dólares anuales.

Sólo en Europa, en 2012 había más de 68.000 personas en la lista de espera para recibir un riñón.

Los receptores pueden pagar entre 50.000 y 100.000 dólares por un riñón, un hígado, un corazón o cualquier otro órgano, dijo Koedjikov.

“Por supuesto que esto no puede ocurrir sin algún tipo de ayuda y con cómplices o involucrados entre los médicos”, añadió.

“Así que la Convención también establece la responsabilidad corporativa para esto. Si los actos criminales se han realizado por parte de alguien desde una posición de responsabilidad, entonces habrá responsabilidad corporativa o del hospital”.

Cinco países tienen que ratificar el tratado, que está abierto a todos los países, antes de que entre en vigor. Hasta el momento, los otros firmantes han sido República Checa, Grecia, Italia, Luxemburgo, Noruega, Moldavia, Polonia, Portugal, Reino Unido y Turquía Reuters

 

Papa Francisco: “Não é possível permanecer indiferente sabendo que há seres humanos comprados e vendidos como mercadorias! Levemos em conta as crianças que tem seus órgãos retirados, as mulheres enganadas e obrigadas a se prostituir, os trabalhadores explorados, sem direitos, sem voz”

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Vamos lembrar a Campanha da Fraternidade deste ano. Publica o blog de Daniele Barreto: Hoje tem mais um post, desta vez sobre uma questão ligada não só a Igreja Católica, mas a todo aquele que não aceita, se indigna e faz a sua parte para ajudar pessoas que, muitas vezes, estão impotentes diante do sofrimento e dos crimes dos quais são vítimas.

Vamos falar da Campanha da Fraternidade 2014: Fraternidade e Tráfico Humano.

A Campanha da Fraternidade 2014 – que focaliza sempre um tema da vida social, tem o objetivo de ajudar as pessoas e é considerada um instrumento de evangelização – realizada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) com o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou“ (eu sempre atrapalhava LEMA com TEMA na prova de religião, no colégio que estudei o primeiro grau kkkkkkk).

O tráfico humano:
O tráfico de pessoas para exploração econômica e sexual está relacionado ao modelo de desenvolvimento que visa diminuir os custos do trabalho. Antigamente, escravos eram capturados e vendidos como mercadoria. Hoje, a pobreza torna vulneráveis milhares de pessoas que garantem oferta de mão-de-obra para o tráfico.

Por ano, mais de 2,5 milhões de pessoas são traficadas em todo o mundo. É um número assustador e cujo rentabilidade está em torno de US$ 32 bilhões (cerca de 70 bilhões de reais), sendo o terceiro crime mais lucrativo do mundo, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas.

Em torno desse lucrativo negócio – que pode ou não envolver o tráfico internacional – existem empresários, fazendeiros, agentes de prostituição, poderosos ligados ao entretenimento, além dos intermediários – chamados de “gatos” (gente que alicia pessoas para serem exploradas), os “coyotes” (especialistas em transportar pessoas pela fronteira entre o México e os Estados Unidos).

Uma pesquisa produzida pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, em parceria com a ONU (UNODC), revelou pela primeira vez detalhes sobre tráfico de pessoas nos 11 estados fronteiriços do Brasil. O Diagnóstico sobre Tráfico de Pessoas nas Áreas de Fronteira no Brasil mostra que pelo menos 475 pessoas, no período de 2005 a 2011, foram vítimas do tráfico de humanos. A maioria mulheres até 29 anos.

Em regra as famílias têm vergonha de informar aos órgãos competentes, isso porque muitos traficados (mulheres, especialmente) são convencidos a uma “vida mais fácil e lucrativa” no exterior. Outras famílias passam a conviver com a constante ameaça das quadrilhas. Para o enfrentamento eficaz, há a necessidade de sofisticação nos procedimentos das polícias e órgãos interligados à proteção de direitos humanos e das mulheres.

Mas a preocupação não é exclusivamente o tráfico internacional de pessoas. (como citei acima)

Há o tráfico para lavouras, carvoarias e fazendas em todo o país (e aí convoco-os a refletir, inclusive, sobre os políticos que já foram denunciados na mídia por manter seres humanos em trabalho escravo ou análogo ao de escravo em suas propriedades). O diagnóstico feito pela ONU/Ministério da Justiça revelou que grande incidência do tráfico de pessoas para trabalhar no Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Amazonas e Pará; e para fins de exploração sexual no Amapá, Roraima, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Outros dois crimes comuns são a servidão doméstica de crianças (muitas famílias até “adotam” a filha da empregada ou de alguma família carente, mas submetem a trabalhos forçados, por vezes em troca de casa, escola e comida) e adolescentes e o uso de “mulas” para o transporte de substâncias ilícitas entorpecentes.

Mas há uma curiosidade revelada pelo documento: estão surgindo novas modalidades, dentre elas a exploração da mendicância, o tráfico de adolescentes para exploração em clubes de futebol (pais e mães entregam procurações para aliciadores que passam a negociar contratos e submeter adolescentes a um extenuante treinamento, os valores pagos pelos clubes não são entregues às famílias e os garotos recebem apenas moradia e alimentação) e o tráfico de pessoas indígenas (pais e mães indígenas que, por pobreza e desconhecimento sobre se tratar de crime, permitem que seus filhos/filhas viajem brasileiros ou estrangeiros, sendo casos de difícil solução tendo em vista que os aliciadores não se identificam e muitos desses indígenas passam a ter paradeiro totalmente desconhecido – presume-se que são usados em redes de prostituição ou exploração de mão de obra infantil).

Em regra o traficado – homens, mulheres, travestis, transgêneros, crianças, adolescentes – vive em condição de vulnerabilidade, e não raro as famílias acreditam em pessoas (criminosos) que parecem, efetivamente, querer ajudá-las.

É importante salientar que esse diagnóstico feito pelo Ministério da Justiça vai permitir a realização de ações de prevenção e repressão desse crime, segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. É necessário, portanto, campanhas de conscientização para ampliar as denúncias e um planejamento voltado para execução de políticas públicas – afinal, o tráfico não existe como um crime dissociado da forma de vida da sociedade; pelo contrário, ele é parte de uma engrenagem que perpassa pela geração de emprego e renda, combate à pobreza, melhor controle das fronteiras, fortalecimento da mulher no mercado de trabalho etc.

E, vale lembrar, o principal: a luta contra a mentalidade de sociedade escravagista em que vivemos.

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A Campanha da Fraternidade desse ano:

Do exposto, concluímos que melhor campanha não haveria de ser lançada em 2014 pela Igreja Católica. Se os fiéis se envolverem como espera a Igreja e com a ampla divulgação de material (folhetos, livros, cartazes – que já estão circulando em Dioceses por todo o país), além de palestras e pregações, a Igreja conseguirá atingir um grande número de pessoas que podem denunciar e de famílias que serão salvas quando da aproximação de aliciadores.

Entenda o significado do cartaz: (informações do site CNBB)

1- O cartaz da Campanha da Fraternidade quer refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente.

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2- Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e desumanizam a sociedade.

3- As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), especialmente os que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano, representadas pelas mãos na parte inferior.

4- A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do tráfico valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças, adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e por meios violentos.

Pronunciamento do Papa hoje

O papa Francisco pediu nesta quarta-feira aos brasileiros que se mobilizem contra “a praga social” que representa o tráfico de seres humanos, pois “a dignidade é igual para todos.

Não é possível permanecer indiferente sabendo que há seres humanos comprados e vendidos como mercadorias! Levemos em conta as crianças que tem seus órgãos retirados, as mulheres enganadas e obrigadas a se prostituir, os trabalhadores explorados, sem direitos, sem voz. Chegando a esse ponto, é necessário um profundo exame de consciência: quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado um objeto, exposto para ser vendido como um produto ou para satisfazer desejos imorais? – Papa Francisco

Além de tratar dessas modalidades já explicitadas acima, o Papa nos trás uma reflexão sobre a escravidão dentro de famílias. Uma abordagem que muitas vezes não é feita pela mídia e estudiosos, mas que trará uma nova consciência para mulheres e homens que frequentam a igreja e muitas vezes não escondem problemas físicos e psicológicos causados pela “escravidão familiar”.

Falando dessa escravidão no seio familiar, o Papa enfatizou:

Pais que escravizam seus filhos, filhos que escravizam seus pais, cônjuges que esqueceram o chamado desse dom, se exploram como se fossem produtos de consumo, de usar e descartar; idosos sem um lugar na sociedade e crianças e adolescentes sem voz. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa sem ser seres solidários com aqueles aos quais se nega sua própria liberdade? A dignidade humana é igual para todos os seres humanos: quando firo a do outro, firo também a minha. É a liberdade para a qual Cristo nos libertou. – Papa Francisco

 

 

O Papa denuncia o tráfico de seres humanos como crime contra a humanidade. Uma chaga no corpo de Cristo

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Um gesto da Igreja. Um gesto das pessoas de boa vontade que querem gritar «basta!» diante do crime contra a humanidade constituído pelo tráfico de seres humanos.

Assim o Papa Francisco definiu a conferência internacional sobre o tráfico de pessoas que, organizada pela Conferência episcopal da Inglaterra e do País de Gales, foi hospedada nestes dias pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais.

Foi grave a denúncia do Pontífice que – presente no salão nobre da «Casina Pio IV» na manhã de quinta-feira 10 de Abril – não hesitou em definir o tráfico de seres humanos «uma chaga no corpo da humanidade contemporânea», aliás «uma chaga na carne de Cristo», especificou. Trata-se de um verdadeiro «crime contra a humanidade», acrescentou.

E o facto de que os responsáveis pelos organismos de polícia de diversos países do mundo se reuniram pela segunda vez no Vaticano juntamente com bispos e sacerdotes comprometidos na assistência às vítimas do tráfico «para unir as nossas forças – observou o Papa Francisco – significa que desejamos que as estratégias e as competências sejam acompanhadas e reforçadas pela compaixão evangélica, pela proximidade aos homens e mulheres que são vítimas deste crime».

El papa Francisco sostuvo que “la trata de seres humanos es una llaga en el cuerpo de la humanidad contemporánea, una llaga en la carne de Cristo”

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“Es un delito contra la humanidad”, subrayó Francisco ante los representantes de la Iglesia y los jefes de policía de varios países, reunidos con el fin de iniciar una alianza de lucha contra el tráfico de seres humanos, que incluye a operadores humanitarios, informó la agencia Ansa.

“El hecho de encontrarnos aquí, para unir nuestros esfuerzos, significa que queremos que las estrategias y las competencias sean acompañadas y reforzadas por la compasión evangélica, por la proximidad con los hombres y mujeres que son víctimas de este crimen”, agregó.

En la lucha contra la trata el empeño de las fuerzas de policía y el de los operadores humanitarios, en particular de la Iglesia Católica, “pueden y deben marchar juntos”, dijo el papa argentino Jorge Bergoglio.

“Están aquí reunidas autoridades de policía, empeñadas sobre todo en contrastar este triste fenómeno con los instrumentos y el rigor de la ley” y “operadores humanitarios, cuya tarea principal es ofrecer acogida, calor humano y posibilidad de recuperación a las víctimas”, dijo.

“Son dos enfoques distintos, pero que pueden y deben marchar juntos”, observó, concluyendo que “dialogar y confrontar a partir de estos dos enfoques complementarios es muy importante. Por este motivo encuentros como este son de gran utilidad, diría necesarios”.

Quase 30 milhões de pessoas vivem em situações análogas à escravidão em todo o mundo

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Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO, 10 Abr (Reuters) – O papa Francisco disse “basta” ao tráfico de pessoas nesta quinta-feira, denunciando-o como um crime contra a humanidade, enquanto líderes da polícia e de grupos religiosos do mundo todo se comprometeram a trabalhar juntos para combatê-lo.

O papa Francisco participou do encerramento de uma conferência internacional de dois dias promovida pelo Vaticano sobre o tráfico de seres humanos com a presença de autoridades policiais, políticos e representantes religiosos.

“O tráfico humano é uma ferida aberta no corpo da sociedade contemporânea, um flagelo sobre o corpo de Cristo. É um crime contra a humanidade”, disse o papa. Francisco afirmou haver muitas “pessoas de boa vontade que querem gritar ‘basta'” para o tráfico de pessoas.

De acordo com um relatório de outubro do ano passado da Walk Free Foundation, quase 30 milhões de pessoas vivem em situações análogas à escravidão em todo o mundo, muitas delas homens, mulheres e crianças traficadas por quadrilhas para a exploração sexual ou trabalho não qualificado.

O papa adotou a defesa dos pobres e vulneráveis ​​como a principal missão de seu papado, emitindo inúmeros apelos para a proteção de refugiados.

Francisco debateu o tráfico de seres humanos com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quando ele visitou o Vaticano no mês passado. Foi ideia do religioso a realização da conferência internacional no Vaticano.

Na mensagem para a campanha quaresmal da fraternidade no Brasil o Papa denuncia o tráfico de pessoas, a adoção de crianças para extração de órgãos

E PEDE PARA ESPEZINHAR A DIGNIDADE DO PRÓXIMO

Não se pode permanecer impassíveis sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria: crianças adoptadas para extracção de órgãos, mulheres enganadas e obrigradas à prostituição, trabalhadores sem direitos e sem voz. «Isto é tráfico humano» denuncia o Para Francisco na mensagem, que publicamos a seguir, por ocasião da habitual campanha da fraternidade, com a qual se abra no Brasil o itinerário quaresmal.

Queridos brasileiros,

Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que me estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença para ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março, falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recorda a vitória da Páscoa: «É para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem: «Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!». Neste sentido, visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes propõem este ano o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.

Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! «A este nível, há necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotência» (Discurso aos novos Embaixadores, 12/XII/2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?

Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância (cf. Evangelii gaudium75).

Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos os brasileiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21), despertando em cada coração sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.

Vaticano, 25 de fevereiro de 2014.

Franciscus PP.

· Víctimas de trata, víctimas de género y de la pobreza

La inspectora Genma Gutiérrez, psicóloga de formación y que lleva diez años trabajando en el ámbito de Extranjería, ahora como jefa del Grupo Operativo de Extranjería de Gijón, explica su trabajo en el ámbito de la trata.

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“Realizas inspecciones en los clubs con Inspección de Trabajo, si hay alguna extranjera en estancia irregular la puedes traer aquí y hacer una entrevista a fondo, si no la tienes que hacer allí que es más complicado porque están los que los controlan”

“Muchas veces son pequeñas redes, gente que se organizan, familias…”

“Es cada vez más difícil de controlar porque ellos también van aprendiendo y cada vez dejan menos rastros. Empiezan a pagar en mano, tienen incluso captadores en los países de origen, sobre todo a chicas sin recursos, con problemas económicos, de familias desestructuradas… las cuales por esas circunstancias incluso aquí se sienten agradecidas aunque sean víctimas de trata. Por eso luego es tan complicado que denuncien”

“Ahora se están dando redes chinas pero es muy complicado porque tienen muchos negocios prósperos en España, aparentemente legales pero que utilizan también para otras cosas”

“Para acceder a informaciones tengo que solicitárselo a un juez y un juez, es normal, tiene que tener algo, porque hay una ley que protege a esa persona (el presunto tratante), de protección de datos (…). Se necesitan datos objetivos y reales. Entonces no es que la víctima denuncie o no denuncie no vaya a servir de nada, sino que es un proceso largo en el que tenemos que tener unos datos para continuar la investigación”

“La protección de su identidad es lo más complicado porque es muy difícil que se mantenga oculta”

“Ahora la cuestión es que ellas se den cuenta de que se les puede ayudar. Creo que es el mayor problema. Pero es complicado porque son investigaciones largas y para conseguir algo necesitas también algo para poder continuar”

Vozes d’África

por Castro Alves

 

Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito…
Onde estás, Senhor Deus?…

Qual Prometeu tu me amarraste um dia
Do deserto na rubra penedia
— Infinito: galé! …
Por abutre — me deste o sol candente,
E a terra de Suez — foi a corrente
Que me ligaste ao pé…
………………………………..

Não basta inda de dor, ó Deus terrível?!
É, pois, teu peito eterno, inexaurível
De vingança e rancor?…
E que é que fiz, Senhor? que torvo crime
Eu cometi jamais que assim me oprime
Teu gládio vingador?!

…………………………………

Cristo! embalde morreste sobre um monte
Teu sangue não lavou de minha fronte
A mancha original.
Ainda hoje são, por fado adverso,
Meus filhos — alimária do universo,
Eu — pasto universal…

Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão,
Ela juntou-se às mais… irmã traidora
Qual de José os vis irmãos outrora
Venderam seu irmão.

Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p’ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito…
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!…

Imprensa argentina proibida de divulgar anúncios de ofertas sexuais

A presidente da Argentina, Cristina Fernandéz, anunciou um decreto que proíbe os meios de comunicação social de fazer publicidade de ofertas sexuais, uma medida que pretende combater as redes de tráfico de pessoas.

O decreto, disse a governante citada pela agência EFE, é «um gigantesco passo na luta contra o tráfico de pessoas, contra a discriminação», uma vez que a propaganda a ofertas sexuais, sobretudo nos jornais, «é um veículo para cometer o delito de tráfico de pessoas e uma profunda discriminação para a condição da mulher como tal».

Cristina Fernandéz disse ainda que a medida é um passo «contra a hipocrisia» dos meios de comunicação que informam sobre o flagelo das redes de tráfico de seres humanos e, ao mesmo tempo, publicam «ofertas sexuais que lhes garantem grandes lucros».

Para Fernandéz, «não se pode, nas primeiras páginas dos jornais, exigir ao governo que lute contra o tráfico de pessoas e logo nas páginas comerciais por avisos onde se veicula a mais incrível e vergonhosa humilhação da condição feminina».

O decreto agora publicado, além de proibir a publicação de avisos de ofertas sexuais, cria uma agência de controlo tutelada pelo Ministério da Justiça.

«Isto não é uma condenação às mulheres que são objecto deste comércio. É uma condenação aos meios e aos que instrumentalizam este tipo de coisas, seja através da exploração directa ou através da propaganda dessa exploração pela comunicação social», esclareceu Cristina Fernandéz.

Lusa/SOL