PRAZER, SEM PRESSA. As jovens preferem “uma boa prévia” do sexo


O brasileiro anda sem tempo para fazer sexo. Tem empregado que perde mais de 4 horas no transporte de ida e volta para o trabalho, com uma jornada de 8, interrompida por 2 horas de descanso, o que dá uma soma de 14 horas, sem considerar as horas extras. Ficam restando dez horas para jantar, tomar o café da manhã, cuidar da higiene pessoal, dos filhos, fazer sexo e dormir.  Com um salário mínimo do mínimo, para sobreviver, o trabalhador realiza bicos.

Para um bom sexo, além de  tempo para descanso, o macho precisa de relaxe e cabeça em paz, sem problemas, sem contas para pagar e sem o choro dos filhos por comida.

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Escreve Victoria de Mazi/ El Clarín

 

A falta de desejo já é a primeira causa de consulta de disfunção sexual entre mulheres jovens. O motivo? seus namorados não sabem estimulá-las antes do ‘grande momento’ na cama.

 

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A falta de desejo sexual – o fato de que não surja espontaneamente a vontade de ter relações sexuais – já é a primeira causa de disfunção feminina.

De acordo com os especialistas consultados pelo Clarín, este fato superou a anorgasmia, patologia típica que justificava a visita ao médico.
Na contramão do que acontecia antes, quando as que consultavam eram mulheres na menopausa, hoje a falta de interesse no sexo é padecido por mulheres jovens, de 25 a 35 anos, sexualmente ativas e em idade fértil.

 

Libido

São pessoas sadias, que não têm diabetes nem problemas na glândula tiróide, duas enfermidades que atentam contra a libido. Elas também não tomam medicação em forma crônica nem são depressivas. As razões, explicam os especialistas, são várias, como o estresse, o cansaço, a inexperiência devido à diminuição na idade de início sexual e a inabilidade do companheiro para proporcionar uma boa “prévia”.

 

Contexto

Mas o interesse sexual da mulher que diz que não está anulado. Na verdade, ela preferiria que o namorado criasse um contexto, que a cortejasse. Ela precisa – é seu direito – de atenção e esmero. A dificuldade é que ela não sabe ou não tem coragem de dizer onde prefere que lhe façam carícias ou por que ela quer que lhe sussurrem “aquilo”.

As mulheres jovens esperam uma “prévia” do sexo que se ajuste ao seu mapa de excitação. O que não esperam é que eles as entendam.

“Os homens tendem a genitalizar a sexualidade e sustentam em seu imaginário que são eles que ‘nos fazem gozar’. Por nosso lado nós mantemos o mito de que a sexualidade é um sucesso se conseguirmos satisfazer o nosso homem.

Nós nos ocupamos mais de saber sobre o desejo dele do que sobre o nosso. Isso provoca uma dificuldade em colocar a nossa marca no intercâmbio amoroso, é difícil pedir, mostrar as nossas necessidades, estimular mudanças”, observa Adriana Arias, psicóloga e sexóloga.

Nas mulheres, é possível dividir um encontro sexual em quatro etapas: excitação, planalto, orgasmo e resolução. Pode acontecer que o desejo apareça quando a mulher é estimulada, ou seja, na fase da excitação. Pode acontecer, também, que uma mulher não consiga o orgasmo. Saiba, homem, que nada na sexualidade feminina é linear.
Ela é misteriosa e complexa.

A sexóloga Diana Resnicoff, secretária geral da Sociedade Argentina de Sexualidade Humana (SASH), é concreta: “O desejo sexual não começa na cama”.
Não só isso, ela acrescenta que a vontade precisa ser reavivada, ser criativa, esquentar a cabeça. Como? “Uma mensagenzinha de texto, uma foto erótica enviada pelo celular, um jantar, música, aromas. Contar uma fantasia. Essas são boas maneiras de encorajar o desejo”, sugere. Mas os homens se entusiasmam com essa ideia? “Claro, quando eles percebem que é positivo para eles, eles começam a fazer isso”, responde Resnicoff.

E ter tempo para o encontro, tempo para deixar atrás um dia carregado de obrigações domésticas e profissionais.

O quanto de frustração que existe na falta de desejo é esboçado por Adrián Helién, sexólogo clínico do hospital Durand: “Passamos da impossibilidade do direito ao desfrute para o discurso consumista e midiatizado dos corpos idealizados. Essa mulher moderna se exige ser ‘orgásmica’, de bom rendimento. Isso pode chegar a ser frustrante”, diz.

O especialista fala do mapa da excitação, uma radiografia pessoal que se consegue com a masturbação. “Às vezes os pacientes vêm em busca de uma pilulinha que solucione tudo. Mas são eles que têm a resposta”, acrescenta.

A diminuição da libido antecede um problema mais grave. “Os danos colaterais costumam ser reclamações do tipo ‘você não me ama, eu não te excito’, ‘você tem outro/outra’.

Com o tempo esses ‘desencontros’ levam à anorgasmia”, explica o sexólogo Juan Carlos Kusnetsoff.

Essa disfunção sexual pode ser resolvida com uma terapia breve. Um pouco mais dos quinze segundos que leva surfar uma onda.

 

 

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