O que aprendi em meus 16 anos de EL PAÍS no Brasil

Não é fácil para um espanhol contar um país poliédrico, complexo, que não se sente europeu nem latino-americano

 

por JUAN ARIAS

Dos meus 40 anos de trabalho exclusivo neste jornal, 16 deles eu vivi no Brasil. Quando cheguei, no fim de 1999, o EL PAÍS não tinha correspondente aqui. Este país, motor do continente, então não interessava à Espanha. Hoje, como escreveu o diretor do jornal, Antonio Caño, o Brasil é uma parte viva do projeto global do jornal.

Se o EL PAÍS nasceu com os olhos postos no grande continente da América Latina, sem o qual não é possível pensar a Espanha, o Brasil não podia ficar de fora só porque não falava espanhol. Os milhões de leitores brasileiros do EL PAÍS poderão explicar o que significou para eles o encontro com este jornal. Da minha parte, o que posso dizer é o que significou a experiência de escrever até hoje vários milhares de artigos sobe a realidade deste gigante americano.

Hoje não consigo pensar em mim sem esses 40 anos de experiência escrevendo em completa liberdade para este jornal que, desde que nasceu, recém-enterrado o ditador Franco e fechada a trágica aventura de uma guerra civil, se tornou o símbolo da defesa das liberdades pisoteadas pela ditadura.

O EL PAÍS, nascido da intuição do jovem jornalista de 31 anos Juan Luis Cebrián, me ensinou mais do que a Universidade. Permitiu que percorresse o mundo várias vezes, observando-o com curiosidade, uma qualidade sem a qual o jornalismo não existe.

Obsessivo em fornecer uma informação independente, livre, com os olhos voltados para a defesa das minorias e contra os abusos de poder, o EL PAÍS, laico e aberto a todas as novidades, me vacinou contra possíveis contaminações ideológicas.

E se é verdade que não existe objetividade, ensinou-me que o ofício do jornalista exige não deturpar a verdade, contando-a com lealdade e analisando-a com honestidade.

Aprendi principalmente que, embora o jornalismo seja mais um ofício do que uma profissão, ele é essencial para a democracia. Entendi que agradamos o poder de turno só quando nos tornamos seus propagandistas. Aprendi que um jornal sem vocação de vigiar o poder é apenas um folhetim.

Em meus dois anos como Defensor do Leitor, o posto mais ingrato de todos porque te obriga a ser o juiz de seus colegas, compreendi que o jornal não é dos seus proprietários, nem de nós jornalistas, mas daqueles que nos leem.

E o Brasil? A este país, que não me foi difícil amar, já dediquei um terço da minha vida no jornal. Não é fácil para um espanhol contar o Brasil, um país poliédrico, complexo, que não se sente europeu nem latino-americano, mas apenas brasileiro, algo difícil de definir para eles mesmos.

Difícil de contar ao mundo um país simultaneamente jovem e antigo, com vocação de continente, de rica diversidade e, ao mesmo tempo, cruel com suas minorias.

Sua sociedade me conquistou por sua capacidade de acolhimento, por sua peculiaridade de fazer com que ninguém aqui se sinta sozinho, pela facilidade de sua gente de desfrutar de seus pequenos espaços de felicidade.

Uma sociedade que me dói, ao mesmo tempo, com sua carga de violência institucional, com a pobreza cultural de tantos de seus políticos e com suas sangrentas desigualdades sociais.

Um país que me fascina por essa inata solidariedade entre os mais pobres que contrasta com o desinteresse e o egoísmo dos mais ricos.

Muitos dos meus leitores me acusam, às vezes, de ver o Brasil através dos olhos europeus. Outros me agradecem por ter sabido, às vezes, ler a complexidade, as pulsações e os desejos de superação dessa sociedade melhor do que muitos brasileiros.

Ou será que já me fiz, sem saber, um brasileiro mais, com seus defeitos e virtudes e por isso começo a entender e amar até suas fraquezas?

Do muito que aprendi neste jornal, devo boa parte à equipe de jovens jornalistas brasileiros, sob a batuta da doce e ao mesmo tempo firme Carla Jiménez. Uma equipe que está tornando possível essa nova aventura do EL PAÍS, com paixão e sem se esquivar de sacrifícios. Eles me lembram, com sua juventude, a paixão do primeiro grupo de quixotes que criou o jornal há 40 anos.

Os jornalistas brasileiros estão nos ensinando que é possível colaborar juntos sem sacrificar a riqueza das nossas diferenças.

Quando, poucos meses depois do nascimento de EL PAÍS, Juan Luis Cebrián me pediu para ser correspondente na Itália e no Vaticano, perguntei: “E quanto vai durar este jornal?” Ele me olhou com segurança e disse: “Mais do que você e eu”. Faz 40 anos e o jornal continua vivo, crescendo e atento para entender uma sociedade que nos surpreende a cada momento com suas mudanças e novidades.

Longa vida também a esta viva e pujante edição brasileira, sem a qual hoje o EL PAÍS ficaria manco, como ficaria feio e mutilado o mapa da América Latina se dele arrancássemos o Brasil.

Façam o teste.

Religiosos realizam ato em defesa da democracia em Brasília (DF)

 

 

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – Cerca de 300 religiosos de diversas tradições se reuniram na última quarta-feira, 30, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para um ato em defesa da democracia. O movimento quer contribuir para o diálogo como forma de superar a crise que, como destacam seus representantes, não é só brasileira atingindo a vários países da América Latina. Os religiosos criticam também a judicialização da política e a partidarização da justiça em nosso país, afirmando que estas só têm feito acirrar a polarização.

O ato inter-religioso programado para acontecer no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, acabou sendo transferido para a Plenária 10 porque, a princípio, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entendeu que o encontro seria para uma vigília que ocuparia o local por tempo indeterminado. Mesmo com o engano, o ato teve de acontecer num lugar diferente do que havia sido definido.

Ao lado da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB e do Comitê pró-democracia no Congresso Nacional, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) foi uma das entidades responsáveis por organizar o ato. A secretária geral da instituição, pastora Romi Bencke avaliou o evento como um grande sucesso, principalmente pela variedade expressões religiosas. “A presença de uma diversidade religiosa significativa foi o grande destaque. Estiveram representantes de tradições indígenas, africanas, budistas, cristãs. Todas elas em apoio a democracia. A tônica nas falas das lideranças era a seguinte: somente a democracia possibilita a coexistência entre as religiões”, comentou.

“O momento também foi oportuno para criticarmos a intolerância religiosa que afeta, de maneira especial, as tradições religiosas de matriz africana e indígena. Aproveitamos, ainda, para ler o Manifesto de Religiosas e Religiosos em Defesa da Democracia”, completou Romi.

A irmã Sueli Bellato, da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB, descreveu o ato como uma grande festa que remeteu a outros momentos históricos nos quais a luta pela democracia ocupou o primeiro lugar na agenda de diferentes segmentos. “Algo que as religiões têm de muito importante é isso, essa prática de celebrar a fé. Esse ato envolvendo um leque amplo de manifestações da religiosidade mostrou o que deve prevalecer: o diálogo, a paz e a justiça. Esses três elementos são básicos para a democracia. É ela que permite a diversidade, ao contrário dos regimes de exceção”, afirmou.

Ao fim do evento os religiosos fizeram a leitura de uma carta da presidente Dilma Rousseff. O documento afirma que “a ruptura da democracia corrói as bases sobre as quais os seres humanos constroem formas pacíficas de convivência e respeito mútuo”. O grupo que realizou o ato segue mobilizado coletando assinaturas de religiosos em defesa da democracia em uma petição online a ser entregue aos parlamentares.

 

 

«A Igreja deve ter sempre uma opção pela democracia”

Chegou a hora dos leigos no Brasil


Tema da próxima plenária do episcopado 


A reflexão sobre o papel dos cristãos leigos «na Igreja e na sociedade», como «sal da terra e luz do mundo», será o tema central da assembleia plenária da Conferência nacional dos bispos do Brasil, que terá lugar de 6 a 15 de abril em Aparecida.

Foi quanto anunciou o site na rede do episcopado brasileiro, através do qual o secretário-geral e bispo auxiliar de Brasília, D. Leonardo Steiner, sublinha a importância de uma perspetiva que relança a missionariedade da Igreja. «Os nossos leigos, irmãos batizados – explica o prelado – desempenham um papel muito importante na Igreja conforme a vocação que recebem mediante o batismo» e por esta razão «são convidados a ser testemunhas de Jesus crucificado e ressuscitado».

Uma chave de leitura eclesial que, obviamente, não renuncia ao compromisso e ao testemunho da cena pública. Sobretudo num contexto como o atual, em que a sociedade brasileira se depara com uma forte crise moral e económica. «Os leigos – continua o prelado – têm a missão de revigorar as comunidades, segundo as orientações oferecidas pelos sacerdotes». Por isso, especialmente no ano santo extraordinário da misericórdia, os pastores e os movimentos eclesiais «estão chamados a repensar a missão dos leigos na sociedade a fim de que sejam capazes de levar a misericórdia, a consolação e a atenção aos mais pobres e às pessoas necessitadas». Cabe aos prelados brasileiros – conta-se com a participação de 320 bispos – também a elaboração de um novo volume da série «Pensando no Brasil», que apresenta a visão do episcopado sobre a realidade social do país. Já em 2014, por ocasião da plenária, tinha sido elaborado o primeiro volume, intitulado «Os desafios das eleições de 2014». Em 2015, o segundo volume tinha enfrentado as desigualdades sociais, ao passo que este ano os prelados se concentrarão nas próximas eleições municipais. Naturalmente, explica D. Steiner, os bispos não tencionam dar indicações de voto, mas ajudar os fiéis a compreender a difícil realidade política. «A Igreja deve ter sempre uma opção pela democracia – frisa o prelado – e a Conferência episcopal do Brasil sempre procurou ser fiel também às orientações e às indicações do magistério pontifício». Portanto, «a partir do Evangelho, dos documentos da Igreja e do magistério do Papa Francisco – explica ainda D. Steiner – o livro refletirá sobre a situação cultural, política e social do Brasil e procurará propor os modos para superar a crise atual». In L’Osservatore Romano/ Vaticano

Brasil: Marchan en favor de la democracia y para rechazar intentos de golpe de Estado contra Rousseff

Las protestas se dieron en el marco de la conmemoración del 52º aniversario del inicio de la dictadura militar de Joao Goulart.

 

EL CIUDADANO – Con motivo de la conmemoración del 52º aniversario de la última dictadura militar y para rechazar unánimemente los intentos de golpe de Estado contra el Gobierno de la presidenta Dilma Rousseff, decenas de miles de brasileños marcharon este jueves en cerca de nueve ciudades del país.

“Hay fascistas en el Congreso. No al golpe de Estado” y “La oposición quiere retirar a Dilma [Rousseff] del poder para acabar con el Gobierno del pueblo”, fueron algunas de las consigas que se leyeron en los carteles de quienes manifestaron este jueves.

El expresidente brasileño Luiz Inácio Lula da Silva saludó a los manifestantes que se encontraban concentrados en Brasil este jueves y aseguró que con estas actividades se “está mostrando los valores de la democracia”.

Añadió que la destitución de Dilma Rousseff carece de base legal y señaló que quienes apoyan a su Gobierno son “los que creen en la democracia y la defienden con el cuerpo y el alma en las calles, en las escuelas, en el trabajo, en las redes sociales, en las iglesias”.

Explicó que de un lado están quienes pretenden aprobar un juicio político sin base legal, “lo cual constituye un golpe, y de otro los que acreditan y valoran la democracia y salen a defender la Constitución, el Estado de Derecho y las conquistas sociales”.

Las concentraciones en favor de la democracia se reprodujeron también en otros países, entre ellos en Alemania, Francia, España y Uruguay.

El golpe de Estado contra el presidente Joao Goulart se produjo el 31 de marzo de 1964, y marcó el inicio de la dictadura militar que se extendió hasta 1985.

Juicio por el caso Petrobras

Este jueves el Tribunal Supremo Federal (STF) de Brasil votó a favor del envío de la investigación contra el expresidente Lula da Silva a la Corte Suprema, de manera que el juez Sergio Moro se hará cargo nuevamente del caso.

En la plenaria del STF también será definido si Lula podrá ejercer sus funciones como ministro de Casa Civil (Jefe de Gobierno).

El Congreso y la derecha de Brasil pusieron en marcha un plan para difamar al Gobierno de la presidenta Dilma Rousseff y desprestigiar los logros alcanzados en beneficio del pueblo, mediante intentos de enjuiciar a la jefa de Estado por el caso de corrupción en la estatal Petrobras.

BRASIL Crisis y cambios

Por Emir Sader
Página 12/ Argentina

Ningún país sale igual después de una crisis tan profunda y prolongada como la que vive Brasil. Es una crisis que, en su dimensión directamente política, hasta puede tener su desenlace en abril, si el pleno de la Cámara de Diputados no logra el quórum que tiene que tener la oposición para seguir el proceso de impeachment a la presidenta Dilma Roussef.

Brasil ya ha cambiado mucho en ese casi año y medio y va a cambiar mucho más, ya sea si triunfe la derecha, ya sea si la izquierda derrota la asonada golpista de la oposición. Quien vio las calles de todo el país los días 18 y 31 de marzo ya pudo notar los cambios. No sólo por las inmensas marchas y concentraciones populares en todo el país, con gente pobre, con jóvenes, con mujeres, con personas de todas las clases sociales y de todas las etnias, mezcladas, de forma alegre y espontánea, como Brasil no había vivido desde la campaña por las elecciones directas, en la salida de la dictadura, hace más de 30 años.

Los que, precipitadamente, una vez más, daban por muerta a la izquierda brasileña, agotado el gobierno, terminado el liderazgo de Lula y el Partido de los Trabajadores (PT), una vez más no tienen palabras para describir lo que Brasil vive en este momento. Porque no han entendido todo lo que el país ha vivido desde 2003 y vive actualmente.

El vigor y la capacidad de movilización que ha demostrado la izquierda brasileña y el liderazgo de Lula demuestran la fuerza y el potencial que tiene siempre el campo popular en Brasil. Mientras la derecha pierde fuerza y apela a acciones violentas conforme se repliega, la crisis brasileña llega a su ápice con la izquierda en la ofensiva, ocupando las calles, movilizando a un amplio espectro de entidades civiles – de universidades a artistas, de religiosos a movimientos hiphop –, que demuestran cómo la izquierda ha madurado y se ha fortalecido a lo largo de la crisis.

De la consigna “Fuera Dilma”, con la que la derecha alcanzó a movilizar a amplios sectores de clase media derechizada, las calles ahora son ocupadas por la consigna que domina el país: “No habrá golpe/habrá lucha”. En caso de que ganara la derecha, simplemente se instauraría el Brasil el proceso de desguace del Estado, de las políticas sociales, del desarrollo nacional de Petrobras y de la plataforma petrolera submarina Pre-sal, de la política externa soberana que tiene el país actualmente. Se sumaría a Argentina como un gran polo de restauración conservadora, pero, al igual que en ese país, con un fuertísimo movimiento popular organizado y movilizado para resistir a ese proceso. Si gana la derecha Brasil no sería mas, sino mucho menos estable que actualmente. Nadie puede imaginar lo que sería un gobierno nacido de un golpe blando hoy en Brasil.

Pero, en caso de que sea derrotada la derecha, lo cual puede darse este mes, con su incapacidad de obtener dos tercios de los votos en la Cámara de Diputados para el impeachment de Dilma, la izquierda tiene una nueva y gran posibilidad de imponer una salida progresista a la crisis brasileña.

Porque el país ha cambiado. Tantos los partidos de la derecha, el PSDB y el PMDB, así como todos los grandes medios de comunicación, se han jugado por entero a tumbar al gobierno. Si no lo logran, los dos partidos tradicionales prácticamente desaparecerán como fuerzas políticas, sin candidatos, desprestigiados, sin propuestas. Del mismo modo los grandes medios, sin legitimidad alguna, favorecen los planteos de su democratizacion.

A su vez, Lula reapareció con toda fuerza, tanto en el gran acto del 18 de marzo en San Pablo, como en su recientes viajes por todo el país. Ayer hizo un gran acto en Fortaleza, nordeste de Brasil, región donde tiene su base de apoyo más amplia. Fue el inicio de otras apariciones, donde tratará de recuperar el apoyo al gobierno y de promover las tesis de la izquierda para la crisis brasileña.

Lula a la vez ya ha empezado a actuar como coordinador político del gobierno, comandando una reforma del gabinete que se anunciará la próxima semana. Actuará directamente como ministro de la Casa Civil, si el Supremo Tribunal de Justicia decide a favor de su petición, o como simple asesor político de Dilma, lo cual cambia sólo formalmente su lugar central en el gobierno.

La crisis demuestra, a su vez, la saciedad, el agotamiento de un sistema político que permite la proliferación de partidos, los cuales viven de su comercialización. Expone también a un Congreso que se permite imponer gastos con enmiendas para uso de los parlamentarios, sin ningún tipo de control, entre tantas aberraciones. Es cierto que la elección del próximo Congreso ya no contará con financiamiento privado, pero aun así, requiere un gran proceso de democratización. Al igual que el mismo Poder Judicial, que en esta crisis ha jugado un rol arbitrario, con decisiones que sólo puede asumir un órgano sin control democrático, compuesto por jueces con mandatos eternos.

Una derrota de la derecha abre camino también para el resurgir de la economía brasileña, retomando la via del desarrollo con distribución de renta, con expansión del mercado interno del consumo popular, con un nuevo impulso de las políticas sociales. Estas van a quedar bajo la responsabilidad de Lula dentro del gobierno, así como los grandes proyectos de infraestructura.

En las próximas semanas y días Brasil decidirá la fisonomía que el país va a tener en toda la primera mitad del siglo XXI, con consecuencias directas para todo el continente. La crisis reveló que el país no puede seguir como ha estado hasta ahora. La lucha política decidirá el rumbo que tomará Brasil.

En el Planalto, con Dilma

 
Por Pablo Gentili *
Dilma Rousseff sonreía y se emocionaba con cada discurso. Aplaudía cada declaración con entusiasmo y abrazaba a quienes leían los manifiestos de apoyo. Cuando comenzó su intervención de agradecimiento, fue interrumpida por el canto que unifica a todos los movimientos y partidos que hoy en Brasil se movilizan por la democracia: “Nâo vai ter golpe. Vai ter luta”. No habrá golpe. Habrá lucha. Su rostro brilló conmovido cuando recordó que se estaban cumpliendo 52 años del golpe militar de 1964. Dijo que el desafío continuaba siendo luchar por la justicia social, por la inclusión y por los derechos históricamente negados a los más pobres.

Así fue ayer la ceremonia realizada en el Palacio del Planalto, la Casa Rosada de Brasil, en que la presidenta jaqueada por el riesgo de juicio político recibió a intelectuales, artistas y personalidades de la cultura que se movilizan en la defensa del estado de derecho y de la democracia en todo el país.

La mandataria brasilera recogió muestras de apoyo a su gobierno por parte de organizaciones científicas, académicas y movimientos de derechos humanos. Como secretario ejecutivo del Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, CLACSO, estuve presente y compartí la solidaridad con el Grupo Tortura Nunca Más; la Asociación Brasilera de Ciencia Política, la de Antropología, la de Psicología y entidades docentes de diversas universidades públicas; el Foro 21, un espacio de articulación de intelectuales y luchadores sociales; asociaciones de periodistas, de artistas, directores de teatro y de cine, así como de algunas de las más destacadas figuras de la música popular brasilera. Hablaron la cantante Beth Carvalho, la actriz Leticia Sabatella y la cineasta Anna Muylaert, directora de uno de los filmes que mejor retrata las transformacione s democráticas del Brasil en esta última década, ¿A qué hora ella vuelve? La prestigiosa economista Maria da Conceiçao Tavares y el actor norteamericano Danny Glover, entre otros, grabaron mensajes especiales para el acto.

Rita Segato, reconocida dirigente feminista y profesora de la Universidad de Brasilia, fue la encargada de entregar a Dilma Rousseff la declaración de solidaridad del Comité Directivo y de la Secretaría Ejecutiva de Clacso. En ella, las más de 500 instituciones que componen el Consejo en 40 países del mundo, expresan su apoyo al estado de derecho y su rechazo al golpe en Brasil.

La declaración observa que, “en Brasil, los principios que deben guiar el ejercicio de la justicia en una democracia republicana han sido maculados por recursos arbitrarios y selectivos producto de discrecionales actos de la autoridad judicial, los que se expresan en filtraciones periodísticas y operaciones policiales divulgadas por algunos medios de comunicación como despreciable recurso de linchamiento mediático, creando factoides políticos dirigidos exclusivamente al Partido de los Trabajadores y al gobierno de la presidenta Dilma Rousseff”.

Destaca también que, “la presidenta de la república ha sido atacada con acciones judiciales arbitrarias y acuerdos políticos revanchistas, que sólo buscan, por los medios y las formas que sean posibles, impedir que concluya el mandato que le fuera investido por el pueblo brasileño”.

La declaración de Clacso alerta que “nuestras democracias, duramente conquistadas gracias a la movilización y las luchas populares, no pueden subordinarse a intereses autoritarios que surgen y se perpetran a la sombra de un creciente fascismo social”. Concluye realizando un llamado a la solidaridad internacional, observando que “el riesgo de ruptura de la legalidad y la institucionalidad democrática por una asociación entre políticos derrotados en las últimas elecciones, sectores del Poder Judicial y los grupos monopólicos que controlan la prensa nacional, no pueden comprometer el futuro de Brasil”.

El objetivo, dentro y fuera de Brasil, es evitar un nuevo golpe a la democracia en América Latina.

* Secretario Ejecutivo de Clacso.

Temer no tiene respaldo electoral

Un paso decisivo para desestabilizar a Dilma

El portazo apunta a la destitución de la presidenta elegida con 54 millones de votos hace un año. La prensa y los partidos conservadores insisten en que voltearla es legal pues el “impeachment” está previsto en la Constitución.

por Darío Pignotti
Página/12/ Argentina
Desde Brasilia

Aliado del vicepresidente Michel Temer, aspirante a suceder a Dilma Rousseff, el jefe de la Cámara de Diputados Eduardo Cunha festejó ayer con los brazos en alto la decisión de su agrupación, el Partido Movimiento Democrático Brasileño (PMDB), de romper la coalición sobre la que se apoyaba el gobierno, el cual parece agonizante. Cunha es reo ante la Corte por haber ocultado en Suiza cinco millones de dólares de posibles sobornos cobrados en el escándalo del Petrolao. El diputado Paulo Pimenta, del PT, afirmó que Temer y Cunha se favorecen mutualmente incendiando el país: el primero avanza hacia la presidencia y el segundo se fortalece en la Cámara baja para obstruir los procesos en su contra por haber violado el decoro parlamentario ocultando su dinero sucio. Y ambos apuestan a que si finalmente Dilma es derrocada nadie recuerde la causa Lava Jato por estafas contra la petrolera estatal Petrobras.

Lo cierto es que el de ayer fue un paso importante hacia la destitución de la presidenta elegida con 54 millones de votos en octubre de 2014. La prensa y los partidos conservadores insisten en que voltearla es legal pues el “impeachment” está previsto en la Constitución. No dicen que hasta el momento falta un delito que justifique ese procesamiento.

Con la formalización del desembarque del PMDB, la oposición sumará 69 diputados para votar por el adiós a Rousseff en sintonía con el “clamor de las calles” donde hace dos semanas se movilizaron cientos de miles de ciudadanos (mayoritariamente blancos y de clase media) por el fin del gobierno del Partido de los Trabajadores. Fue la marcha más concurrida desde el fin de la dictadura, en 1985, año en que el PMDB llegó al poder a través de una elección tramposa en la que sólo participaron legisladores ya que se prohibió el voto directo.

Si Temer cumple su sueño arribista y se queda con la presidencia repetirá en alguna medida el escenario de 1985, ya que no tiene respaldo electoral. La última vez que fue candidato por las suyas fue en 2006, año en el que recogió poco más de 99.000 votos como diputado federal por San Pablo, ubicándose en el lote de los 20 últimos por ese estado. Para que se apruebe el “juicio por impedimento” que voltee a Dilma y encumbre a Temer se requiere una mayoría especial de 342 votos sobre un total de 513 diputados, un número alto a pesar que el antidilmismo cuente con el refuerzo de los pemedebistas. Y si bien el gobierno enfrenta el momento más difícil desde enero de 2011, cuando Rousseff llegó al Planalto, no es imposible que el oficialismo logre sumar 171 votos para repeler la escalada destituyente.

Por ser uno de los dirigente con más peso en el PMDB, Cunha ocupó el centro del palco junto al vicepresidente de la agrupación, el senador Romero Jucá, y ambos unieron sus brazos en gesto de victoria de la estrategia que habían acordado con el discreto Michel Temer, el potencial presidente de facto que no fue a la reunión del directorio nacional. “A partir de hoy el PMDB se retira de la base del gobierno de la presidenta Dilma Rousseff y ningún miembro está autorizado a ejercer ningún cargo en nombre del PMDB”, dijo Romero Jucá.

De esa forma fue presentada la moción única aprobada por “aclamación” .

“Fuera Dilma”, “fuera PT”, “Brasil presente, Temer presidente” corearon los delegados del Directorio Nacional partidario mientras Cunha y Jucá entrelazaban sus brazos hacia lo alto en un salón de la Cámara baja, en Brasilia. La reunión se prolongó por apenas 5 minutos, lo que indica un amplio respaldo al fin de la alianza, que desde hace meses era sólo formal. No obstante esa aparente unanimidad contra el gobierno es verdad que aún sobreviven diferencias dentro de un partido donde hay facciones enfrentadas y no se descarta que grupos minoritarios se abstengan de votar por el impeachment. Una señal de que sobreviven desacuerdos dentro del PMDB, aunque sean residuales, es que hasta el momento no está confirmado que renunciarán a sus cargos los seis ministros que integran el gabinete.

En el Planalto nadie se sorprendió con el portazo de los ahora ex socios del PMDB: desde hace meses la presidenta excluyó a Temer de las reuniones del núcleo duro del gabinete advertida de la conspiración en curso. El ministro Jaques Wagner fue el primero en pronunciarse sobre la salida del PMDB a la que vinculó con un “golpe” y anunció que ya se trabaja en la formación de un nuevo gabinete, en el que seguramente estará Lula.

Debido al agravamiento de la crisis, Dilma suspendió ayer el viaje que iba a realizar este jueves a Estados Unidos donde participaría en una cumbre sobre seguridad nuclear. Al parecer desistió de ir a Washington para evitar que Temer asuma temporalmente el gobierno.

La suerte de este gobierno no se libra sólo en los pasillos de la conspiración: oficialistas y opositores toman en cuenta el barómetro de las calles. Habrá que aguardar para ver si el PT y los movimientos sociales, posiblemente encabezados por Lula, logran movilizar un número importante de personas en defensa de la democracia este jueves en Brasilia.

Yanis Varoufakis: O referendo de 5 de julho ficará na história como um momento único quando um país pequeno europeu se insurgiu contra a escravidão da dívida

Numa semana a Europa mudou

Os gregos festejam a vitória do referendo

Os gregos festejam a vitória do referendo

por Tiago Mota Saraiva

Avanço para este texto algumas horas antes de abrirem as urnas na Grécia [escrito no Sábado] exaltando, no título, um dos preconceitos falsos que se impôs sem direito a correcção: União Europeia é Europa.
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A Europa mudou com o referendo da Grécia. O Projecto Europeu deixou de ser diplomático, ponderado, respeitador de países e das suas instituições. Mostrou as suas garras e arreganhou os dentes.
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Curiosamente as mais radicais expressões desta mudança vêm de quem se posiciona perante o seu eleitorado no centro-esquerda, integrando a chamada família socialista. Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, ameaçou que se o “não” vencer a Grécia ficará entregue a si própria e o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, defendeu que à vitória do “sim” se devia seguir um golpe de Estado que nomeasse um governo tecnocrata para a Grécia.
Ao contrário do habitual, a Europa não se encheu de promessas de linhas de financiamento para grandes projectos, desenvolvimento, combate ao desemprego. A Europa quis que o povo grego fosse votar com medo.
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Mas esse medo não se construiu apenas de declarações de representantes europeus. Na maioria da comunicação social a campanha ideológica atingiu níveis somente atingidos em períodos de guerra, abdicando-se de informar. Fotografou-se filas de jornalistas estrangeiros a levantar dinheiro no multibanco para ilustrar levantamentos massivos de capital, divulgou-se a imagem de uma vítima do terramoto na Turquia como se fosse um grego depois do anúncio do referendo e não se denunciou, por exemplo, um documento secreto da ND (partido que foi afastado do poder nas últimas eleições) na qual se preparava a invenção de uma dinâmica de sondagens favoráveis ao “sim”. (Transcrevi trechos)

Declaración de Eric Toussaint sobre la muy linda victoria histórica del No en Grecia

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La muy linda victoria histórica del No muestra una vez mas que los ciudadanos de Grecia se niegan a aceptar el chantaje de los acreedores. Como lo indica el informe preliminar Comité para la Verdad sobre la Deuda Pública griega, varios argumentos legales permiten a un Estado a repudiar unilateralmente su deuda ilegal, odiosa, e ilegítima.
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En el caso griego, un acto unilateral puede basarse en los siguientes argumentos:
1 – la mala fe de los acreedores que empujaron a Grecia para contravenir la legislación nacional y las obligaciones internacionales relacionadas con los derechos humanos;
2 – preeminencia de los derechos humanos sobre los acuerdos como los firmados por los gobiernos anteriores con los acreedores o la troika; la coacción;
3 – las cláusulas abusivas que violan flagrantemente la soberanía griega y que violan la Constitución;
4 – y, por último, el derecho reconocido en el derecho internacional a un Estado para que tome contramedidas contra los actos ilegales por parte de sus acreedores, que a propósito dañan su soberanía fiscal, al obligarlo a asumir la deuda odiosa, ilegal e ilegítima, violando la autodeterminación económica y los derechos humanos fundamentales.

En lo que se refiere a la deuda insostenible, cada estado tiene el derecho legal de invocar el estado de necesidad en situaciones excepcionales a fin de salvaguardar los intereses esenciales amenazados por un peligro grave e inminente.

En tal situación, el Estado puede ser dispensado del cumplimiento de las obligaciones internacionales que aumentan el peligro, como es el caso de los contratos de préstamos pendientes.
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Por último, los Estados tienen el derecho de declararse insolventes unilateralmente cuando el servicio de su deuda es insostenible, en cuyo caso no se comete ningún acto ilícito y, por tanto, no se arrastrará ninguna carga de responsabilidad.
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La dignidad de la gente vale más que la deuda ilegal, ilegítima, odiosa e insostenible.
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Eric Toussaint
Coordinador Científico de la Comité para la Verdad sobre la Deuda Pública griega (creada por la presidenta del parlamento griego)
Portavoz del CADTM internacional http://www.cadtm.org

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Envergarei com orgulho a aversão dos credores

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por Yanis Varoufakis

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Já não sou ministro.
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O referendo de 5 de julho ficará na história como um momento único quando um país pequeno europeu se insurgiu contra a escravidão da dívida.
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Como todas as lutas pelos direitos democráticos, também esta histórica rejeição do ultimato de 25 de junho do Eurogrupo tem um preço elevado. É assim essencial que o grande capital concedido ao nosso governo pelo esplêndido “não” seja imediatamente convertido num “sim” a uma resolução apropriada – um acordo que inclua a reestruturação da dívida, menos austeridade, redistribuição a favor do mais necessitados e verdadeiras reformas.
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Logo após o anúncio dos resultados do referendo, tive conhecimento de uma certa preferência por parte de alguns participantes do Eurogrupo e de parceiros variados pela minha … “ausência” nas nossas reuniões; uma ideia que o primeiro-ministro considerou ser potencialmente útil para poder chegar a um acordo. É por esta razão que estou a deixar o Ministério das Finanças esta segunda-feira. Considero que é meu dever ajudar Alexis Tsipras a explorar, como lhe aprouver, a capital que o povo grego nos concedeu através do referendo de domingo.
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Envergarei com orgulho a aversão dos credores. Nós, da Esquerda, sabemos como agir coletivamente sem preocupação com os privilégios das funções. Apoiarei totalmente o primeiro-ministro Tsipras, o novo ministro das Finanças e o nosso governo.
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O esforço sobre-humano para honrar o bravo povo da Grécia e o famoso OXI que concedeu aos democratas de todo o mundo está a apenas a começar.

La levée en masse du peuple grec contre l’austérité

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Malgré le chantage et les menaces d’étranglement financier, les Grecs ont opposé un non retentissant à leurs usuriers, comme les y invitait Alexis Tsipras. « OXI ! » ont-ils dit à toute nouvelle cure d’austérité, malgré la stratégie de terreur choisie par les eurocrates.

grece bandeira

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«Nous sommes venus fêter la victoire du peuple grec, contre les diktats des financiers»

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por GÉRALD ROSSI/ HUMANITE.FR

Photo Gérald Rossi

Photo Gérald Rossi

Place de la République dimanche soir à Paris, quelques milliers de personnes ont manifesté leur solidarité et exprimé leur joie avant même de connaitre les résultats définitifs du référendum. Reportage.
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Pendant que radios et télés bourdonnent encore des résultats du référendum grec, la place de la République à Paris, se remplit. Il est à peine 21h30 ce dimanche 5 juillet, mais la victoire du non, « oxi » en grec, ne fait plus aucun doute. Ça et là des drapeaux se déploient, du PCF, du PG, de Ensemble, mais aussi d’autres organisations qui ne sont pas membres du Front de Gauche, comme le NPA, Attac, etc. Les petits groupes se transforment en petite foule de quelques milliers de personnes. On s’échange les dernières infos. Très vite des slogans sont repris à plusieurs voix comme cette « solidarité avec le peuple grec » qui court la foule comme une ola pas banale.
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« On vient pour fêter la victoire du peuple grec, la victoire du non, mais aussi aussi pour dire à François Hollande qu’il faut entendre ce qu’a dit clairement ce peuple dont la volonté est bien de rester dans l’union européenne mais avec des conditions qui doivent lui permettre de sortir de l’austérité. Lors des négociations à venir, il faut maintenant que la France parle d’une voie originale » résume David Proult, adjoint communiste au maire de Saint-Denis (93) venu avec quelques amis. Ensemble, ils veulent dénoncer « la violence de la campagne des adversaires du non; mais chaque fois que le débat porte sur des questions très sérieuses, c’est le risque. Souvenons nous des débats d’il y a dix ans, lors du référendum français sur le traité européen… »
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Eric est venu « en voisin, du 10e arrondissement » lui aussi pour « fêter la victoire du peuple grec, contre les dictats de la troïka, des financiers. Les grecs nous donnent là une belle leçon de démocratie et de courage ». D’autant plus, ajoute-t-il, « qu’ils ont du faire face à une campagne médiatique hors de propos. C’est bien de la haine de classe qui s’est déversée, en Grèce mais pas seulement… Maintenant il faut espérer que cette première victoire aura des répliques dans des pays comme l’Espagne, l’Irlande, mais aussi chez nous ».
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« C’est un Souffle d’espoir sur l’Europe » confirme Isabelle, venue de Vitry-sur-Seine. « Cette démonstration appelle a beaucoup d’audace chez nous aussi » poursuit-elle. « Et cela doit nous aider a en finir avec les sempiternels discours néo-libéraux selon lesquels les pauvres doivent toujours payer alors que les banques seraient de pauvres victimes … » insiste Sylvestre, un autre parisien.
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Le jour décline mais la foule grandit. Ça et là résonne maintenant l’Internationale. Arrive Jean-Luc Mélenchon, entouré de plusieurs responsables du Parti de Gauche dont Éric Coquerel et Danielle Simonnet. Sans sono, mais avec le relais sonore de militants qui comme lors des meetings populaires du 19e siècle se font portes voix, Jean-Luc Mélenchon note à son tour que les Grecs ont ouvert « une nouvelle page pour toute l’Europe » en dépit «des armes de désinformation massives ».
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Dans la foule, des anonymes circulent avec quelques pancartes bricolées à la va vite; « vive le peuple OXI » proclame l’une, « merci les grecs » affirme une autre, pendant qu’un grand format souhaite « long live the Greek democraty » (longue vie démocratie grecque). « Ce qui se passe là ce soir et en Grèce est simplement génial » souligne Theodoulitsa affirmant: « nous avons voté contre les politiques d’austérité. C’est un mouvement populaire qui ne fait que commencer ». Et comme le dit ce jeune homme venu les mains dans les poches, « sans carte d’adhérent, car je ne me retrouve pas complètement dans aucun des partis depuis quelques temps, ce qui s’est passé redonne des envies de bouger… »

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Référendum. L’oxi gêne

Dimanche, la Grèce a dit «non» («oxi») à plus de 60 % aux propositions de ses créanciers. Une victoire pour Tsípras qui plonge l’Union européenne dans l’inconnu.

Le grécia

por MARIA MALAGARDIS/ Libérarion/ Envoyée epéciale à Athènes

Trois lettres qui claquent : «oxi» – le «non» – l’emporte. Il gagnerait même nettement, avec plus de 60 % des suffrages après dépouillement des trois quarts des bulletins. Ce référendum historique s’est tenu dimanche à l’issue d’une campagne très tendue. Depuis l’annonce du scrutin il y a à peine une semaine, les opposants au Premier ministre, Aléxis Tsípras, comme la plupart des leaders européens, s’étaient en effet lancés dans une campagne acharnée pour menacer les Grecs du pire, en cas de réponse négative. Jamais lors d’un scrutin organisé dans un pays européen les interventions extérieures n’auront été aussi flagrantes.

MENACES ORALES

Les Grecs sont certes habitués aux ultimatums non négociables depuis le début de la crise de la dette en 2010, mais même à leur niveau d’électrochocs répétés, une telle pression est sans précédent. Menaces orales et asphyxie des liquidités ont créé un climat de psychose d’autant plus fort que le référendum s’est déroulé avec des banques fermées et un contrôle des capitaux. La victoire du non est donc significative et les leaders européens qui ont tenté d’imposer leur propre question (non pas l’acceptation ou non des réformes des créanciers mais un choix pour ou contre l’Europe) devront tirer les enseignements de ce scrutin.

Tout d’abord, malgré l’urgence et les défis supposés pour organiser ce référendum en cinq jours ouvrables, le gouvernement grec a réussi son pari : dans un pays facilement considéré comme bordélique (par les Grecs eux-mêmes d’ailleurs), le vote s’est déroulé dans le calme, sans incident, ni faux pas. Ensuite, la propagande de la peur et les déclarations maladroites jouent toujours contre ceux qui en abusent.

«Dans quel pays peut-on accepter sans broncher de voir Martin Schulz [le président du Parlement européen, ndlr] venir nous expliquer deux jours avant le vote que tout est plié, que le oui va gagner et que notre gouvernement va démissionner pour céder la place à des technocrates ?» s’insurgeait samedi Panagiotis, un ancien cadre dans une entreprise pharmaceutique licencié et devenu malgré lui chauffeur de taxi. «L’Europe est ma maison, ce n’est pas pour autant que j’ai envie que n’importe qui s’arroge le droit de venir dans ma chambre à coucher», s’indignait-il. «Pourquoi sont-ils à ce point vent debout contre le non, tous ceux qui ont toujours dit oui aux créanciers ?» s’agaçait de son côté Leonidas, quinquagénaire aux tempes grisonnantes en évoquant le ralliement au oui des conservateurs de Nouvelle Démocratie et des socialistes du Pasok, qui ont gouverné le pays depuis le début de la crise de la dette et jusqu’à la victoire de Syriza fin janvier.

Le premier gouvernement anti-austérité jamais élu en Europe a aussitôt entamé des négociations avec ses créanciers, lesquelles ont vite tourné au bras de fer, avant de sombrer dans l’impasse. C’est alors que Tsípras a décidé de la tenue du référendum sans avoir anticipé que les créanciers y répondraient par une déclaration de guerre. Même dans le camp du oui, certains l’admettent ouvertement : «Bien sûr, il s’agit d’une guerre contre la Grèce. Et alors ? Comment pouvons-nous la gagner ? Tout le monde sait qu’ils mettront leurs menaces à exécution et nous chasseront de l’eurozone en cas de victoire du non. Et moi, je n’ai pas envie de vivre dans un Cuba de l’Europe», soupirait Nikos, un informaticien qui a voté oui. Reste que le camp du oui péchait parfois par son pedigree social trop marqué. Comme cette pharmacienne du quartier chic de Kolonaki, tellement européenne qu’elle préfère converser en français. «Je déteste Tsípras», confesse-t-elle, avant d’ajouter : «Les gens de ce pays doivent apprendre à être plus modestes.»

«ASPHYXIE»

«Le non peut gagner, s’il est soutenu par les 3,5 millions de Grecs condamnés à vivre sous le seuil de pauvreté à la suite des mesures d’austérité et le million de ceux dont la dignité sera blessée par les menaces extérieures des leaders européens», estimait à la veille du week-end un membre du gouvernement.

«Les menaces et l’asphyxie de l’économie ont effrayé beaucoup de gens, explique Panagiotis, chauffeur malgré lui qui a également travaillé dans l’hôtellerie. Mais d’autres ont aussi en tête les réformes exigées par les créanciers. Supprimer l’allocation de solidarité aux retraités les plus pauvres ? C’est les condamner à mort. Quant à demander une TVA de 23 % sur l’hôtellerie, c’est en réalité la rendre moins compétitive, face à celle de la Turquie, par exemple, où la TVA est à 8 % et où les grands complexes hôteliers sont détenus par les Allemands.» Après la victoire du non, les créanciers vont-ils poursuivre la guerre ? François Hollande et Angela Merkel, qui doivent se voir ce lundi à Paris, réclament déjà un sommet de la zone euro mardi.

Manifestation de joie dimanche soir après les résultats du référendum donnant plus de 60% en faveur du non. (Photo Akavos Hatzistavrou.AFP)

Manifestation de joie dimanche soir après les résultats du référendum donnant plus de 60% en faveur du non. (Photo Akavos Hatzistavrou.AFP)
Hatzistavrou.AFP)