El guaraní y la droga de Bergoglio

Pese a la agotadora agenda que desarrolló durante ocho días por tierras latinoamericanas Jorge Bergoglio, el papa Francisco, todavía tuvo ánimos para mostrarse bromista en la conferencia de prensa que brindó en el avión que lo llevaba a Roma, apenas unos minutos después de despegar del aeropuerto Silvio Pettirossi de Asunción.

 

El papa Francisco llegó al aeropuerto romano de Ciampino de regreso del viaje que comenzó el pasado 5 de julio y que le llevó de gira por Ecuador, Bolivia y Paraguay. | Foto: EFE

El papa Francisco llegó al aeropuerto romano de Ciampino de regreso del viaje que comenzó el pasado 5 de julio y que le llevó de gira por Ecuador, Bolivia y Paraguay. | Foto: EFE

por Luis Bareiro/ Vuelo papal, desde Roma

Cuando se le preguntó cómo hacía para tener fuerzas aún, Bergoglio, con una carcajada explosiva preguntó: “Ah, ¿quieren saber cuál es la droga?”, lo que por supuesto desató una risotada general entre los periodistas, convirtiendo la conferencia en una charla informal entre agotados compañeros de viaje. Aunque, por supuesto, no reveló su secreto.

Conviene recordar que en apenas una semana, Bergoglio, de 78 años, hizo un periplo pasando del fresco de la ciudad de Quito a un calor de 35 grados en Guayaquil y un sol que se precipitaba verticalmente sobre las cabeza de los fieles, a una temperatura de 4 o 5 grados, y unos vientos glaciares que bajaban de los altos picos nevados en la Paz y en El Alto, el aeropuerto boliviano montado a más de cuatro mil metros sobre el nivel del mar.

Completó la jornada con una ventosa Santacruz de la Sierra y un calor húmedo en Paraguay, ajenos a las previsiones de frío que traía la comitiva del Santo Padre de la Iglesia católica. En cada país mantuvo hasta cinco eventos por día, iniciando cada jornada a las cuatro y media de la mañana.

El Guaraní. Aparentemente, Francisco quedó encantado con la lengua que hace del paraguayo un ciudadano singular. Cuando le explicaron que la ronda de preguntas sería una por país visitado y otra por idiomas, dijo muy serio: “Bueno, empecemos con el guaraní”. Y cuando quien preguntó fue el periodista del sector de los italo-parlantes, volvió a insistir en que la respuesta la quería dar en guaraní.

En otro momento de la conversación, Bergoglio habló de la necesidad de saber interpretar los discursos, respetando el contexto total de lo que se expone y el momento y el lugar donde se desarrolla. Dijo que a veces una frase puede ser el corazón del discurso y a veces solo un agregado.

Un agotado pero siempre sonriente Jorge Bergoglio saludó por última vez y se metió tras la cortina de la zona de protección de Alitalia y ya no lo volvimos a ver, pero su carcajada final todavía retumbaba en la cabina. Se fue con su secreto. ¿Cuál será la droga?

.

fue con su secreto. ¿Cuál será la droga?

Equador: Francisco propôs novo paradigma, na fronteira entre norte e sul

País abraçou o primeiro Papa sul-americano da história, num clima de festa que levou milhões às ruas de Quito e Guaiaquil

papa Francisco Equador

Quito, 08 jul 2015 (Ecclesia) – O Papa encerrou hoje em Quito a sua primeira visita ao Equador, iniciada no domingo, na qual propôs novos paradigmas sociais, económicos e ecológicos, sublinhando a importância da fé para a transformação da sociedade.

“Que as realizações alcançadas no progresso e desenvolvimento possam garantir um futuro melhor para todos, prestando especial atenção aos nossos irmãos mais frágeis e às minorias mais vulneráveis, que são a dívida que toda a América Latina ainda tem”, disse, logo à chegada

Num país que evoca a linha imaginária que divide a terra em dois hemisférios, Francisco falou perante milhões de pessoas numa Igreja que quer “construir pontes” e “curar as feridas” provocadas pela exclusão e as desigualdades.

“A esperança dum futuro melhor passa por oferecer oportunidades reais aos cidadãos, especialmente aos jovens, criando emprego, com um crescimento económico que chegue a todos e não se fique pelas estatísticas macroeconómicas, com um desenvolvimento sustentável”, sustentou.

Mais de um milhão de pessoas estiveram com o Papa na Missa a que Francisco presidiu em Quito, na qual recordou o “grito de independência” da América Latina e a força revolucionária da fé católica

“Dando-se, o homem volta a encontrar-se a si mesmo com a sua verdadeira identidade de filho de Deus, semelhante ao Pai e, como Ele, doador de vida, irmão de Jesus, de Quem dá testemunho. Isto é evangelizar, esta é a nossa revolução – porque a nossa fé é sempre revolucionária – este é o nosso grito mais profundo e constante”, declarou.

Esta é a segunda visita do Papa Francisco à América Latina, após a viagem ao Brasil em 2013, e a primeira a países de língua hispânica; é também a primeira após a publicação da encíclica ‘Laudato si’

“Uma coisa é certa: não podemos continuar a virar costas à nossa realidade, aos nossos irmãos, à nossa mãe terra. Não nos é lícito ignorar o que está a acontecer à nossa volta, como se determinadas situações não existissem ou não tivessem nada a ver com a nossa realidade. Não nos é lícito, mais ainda, não é humano entrar no jogo da cultura do descartável”, defendeu o pontífice argentino.

A nona viagem internacional do pontificado, com passagens por Quito e Guaiaquil, recordou ainda a importância das famílias, na Igreja e na sociedade.

O Papa, primeiro pontífice a visitar o Equador em mais de 30 anos, enviou uma mensagem final ao presidente Rafael Correa, com votos de “solidariedade e fraternidade” na vida do país.

Francisco realiza até ao próximo dia 13 a nona viagem apostólica internacional do pontificado para visitar o Equador, a Bolívia e o Paraguai, contando com a participação de milhões de latino-americanos nas cerimónias presididas pelo primeiro pontífice desta região na história da Igreja Católica.

O Papa percorre 24 730 quilómetros (equivalente a mais de meia volta ao mundo) em sete voos que totalizam cerca de 33 horas.

OC

Papa Francisco: A família é a primeira escola das crianças, é o grupo de referência imprescindível para os jovens, é o melhor asilo para os idosos

A família esteve no centro do segundo dia do Papa Francisco no Equador. Um «grande recurso social» definiu-a o Pontífice falando a uma multidão de pessoas na esplanada do parque de Los Samanes em Guayaquil – onde presidiu à missa na manhã de segunda-feira 6 de Julho – e recordando o seu papel insubstituível na sociedade.

Daqui o apelo a apoiá-la garantindo-lhe ajudas e serviço. Que não são – especificou Francisco – uma espécie de «esmola», mas uma verdadeira «dívida social» em relação a uma instituição que «contribui de forma significativa para o bem comum». Para o Papa a família permanece hoje uma defesa para a vida de cada sociedade; é uma escola para os mais pequeninos, um ponto de referência para os jovens, um lugar de acolhimento para os idosos. Além disso, constitui uma «igreja doméstica» onde se aprende o estilo do amor e do serviço, e onde se transmite todos os dias a ternura e a misericórdia.

bendiciendo

ostia

HOMILIA DO SANTO PADRE

A passagem do Evangelho que acabámos de ouvir é o primeiro sinal portentoso que se realiza segundo a narrativa do Evangelho de João. A preocupação de Maria, transformada em súplica a Jesus: «Não têm vinho!» – disse-Lhe – e a referência à «hora» compreender-se-ão, depois, nos relatos da Paixão.

É bom que assim seja, porque permite-nos ver a ânsia de Jesus por ensinar, acompanhar, curar e alegrar, a começar da súplica de sua Mãe: «Não têm vinho!»

As bodas de Caná repetem-se em cada geração, em cada família, em cada um de nós e nossas tentativas de fazer com que o nosso coração consiga apoiar-se em amores duradouros, em amores fecundos e em amores felizes. Demos um lugar a Maria, «a mãe», como diz o evangelista. E façamos com Ela agora o itinerário de Caná.

Maria está atenta, está atenta naquelas bodas já iniciadas, é solícita pelas necessidades dos esposos. Não Se fecha em Si mesma, não Se encerra no seu mundo; o seu amor fá-La «ser para» os outros. Nem procura as amigas para comentar o que se está a passar e criticar a má preparação das bodas. E como está atenta, com a sua discrição dá-Se conta de que falta o vinho. O vinho é sinal de alegria, de amor, de abundância. Quantos dos nossos adolescentes e jovens percebem que, em suas casas, há muito que não existe desse vinho! Quantas mulheres, sozinhas e tristes, se interrogam quando foi embora o amor, quando o amor se diluiu da sua vida! Quantos idosos se sentem deixados fora da festa das suas famílias, abandonados num canto e já sem beber do amor diário dos seus filhos, dos seus netos, dos seus bisnetos. A falta desse vinho pode ser efeito também da falta de trabalho, das doenças, situações problemáticas que as nossas famílias atravessam em todo o mundo. Maria não é uma mãe «reclamadora», nem uma sogra que espia para se consolar com as nossas inexperiências, os nossos erros ou descuidos. Maria, simplesmente, é mãe! Permanece ao nosso lado, atenta e solícita. É belo escutar isto: Maria é mãe! Tendes coragem para o dizer todos juntos comigo? Então: Maria é mãe! Outra vez: Maria é mãe! Outra vez: Maria é mãe!

Maria, porém, no momento em que constata que falta o vinho, dirige-Se com confiança a Jesus: isto significa que Maria reza. Vai ter com Jesus, reza. Não vai ao chefe de mesa; apresenta a dificuldade dos esposos directamente a seu Filho. A resposta que recebe parece desalentadora: «E que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora» (v. 4). Mas, entretanto, já deixou o problema nas mãos de Deus. A sua aflição com as necessidades dos outros apressa a «hora» de Jesus. E Maria é parte desta hora, desde o presépio até à cruz – Ela soube «transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura» (EG 286), e recebeu-nos como filhos quando uma espada Lhe trespassava o coração –, Maria ensina-nos a deixar as nossas famílias nas mãos de Deus; ensina-nos a rezar, acendendo a esperança que nos indica que as nossas preocupações também preocupam a Deus.

E, rezar, sempre nos arranca do perímetro das nossas preocupações, fazendo-nos transcender aquilo que nos magoa, o que nos agita ou o que nos faz falta a nós mesmos, e nos ajuda a colocarmo-nos na pele dos outros, calçarmos os seus sapatos. A família é uma escola onde a oração também nos lembra que há um nós, que há um próximo vizinho, patente: que vive sob o mesmo tecto, que compartilha a vida e está necessitado.

E, finalmente, Maria actua. As palavras «fazei o que Ele vos disser» (v. 5), dirigidas aos serventes, são um convite dirigido também a nós para nos colocarmos à disposição de Jesus, que veio para servir e não para ser servido. O serviço é o critério do verdadeiro amor. Aquele que ama serve, põe-se ao serviço dos outros. E isto aprende-se especialmente na família, onde nos tornamos servidores uns dos outros por amor. Dentro da família, ninguém é descartado; todos valem o mesmo.

Lembro-me que uma vez perguntaram à minha mãe qual dos cinco filhos – nós somos cinco irmãos – qual dos cinco filhos amava mais. E ela disse [mostra a mão]: como os dedos, se me picam este dói-me o mesmo que se me picam outro. Uma mãe ama seus filhos como são. E, numa família, os irmãos amam-se como são. Ninguém é descartado.

Lá, na família, «aprende-se a pedir licença sem servilismo, a dizer “obrigado” como expressão duma sentida avaliação das coisas que recebemos, a dominar a agressividade ou a ganância; lá se aprende também a pedir desculpa quando fazemos algo de mal, quando nos ofendemos. Porque, em toda a família, há ofensas. O problema é depois pedir perdão. Estes pequenos gestos de sincera cortesia ajudam a construir uma cultura da vida compartilhada e do respeito pelo que nos rodeia» (LS 213). A família é o hospital mais próximo, quando uma pessoa está doente cuidam-na lá enquanto se pode. A família é a primeira escola das crianças, é o grupo de referência imprescindível para os jovens, é o melhor asilo para os idosos. A família constitui a grande «riqueza social», que outras instituições não podem substituir, devendo ser ajudada e reforçada para não perder jamais o justo sentido dos serviços que a sociedade presta aos seus cidadãos. Com efeito, estes serviços que a sociedade presta aos cidadãos não são uma espécie de esmola, mas uma verdadeira «dívida social» para com a instituição familiar, que é a base e que tanto contribui para o bem comum de todos.

A família também forma uma pequena Igreja – chamamo-la «Igreja doméstica» – que, juntamente com a vida, canaliza a ternura e a misericórdia divina. Na família, a fé mistura-se com o leite materno: experimentando o amor dos pais, sente-se mais perto do amor de Deus.

E, na família – disto todos somos testemunhas -, os milagres fazem-se com o que há, com o que somos, com aquilo que a pessoa tem à mão. Muitas vezes não é o ideal, não é o que sonhamos, nem o que «deveria ser». Há qui um detalhe que nos deve fazer pensar: o vinho novo, o vinho melhor, como o designa o mestre de mesa nas bodas de Caná, nasce das talhas de purificação, isto é, do lugar onde todos tinham deixado o seu pecado… Nasce do «piorzinho», porque «onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rm 5, 20). E na família de cada um de nós e na família comum que todos formamos, nada se descarta, nada é inútil. Pouco antes de começar o Ano Jubilar da Misericórdia, a Igreja vai celebrar o Sínodo Ordinário dedicado às famílias, para amadurecer um verdadeiro discernimento espiritual e encontrar soluções e ajudas concretas para as inúmeras dificuldades e importantes desafios que hoje a família deve enfrentar. Convido-vos a intensificar a vossa oração por esta intenção: para que, mesmo aquilo que nos pareça impuro como a água das talhas, nos escandalize ou nos espante, Deus – fazendo-o passar pela sua «hora» – possa milagrosamente transformá-lo. Hoje a família precisa deste milagre.

E toda esta história começou porque «não tinham vinho» e tudo se pôde fazer porque uma mulher – a Virgem Maria – esteve atenta, soube pôr nas mãos de Deus as suas preocupações e agiu com sensatez e coragem. Mas há um detalhe, não é menos significativo o dado final: saborearam o melhor dos vinhos. E esta é a boa nova: o melhor dos vinhos ainda não foi bebido, o mais gracioso, o mais profundo e o mais belo para a família ainda não chegou. Ainda não veio o tempo em que saboreamos o amor diário, onde os nossos filhos redescobrem o espaço que partilhamos, e os mais velhos estão presentes na alegria de cada dia. O melhor dos vinhos aguardamo-lo com esperança, ainda não veio para cada pessoa que aposta no amor. E na família há que apostar no amor, há que arriscar no amor. E o melhor dos vinhos ainda não veio, mesmo que todas as variáveis e estatísticas digam o contrário; o melhor vinho ainda não chegou para aqueles que hoje vêem desmoronar-se tudo. Murmurai isto até acreditá-lo: o melhor vinho ainda não veio. Murmurai-o cada um no seu coração: o melhor vinho ainda não veio. E sussurrai-o aos desesperados ou aos que desistiram do amor: Tende paciência, tende esperança, fazei como Maria, rezai, actuai, abri o coração porque o melhor dos vinhos vai chegar. Deus sempre Se aproxima das periferias de quantos ficaram sem vinho, daqueles que só têm desânimos para beber; Jesus sente-Se inclinado a desperdiçar o melhor dos vinhos com aqueles que, por uma razão ou outra, sentem que já se lhes romperam todas as talhas.

Como Maria nos convida, façamos «o que o Senhor nos disser» Fazei o que Ele vos disser. E agradeçamos por, neste nosso tempo e nossa hora, o vinho novo, o melhor, nos fazer recuperar a alegria da família, a alegria de viver em família. Assim seja.

Que Deus vos abençoe e acompanhe! Rezo pela família de cada um de vós, e vós fazei o mesmo que fez Maria. E, por favor, peço-vos que não vos esqueçais de rezar por mim. Até ao regresso!

Equador. Papa Francisco reza com fiéis na rua

O papa Francisco saiu, neste domingo (5) à noite, da Nunciatura Apostólica, onde está hospedado em Quito, para rezar na rua com os fiéis que ali faziam vigília.

“Vou abençoá-los para que descansem e deixem dormir os vizinhos”, disse, de acordo com vários relatos no Twitter.

Francisco rezou o Pai Nosso e voltou a entrar na sede da Nunciatura, mas deixou as pessoas felizes e emocionadas.

Imagens nas redes sociais mostram o papa com os braços abertos aos fiéis que estavam à sua frente, em uma aparente quebra do rigoroso protocolo que se aplica a esse tipo de situação.

O chefe da Igreja Católica vai permanecer no Equador até quarta-feira (8), seguindo depois para a Bolívia e o Paraguai. Brasil Post

Equador

Equador

O SOL E A LUA

Foram tantíssimas, certamente algumas centenas de milhares, as pessoas que acorreram pelas estradas de Quito para saudar com pétalas de flores muito coloridas o Papa Francisco no seu regresso à América Latina. Numa viagem que depois do Rio de Janeiro para a jornada mundial da juventude – encontro já estabelecido pelo seu predecessor, mas que se revelou programático poucos meses depois do início do pontificado – é a primeira americana decidido por Bergoglio, que visitará Equador, Bolívia e Paraguai.

Logo que chegou depois de um longo voo, o Pontífice foi recebido no aeroporto pelo presidente equatoriano Rafael Correa com um apaixonado discurso no qual, definindo o hóspede um «gigante moral» no cenário internacional, mostrou em vários pontos uma convergência com as suas preocupações. E quem frisou logo a seguir esta «consonância» foi o próprio Papa, que se apresentou como testemunha da misericórdia de Deus e da fé em Jesus Cristo.

No Evangelho – disse de facto Bergoglio – é possível encontrar as chaves para fazer face aos desafios de hoje: valorizando as diferenças e favorecendo o diálogo. Mas com uma atenção particular a quem é mais frágil e às minorias mais vulneráveis, que ainda são «a dívida de toda a América Latina» acrescentou. E neste compromisso, ao qual se tinha referido Correa, a Igreja estará sempre disposta a colaborar com o Estado «para servir este povo equatoriano que se levantou com dignidade» garantiu o Papa.

Entre os cimos andinos do país o imponente do Chimborazo é geograficamente o ponto da terra mais próximo do sol e da lua, recordou Bergoglio. E ao evocar os dois astros, o Papa Francisco mencionou um tema querido a ele e ao seu predecessor, observando que na tradição cristã eles são imagem respectivamente de Jesus – «sol que nasce do alto» – e da Igreja. Com efeito, como a lua ela não brilha de luz própria mas é iluminada precisamente por Cristo, e quando sai da sua luz e se afasta dela deixa de ser sua testemunha, obscurece-se.

Por conseguinte, para ser reflexo da luz e do amor do Senhor o povo do Equador – concluiu o Pontífice – nunca deve perder «a capacidade de dar graças a Deus por aquilo que fez e faz por vós; a capacidade de defender os pequeninos e os simples, de cuidar das vossas crianças e idosos, que são a memória do vosso povo, de ter confiança na juventude, e de sentir admiração pela nobreza da vossa gente e pela beleza singular» do país. Que «segundo o presidente é o paraíso» acrescentou Bergoglio retomando uma frase do presidente, que alude também à necessidade de o proteger. G.M.V./ Osservatore Romano

NO MEIO DO MUNDO

Mitad del mundo: os cartazes estradais e os mapas turísticos de Quito indicam que por estes lados passa a linha do Equador. E foi por aqui que Francisco quis iniciar a viagem mais longa do pontificado.

O Equador resume bem as características e todas as contradições da América Latina, como o Papa pôde ver desde a sua chegada a um país que conhece bem, por lá ter ido várias vezes no passado. Por isso no primeiro discurso pronunciado na terra do último soberano inca Atahualpa, fez votos de que o progresso e o desenvolvimento que estão a decorrer «garantam um futuro melhor para todos», sobretudo para «as minorias mais vulneráveis». E pediu dignidade, dando voz a quem não a tem, invocando mais justiça social, para o resgate de todo o continente.

Gianluca Biccini/ Osservatore Romano

Papa Francisco: Podemos encontrar en el Evangelio las claves que nos permitan afrontar los desafíos actuales, valorando las diferencias, fomentando el diálogo y la participación sin exclusiones, para que los logros en progreso y desarrollo que se están consiguiendo garanticen un futuro mejor para todos, poniendo una especial atención en nuestros hermanos más frágiles y en las minorías más vulnerables, que son la deuda que todavía América Latina tiene

Lea los discursos textuales del papa Francisco y Rafael Correa

papa_francisco_efe_3 chegada Quito

papa_francisco_2_efe

En la ceremonia de bienvenida al papa Francisco. Foto.Patricio Terán / EL COMERCIO

Estos son los discursos textuales pronunciados por el presidente Rafael Correa y el papa Francisco, a su llegada a Quito, en la pista del aeropuerto Mariscal Sucre.
.
DISCURSO TEXTUAL DEL PRESIDENTE RAFAEL CORREA:
.
“Bienvenido, papa Francisco, a nuestra América, a su América, a este tesoro de la Patria Grande, llamado Ecuador, que lo recibe con los corazones de todos los ecuatorianos desbordantes de alegría y esperanza.
.
Bienvenido al país megadiverso más compacto del mundo.
.
Por su ubicación geográfica, Ecuador es el ecocentro del planeta.
.
Bienvenido a Quito, primer Patrimonio Cultural del Planeta y Capital de Sudamérica.
.
Somos orgullosos de un mestizaje luminoso, somos geografía multicolor y tierra germinadora de pensamientos y acciones revolucionarias de quienes como usted, nos exasperamos por la injusticia y la exclusión.
.
Ecuador ama la vida. Nuestra Constitución obliga a reconocer y garantizar la vida, incluido el cuidado y protección desde la concepción. Establece reconocer y proteger a la familia como núcleo fundamental de la sociedad y nos compromete profundamente a cuidar nuestra casa común, al ser la primera Constitución en la historia de la humanidad en otorgar derechos a la naturaleza. El 20% de nuestro territorio está protegido en 44 reservas y parques naturales. La gama multicolor de nuestra flora y fauna se complementa y enriquece más con la diversidad de nuestras culturas humanas. Tenemos además de una mayoría mestiza, 14 nacionalidades indígenas con sus correspondientes lenguas ancestrales, incluyendo a dos pueblos no contactados, que han preferido el aislamiento voluntario en el corazón de la selva virgen.
.
Nuestra Constitución define al Ecuador como un Estado unitario, pero plurinacional y multicultural. Los argentinos muy orgullosos dicen ‘El papa es argentino’; mi querida amiga Dilma Rousseff, presidenta de Brasil, dice ‘Bueno, el Papa será argentino, pero Dios es brasileño’. Por supuesto que el Papa es argentino, probablemente Dios es brasileño, pero de seguro el paraíso es ecuatoriano’.
.
Bienvenido, Su Santidad. Querido Santo Padre, el gran pecado social de nuestra América es la injusticia. ¿Cómo podemos llamarnos el continente más cristiano del mundo, siendo a su vez el más desigual? Cuando uno de los signos más recurrentes en el Evangelio es compartir el pan. Por eso los obispos latinoamericanos, reunidos en Puebla hace 40 años, nos decían ‘Vemos a la luz de la fe como un escándalo y una contradicción con el ser cristiano, la creciente brecha entre ricos y pobres’. Nos llamamos un continente de paz, pero la insultante opulencia de unos pocos al lado de la más intolerable pobreza son también balas cotidianas en contra de la dignidad humana.
.
Usted, como un gigante moral para creyentes y no creyentes, nos dijo a los jefes de Estado reunidos en la Cumbre de las Américas en Panamá – cito – ‘la inequidad, la injusticia, la injusta distribución de las riquezas y de los recursos es fuente de conflictos entre los pueblos, porque supone que el progreso de unos se construye sobre el necesario sacrificio de otros, y que para poder vivir dignamente hay que luchar contra los demás. El bienestar así logrado es injusto en su raíz y atenta contra la dignidad de las personas’. Y agregó que mientras no se logre una justa distribución de la riqueza no se resolverán los males de nuestra sociedad. Nos insistió que la pobreza no se eliminará con limosnas, sino con justicia, al sostener que la teoría del goteo o del derrame se ha revelado falaz. No es suficiente esperar que los pobres recojan las migajas que han tirado los ricos.
.
Por ello, con claridad, usted sostiene que tiene que exigirse la distribución de la riqueza. Estas injusticias claman al cielo. La fundamental cuestión moral en América Latina es precisamente la cuestión social, más aún si por primera vez en la historia, la pobreza y la miseria en nuestro continente, no son consecuencia de la falta de recursos, sino de sistemas políticos, sociales y económicos perversos.
.
En ese maravilloso regalo que usted ha dado a la humanidad, su encíclica ‘Laudato si’, nos dice que la política no debe someterse a la economía y que necesitamos imperiosamente que la política y la economía en diálogo se coloquen decididamente al servicio de la vida, especialmente de la vida humana. Nos recuerda a todos los fieles que la tradición cristiana nunca reconoció como absoluto o intocable el derecho a la propiedad privada y subrayó la función social de cualquier forma de propiedad privada. Cita en su encíclica las palabras de San Juan Pablo II, quien nos visitó hace 30 años, cuando dice ‘Dios ha dado la tierra a todo el género humano, para que ella sustente a todos sus habitantes, sin excluir a nadie ni privilegiar a ninguno’ y que – añade – la Iglesia defiende sí el derecho a la propiedad privada, pero enseña con no menor claridad que toda propiedad privada grava siempre una hipoteca social para que los bienes sirvan a la destinación general que Dios les ha dado. Usted ha denunciado con fuerza la tragedia de la migración, la cual bien conoce nuestro país. No entiendo, Santo Padre, cómo los países ricos, muchos de ellos mayoritariamente cristianos, podrán justificar éticamente a la futuras generaciones la búsquedas cada vez mayor de mayor movilidad para mercancías y capitales, al mismo tiempo, que penaliza, e incluso criminaliza la principal de las movilidades, la movilidad humana. La solución, como tantas veces lo ha sugerido usted, no es más fronteras; es solidaridad, es humanidad, y crear las condiciones de prosperidad y paz que desincentiven a las personas a migrar.
.
Vivimos, Santo Padre, una globalización inhumana y cruel, totalmente en función del capital y no de los seres humanos, ya que no busca no busca ciudadanos globales, sino tan solo consumidores globales. No busca crear una sociedad planetaria, sino tan solo crear mercados planetarios. Y que, sin adecuados mecanismo de control y gobernanta, puede destrozar países, como también lo menciona en su encíclica.
.
Santo Padre, el orden global no solo es injusto, sino inmoral. Todo está en función del más poderoso y los dobles estándares cunden por doquier. Los bienes ambientales producidos por países pobres deben ser gratuitos; los bienes públicos, producidos por los países hegemónicos como el conocimiento, la ciencia y la tecnología, deben privatizarse y ser pagados. Usted en su encíclica cuestiona el estilo de vida de los países ricos por insostenible y antihumano. Y acertadamente nos habla de la deuda ecológica que estos países tienen con los países pobres. La mejor forma de enfrentar este injusto orden mundial es con la unidad de nuestros pueblos. La construcción de la Patria Grande es impostergable, talvez los europeos tendrán que explicar a sus hijos porqué se unieron, pero nosotros tendremos que explicarles a los nuestros porqué nos demoramos tanto.
.
Santo Padre, en lo personal, jamás acabaré de darle gracias a Dios y a la vida por todos los privilegios que me ha dado. Entre ellos poder conocerlo y recibirlo en mi patria. El Evangelio dice ‘donde está tu tesoro, está tu corazón’. Tenga la seguridad que mi tesoro no es el poder, sino el servicio. Tener un país sin miseria, pero también sin lujuriosos derroches, un país que supere la cultura de la indiferencia, donde se acaben los descartables de la sociedad. En la cual trabajemos para los hijos de todos y así, juntos, alcancemos el Buen Vivir, el Sumak Kawsay de nuestros pueblos ancestrales.
.
La doctrina social de la Iglesia nos dice que el bien común es la razón de ser de la autoridad política. Es ese bien común el que hemos tratado de construir en Ecuador desde hace ocho años, considerando –cito- ‘al prójimo como otro yo’, cuidando primero de su vida y de los medios para vivirla dignamente, como nos dice la Constitución Pastoral. La Conferencia Episcopal Latinoamericana, reunida en Medellín, nos decía hace casi medio siglo ‘el Episcopado Latinoamericano no puede quedar indiferente ante las tremendas injusticias sociales existentes en América Latina, que mantienen a la mayoría de nuestros pueblos en una dolorosa pobreza cercana en muchos casos a la inhumana miseria. Un zurdo clamor brota de millones de hombres pidiendo a sus pastores una liberación que no les llega de ninguna parte’.
.
Gracias a Dios la Iglesia latinoamericana nos ha dado extraordinarios pastores, como Monseñor Óscar Arnulfo Romero, mártir de nuestra América recientemente beatificado por usted; nuestro Leonidas Proaño, el obispo de los indios, quien luchó por la verdad, por la vida, por la libertad, por la justicia, los valores del reino de Dios – como él los llamaba -. Nos dio un Hélder Câmara, ‘cuando doy de comer a los pobres me llaman Santo; cuando pregunto por qué hay pobres, me llaman comunista. Ahora esa iglesia nos la da usted, Francisco, el primer papa latinoamericano’, con su mensaje profético que si alguien quisiera callar, lo gritarán hasta las piedras.

Bienvenido a su casa, Santo Padre”.

Pope Francis (L) blesses the audience as Ecuador's President Rafael Correa applauds after Pope Francis landed in Quito, Ecuador, July 5, 2015. Pope Francis landed in Ecuador's capital Quito on Sunday to begin an eight-day tour of South America that will also include visits to Bolivia and Paraguay. On his first visit as pontiff to Spanish-speaking Latin America, the Argentina-born pope is scheduled to conduct masses in both Quito and the coastal city of Guayaquil before flying to Bolivia on Wednesday. REUTERS/Jose Miguel Gomez

.
DISCURSO TEXTUAL DEL PAPA FRANCISCO:
.
“Señor Presidente, distinguidas autoridades del Gobierno, hermanos del Episcopado, señoras y señores. Amigos todos. Doy gracias a Dios por haberme permitido volver a América Latina y estar hoy aquí con ustedes, en esta hermosa tierra del Ecuador. Siento alegría y gratitud al ver la calurosa bienvenida, es una muestra más del carácter acogedor, que tan bien define a las gentes de esta noble Nación.
.
Le agradezco, Señor Presidente, sus palabras. Le agradezco que sus consonancias con mi pensamiento, me ha citado demasiado. Gracias. A las que correspondo con mis mejores deseos para el ejercicio de su misión, que pueda lograr lo que quiere para el bien de su pueblo.
.
Saludo cordialmente a las distinguidas autoridades del Gobierno, a mis hermanos Obispos, a los fieles de la Iglesia en el país y a todos aquellos que me abren hoy las puertas de su corazón, de su hogar y de su Patria. A todos ustedes mi afecto y sincero reconocimiento.
.
Visité Ecuador en distintas ocasiones por motivos pastorales; así también hoy, vengo como testigo de la misericordia de Dios y de la fe en Jesucristo. La misma fe que durante siglos ha modelado la identidad de este pueblo y ha dado tan buenos frutos, entre los que se destacan figuras preclaras como Santa Mariana de Jesús, el santo hermano Miguel Febres, santa Narcisa de Jesús o la beata Mercedes de Jesús Molina, beatificada en Guayaquil hace treinta años durante la visita del papa San Juan Pablo II.
.
Ellos vivieron la fe con intensidad y entusiasmo, y practicando la misericordia contribuyeron, desde distintos ámbitos, a mejorar la sociedad ecuatoriana de su tiempo. En el presente, también nosotros podemos encontrar en el Evangelio las claves que nos permitan afrontar los desafíos actuales, valorando las diferencias, fomentando el diálogo y la participación sin exclusiones, para que los logros en progreso y desarrollo que se están consiguiendo garanticen un futuro mejor para todos, poniendo una especial atención en nuestros hermanos más frágiles y en las minorías más vulnerables, que son la deuda que todavía América Latina tiene.
.
Para esto, Señor Presidente, podrá contar siempre con el compromiso y la colaboración de la Iglesia, para servir a este pueblo ecuatoriano que se ha puesto de pie con dignidad. Amigos todos, comienzo con ilusión y esperanza los días que tenemos por delante.
.
En Ecuador está el punto más cercano al espacio exterior: es el Chimborazo, llamado por eso al lugar ‘más cercano al Sol’, a la Luna y las estrellas. Nosotros, los cristianos, identificamos a Jesucristo con el Sol, y a la Luna con la iglesia y la Luna no tiene luz propia y si la Luna se esconde del Sol se vuelve oscura. El Sol es Jesucristo y si la Iglesia se aparta y se esconde de Jesucristo se vuelve oscura y no da testimonio. Que estos días se nos haga más evidente a todos la cercanía del sol que nace de lo alto, y que seamos reflejo de su luz, de su amor.
.
Desde aquí quiero abrazar al Ecuador entero. Que desde la cima del Chimborazo, hasta las costas del Pacífico; desde la selva amazónica, hasta las Islas Galápagos, nunca pierdan la capacidad de dar gracias a Dios por lo que hizo y hace por ustedes, la capacidad de proteger lo pequeño y lo sencillo, de cuidar de sus niños y ancianos – que son la memoria de su pueblo-, de confiar en la juventud, y de maravillarse por la nobleza de su gente y la belleza singular de su país, que según el señor Presidente es el paraíso.
.
Que el Sagrado Corazón de Jesús y el Inmaculado Corazón de María, a quienes Ecuador ha sido Consagrado, derramen sobre ustedes su gracia y bendición. Muchas gracias”.

papa_francisco_ecuador_efe_5

El primer papa jesuita y latinoamericano de la historia aterizó hacia las 14-43 en Quito. Foto- Patricio Terán:

.

Pope Francis waves while wearing a neck sash in Ecuador's national colours after he landed in Quito, Ecuador, July 5, 2015. Pope Francis landed in Ecuador's capital Quito on Sunday to begin an eight-day tour of South America that will also include visits to Bolivia and Paraguay. On his first visit as pontiff to Spanish-speaking Latin America, the Argentina-born pope is scheduled to conduct masses in both Quito and the coastal city of Guayaquil before flying to Bolivia on Wednesday. REUTERS/Jose Miguel Gomez


papa_guayaquil_efe_2