O cavaleiro Ariano Suassuna


por José Inácio Vieira de Melo

 

Inácio

O cavaleiro Ariano Suassuna, montou no seu alazão e, conduzido pelo mestre Dominguinhos, encantou-se pelas plagas dos céus, foi encontrar com a Compadecida e com seu pai, João Suassuna, para quem fez este extraordinário soneto:

A ACAUHAN – A MALHADA DA ONÇA
(com mote de Janice Japiassu)

Aqui morava um Rei, quando eu menino:
vestia ouro e Castanho no gibão.
Pedra da sorte sobre o meu Destino,
pulsava, junto ao meu, seu Coração.

Para mim, seu Cantar era divino,
quando, ao som da Viola e do bordão,
cantava com voz rouca o Desatino,
o Sangue, o riso e as mortes do Sertão.

Mas mataram meu Pai. Desde esse dia,
eu me vi, como um Cego, sem meu Guia,
que se foi para o Sol, transfigurado.

Sua Efígie me queima. Eu sou a Presa,
Ele, a Brasa que impele ao Fogo, acesa,
Espada de ouro em Pasto ensanguentado.

 

 

Governador João Suassuna

Governador João Suassuna

ARIANO VILAR SUASSUNA
(Nossa Senhora das Neves – PB, 16/06/1927 – Recife-PE, 23/07/2014)

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